Mesmo não sendo possível aproveitar tudo, não custa nada buscar algumas coisas boas no turbilhão de jogos novos. Mergulhamos nesse mar de games e selecionamos cinco obras interessantes e que não custam nada.
GUILT (PC)
Apesar de a cena independente ter revivido muitos gêneros de nicho, certos tipos de jogos ainda são muito mal representados. Os chamados cinematic platformers, criados por jogos como The Prince of Persia (Multi), ainda não caíram no gosto dos desenvolvedores e ainda têm poucos jogos de qualidade. Um dos únicos exemplos modernos é Limbo (Multi), que influenciou outros games esteticamente, mas nem tanto mecanicamente.GUILT é uma bem-vinda adição ao gênero. Sua execução lembra bastante o começo de Out of This World (PC), com uma protagonista frágil que precisa se esconder e fugir de monstros que a matarão com um único golpe. Ela não é capaz de saltar gigantescas distâncias ou fazer acrobacias fantásticas, é apenas uma humana comum. Qualquer queda um pouco maior já pode feri-la mortalmente e seus pulos cobrem poucos centímetros.
Uma característica interessante é a ausência de um botão de correr. A heroína anda num passo normal, acelerando a velocidade somente se houver alguma criatura em seu encalço. Um detalhe simples, mas que aumenta bastante a imersão do jogo.
Recomendado para: fãs de Out of This World e Flashback.
Não recomendado para: pessoas que precisam de um botão de correr.
Quanto custa? 0.
Onde jogar? Gamejolt.
Random Adventure Roguelike (Android)
Falando em gêneros abandonados, o que aconteceu com os text adventures? Entender seu sumiço é mais simples. Com o advento dos gráficos, não há mais necessidade em jogos que se valem de descrições textuais para se comunicar com os jogadores.Ainda assim, é muito interessante ver tentarem fazer algo novo com o estilo. Como o nome deixa bem implícito, Random Adventure Roguelike mistura os text adventures com roguelikes. A interface é rústica, composta pelos comandos de terminal conhecidos por jogadores antigos: north, south, east, west, talk... A cada nova tela, uma pequena descrição do que está presente e suas ações disponíveis.
Seu objetivo é procurar objetivos. Há vários NPCs espalhados pelo mapa, cada um com uma quest. As missões normalmente se resumem a resgatar alguém ou matar um monstro. Tudo é gerado proceduralmente e as mortes são permanentes — como é de se esperar de um roguelike. O resultado final é basicamente um roguelike open world. Aliás, "Random Open World Adventure Roguelike" não seria um título mais chamativo?
Recomendado para: fãs de text adventures e roguelikes.
Não recomendado para: quem não gosta de text adventures ou roguelikes.
Quanto custa? 0.999… – 0
Onde jogar? Google Play.
Pixel Dungeon (PC/Mobile)
Outro roguelike? Sim, outro roguelike. Se reclamar, o próximo "Jogos gratuitos recomendados da semana" será só de roguelikes.Apesar de que seria melhor classificar Pixel Dungeon como um roguelite. Ele é bem acessível, ajustado principalmente para dispositivos mobile. Várias de suas ações são automatizadas, bastando tocar na tela para andar, atacar, pegar itens ou fazer outras coisas. Não quer dizer que o jogo seja simples, entretanto. Ele tem vários sistemas interessantes e seu algoritmo para geração de níveis é bem feito, criando desafios na medida.
Felizmente, Pixel Dungeons possui o código aberto e logo surgiram modificações que tornam a aventura mais difícil — ou fácil, dependendo do desejo do jogador. Uma rápida procura no Google Play revela variações como Skillful Pixel Dungeon, Soft Pixel Dungeon, Shattered Pixel Dungeon... Até parece que foram gerados proceduralmente, de tantas versões.
Recomendado para: fãs de roguelites (se você acha muito fácil, dê uma olhada em Skillful Pixel Dungeon).
Não recomendado para: quem acha roguelites muito difíceis (nesse caso, vale a pena conferir Soft Pixel Dungeon).
Quanto custa? A cardinalidade de um conjunto vazio.
Onde jogar? Site oficial.
Shibuya Grandmaster
"E se Tetris (Multi) fosse criado por um designer gráfico em vez de um cientista da computação?" Esta parece ser a pergunta que Shibuya Grandmaster que responder. A primeira diferença notável: há apenas um tipo de peça. Por incrível que pareça, isso não torna o jogo mais fácil.Em vez de limpar linhas horizontais preenchendo espaços, seu objetivo é fazer as peças desaparecerem combinando cores. A princípio, as peças são transparentes. Basta tocar nelas para preenchê-las com a cor em sua "fila de cores". É simples e em cinco segundos é possível aprender como se jogar, mas dominar o game é outra história. Pensar antecipadamente é a chave para sobreviver e fazer maiores pontuações — e uma tarefa particularmente difícil em velocidades maiores.
Recomendado para: qualquer ser humano que precisa pegar filas e possui um smartphone.
Não recomendado para: quem acha que qualquer modificação de Tetris é uma heresia.
Quanto custa? O limite de 1/x quando x tende ao infinito.
Onde jogar? Site oficial.
Puxxel
Pixel art é basicamente um quebra-cabeça, se você pensar bem. Cada pixel é uma pecinha e você precisa colocá-los no lugar certo para formar a imagem desejada. Qualquer coisa fora do lugar estraga todo o resultado.Puxxel leva esse conceito a um novo nível. Dotado de uma arma que atira pixels, você deve montar várias imagens, um ponto de cada vez. O grande problema é que sua ferramenta pinta em apenas uma direção. É necessário girar as imagens para completá-las, o que exige um gigantesco raciocínio geométrico em certos momentos. Felizmente há um botão para desfazer qualquer deslize.
Recomendado para: fãs de pixel art.
Não recomendado para: quem quer aprender a criar pixel art.
Quanto custa? O primeiro número natural par.
Onde jogar? Gamejolt.
O que achou das recomendações dessa semana? Conhece algum outro jogo gratuito que gostaria que indicássemos? Não deixe de compartilhar suas impressões e indicações nos comentários!
Revisão: Vitor Tibério
