Steredenn (PC) é um shoot 'em up desafiante, porém repetitivo

Com estágios escolhidos aleatoriamente e armas interessantes, este título indie é ótimo para quem gosta do gênero de "navinha".

em 06/08/2015
Títulos do gênero Shoot 'em up, ou “jogos de navinha” como são conhecidos por aqui, tentaram inovar durante os anos com mecânicas inusitadas e outras características. Steredenn, que é um título desse gênero para PC, faz justamente o contrário: foca na jogabilidade básica do estilo. Contudo, ele tenta ser único, com estágios aleatórios e armas interessantes. Jogamos uma versão preliminar desse título que está disponível no programa Acesso Antecipado do Steam e contamos o que achamos da experiência.

Explodindo tudo

A jogabilidade Steredenn foca no básico: destrua tudo o que aparecer no seu caminho. Sua nave consegue carregar até duas armas e é possível trocá-las a qualquer momento. As fases são repletas de inimigos e no final de cada uma acontece uma batalha contra um chefe — a sensação é bem próxima de outros shoot ‘em ups clássicos. O título se destaca com a aleatoriedade das fases. Em uma partida, você pode passar por algumas repletas de asteroides e lasers; já em outra, os estágios podem estar repletos de inimigos com escudos. Por conta disso, cada partida é bem única.


As armas são criativas e bem distintas entre si. Já vi coisas básicas como mísseis, lança-chamas e bots que lançam projéteis de energia, assim como coisas malucas como uma serra gigante e uma espécie de mandíbula metálica que ataca com mordidas. Cada qual exige uma estratégia diferente e funciona melhor em alguns momentos. E é extremamente importante conhecer bem cada arma, já que você conta somente com uma única vida e morrer significa recomeçar tudo desde o início.

Os chefes, ao serem derrotados, deixam melhorias para a nave e você pode escolher uma. Essas melhorias podem mudar significativamente a jogabilidade e trazem variedade ao jogo. Em uma partida, por exemplo, peguei um power-up que me permitia bater em coisas sem perder energia e outra melhoria que aumentava em 50% esse tipo de dano. Com isso eu simplesmente me jogava em cima dos inimigos para derrotá-los. O jogo tem várias possibilidades de experimentação.


Aleatoriedade e reflexos rápidos

Steredenn exige muita habilidade. O primeiro estágio pode ser bem simples e fácil, mas basta chegar ao chefe para as coisas mudarem significativamente: a tela é invadida por projéteis, de maneira parecida ao estilo bullet hell. Quando não há tiros na tela, o problema são os vários inimigos repletos de ataques. Jogadores menos experientes podem se sentir frustrados com a dificuldade acentuada, mas aprender os padrões e conseguir sobreviver é parte da diversão.


A sorte também tem grande influência em Steredenn. Às vezes que consegui chegar mais longe foram justamente as que eu consegui armas boas por acaso e passei por estágios não muito complicados. Mas, na maioria das vezes, eu me sentia azarado por conta de armas ruins ou situações muito complicadas. Claro, é perfeitamente possível sobreviver com a arma básica, mas isso é um grande desafio.

De novo e de novo

Steredenn conta com visual em pixel art, como vários outros indies. O resultado é bem agradável e único, por mais que a resolução seja meio baixa, o que deixa tudo meio quadrado demais — acredito que essa foi a intenção dos desenvolvedores desde o início. Mas é legal ver o cuidado com os detalhes em cada nave, principalmente a do jogador. A trilha sonora é repleta de composições frenéticas e dominada por guitarras, acompanhando muito bem a ação. O único porém é que a quantidade de músicas não é muito grande e depois de algum tempo você vai ter ouvido as mesmas músicas várias vezes.

O problema é que mesmo com vários tipos de fases e situações diferentes, Steredenn pode ficar meio repetitivo. Isso acontece por conta da baixa variedade de chefes e inimigos e também da dificuldade meio alta — ao ser derrotado você perde tudo e recomeça desde o início. Aí lá vai você enfrentar os mesmos chefes de novo e de novo. Até o momento, o jogo conta só com dois modos — Classic e Boss Rush —, o que torna a repetição mais aparente.

A questão da sensação de repetição e a grande influência da aleatoriedade são problemas chatos e podem ser relevados pelo fato do jogo ainda estar no programa de Acesso Antecipado do Steam. Contudo, felizmente, os desenvolvedores parecem estar atentos a isso. O jogo recebe atualizações constantes contendo ajustes e novidades como armas e modos.


No caminho certo

Steredenn é um jogo interessante e promissor. Ele executa bem a fórmula básica de shmups e tem armas únicas, o que deixa a experiência divertida. O visual e áudio também são ótimos. Infelizmente, ele pode ficar repetitivo e cansativo depois de algumas partidas por conta de sua pouca variedade de inimigos e aleatoriedade desbalanceada. Contudo, é importante lembrar que o jogo está em Acesso Antecipado e está recebendo novidades a todo momento — provavelmente a versão final será mais variada e completa. Sendo assim, em seu atual estado, Steredenn é recomendado para os entusiastas do gênero.

Revisão: Alberto Canen
Capa: Daniel Silva

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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