Eu sou um Technomancer!
O universo de Leap of Fate traz uma mistura de magia com tecnologia e um mundo cheio de segredos. É nesse mundo que você é um technomancer, com o objetivo de provar quem é o mago mais poderoso do nosso tempo: você próprio. Nesse cenário, que poderia ser muito bem um filme dos anos 80, seu destino é controlado por decks de cartas.Trazendo isso para o lado mecânico, cada fase do jogo é composta de um deck de cartas, em que cada carta é um estágio menor. Seu objetivo é, a partir do topo, atravessar estágios até chegar uma carta específica — o estágio final —, para avançar de fase. Essa característica é interessante, pois apresenta opções de caminho variadas, o que é muito saudável para um roguelike. Também existem cartas que permitem você evoluir habilidades ou encontrar um baú com itens.
Tela com o baralho de estágios |
Habilidade não é nada sem controle
Falando do sistema de skills, ele é bem variado, mas um tanto quanto confuso. O personagem tem 4 árvores de habilidades e, para evoluí-las, deve encontrar uma carta com a cor da árvore que deseja evoluir. Quando você morre e reinicia a partida, as árvores são reiniciadas, o que as vezes é meio frustrante.Quando você conclui uma fase, ganha uma outra habilidade extra, geralmente de utilidade. Novamente, não é algo claro. Não encontrei um lugar onde pudesse rever minhas escolhas, por exemplo.
O sistema de mortes consecutivas também precisa ser melhor trabalhado. Eu joguei diversas vezes o começo, e não tinha a menor ideia do que eu estava evoluindo no meu personagem. A sensação era de sempre ter a mesma coisa. Existem técnicas permanentes, obtidas ao alcançar certas conquistas, mas é muito pouco. Não há a sensação de progressão como, por exemplo, acontece em Rogue Legacy.
Hora do combate
Na descrição do jogo no próprio site, o título é comparado a uma mistura de precisão de controles de League of Legends com a pegada de Diablo. Bom, por mais que o sistema seja bem funcional, seria um pouco pretensioso demais dizer que ele está em um patamar tão alto quanto aos títulos da Riot e da Blizzard.Os controles são bem simples: movimente-se com o teclado e atire com o mouse. O objetivo sempre é matar todos os inimigos. Porém, depois de um tempo jogando, o sentimento de “mais do mesmo” começou a aparecer. Os estágios são pequenos e a variedade de inimigos não chega a ser ruim, mas poderia ser melhor.
Batendo nos bicho tudo! |
Também senti falta de uma sensação melhor de destruição. O personagem solta magias pelas mãos o tempo inteiro, mas eu não sentia força vindo dele. Diferente ao que acontece em Diablo, por exemplo.
Menos é mais
Graficamente não espere muita coisa. Não são gráficos ruins, exceto, talvez, pelo modelo do herói na tela de seleção. Mas apesar de simples, o visual é agradável de maneira geral. Ele também não compromete a jogabilidade, o que, para um jogo do estilo, é muito importante.Quanto ao som, a trilha sonora me chamou a atenção, positivamente. As músicas apresentadas nessa versão casam bem com a proposta do jogo.
Futuro promissor, mas nebuloso
Leap of Fate traz um núcleo de ideias bem interessantes, e executa bem o básico do que é proposto. Contudo, o jogo ainda se encontra muito “cru”, precisando de mais polimento em diversos aspectos. Por exemplo, note, nas screenshots, que o jogo ainda não tem suporte a tela "wide".Para o próximo dia 23 de agosto, está agendado um novo patch, que deve inserir mais cartas, novos modificadores de combate e um segundo personagem jogável. Se essa atualização encaminhar o jogo para o rumo certo, deixando ele mais “redondo”, podemos criar boas expectativas para a versão final. Caso contrário, temo que tenhamos só mais um caso de jogo que prometeu muito e entregou pouco.
Revisão: Alberto Canen
Capa: Nívia Costa