Lançado em 2010 para DSiWare, e depois em 2011 para sistemas iOS, o título chega em uma versão com novidades para PS4 e PC. O novo Magic Mode dá a possibilidade de jogarmos com diferentes roupas, e algumas mudanças facilitam a exploração, com atenção especial para quem quer fazer uma speedrun. Para além do novo conteúdo (que ainda conta com novas ilustrações, controles configuráveis, conquistas e troféus) o game traz a mesma simpática aventura que estreou em 2010.
Buscando artefatos em um mundo colorido
A trama começa com a personagem Shantae, que é uma meia-gênia, indo ver uma apresentação de invenções na qual seu tio vai mostrar algo, uma lâmpada com poderes, mas Risky, a pirata e antagonista do game, aparece e rouba a lâmpada mágica. O tio não conta direito quais os poderes dessa lâmpada, mas diz que os selos mágicos devem ser recuperados antes que Risky ponha as mãos neles. A premissa inicial é essa, simples e direta. A narrativa não é o ponto forte do jogo, mas é bem-humorada e consegue levar o enredo junto com as mecânicas e os gráficos coloridos. Algumas piadas dão um pouco de vergonha alheia, mas, felizmente, não são uma constante durante a jogatina.A partir daí devemos coletar não só os selos mágicos, como outros itens necessários para atingirmos os objetivos postos pela história do game. Também devemos pegar, sobretudo, novos poderes, dinheiro e geléias mágicas (esses dois últimos servirão para serem investidos em itens e melhorias para a personagem). Shantae pode obter três transformações e um poder novo para cada uma destas. Cada nova habilidade chega no momento certo para adicionar novidades ao gameplay. Dessa maneira, passear pelos cenários e explorar o (relativamente) pequeno mapa do jogo é bem fluído.
A forma como os cenários são integrados é interessante, já que, mesmo sendo um game 2D, em determinadas localidades, podemos nos deslocar para plataformas mais profundas na tela, não apenas da direita para a esquerda. Em outros lugares, a exploração é mais focada na utilização dos poderes para passar pelas seções de plataforma.
A parte de exploração e descoberta dos locais é competente, e isso é o mais importante em um jogo do gênero. Mesmo com gráficos de um jogo para DSiWare, a parte visual do título agrada, conseguindo trabalhar muito bem a profundidadecom a forma com que as cores indicam inimigos diferentes, plataformas e blocos com possibilidades distintas etc.
Transformando a jogatina
Do ponto de vista visual, as transformações de Shantae também agradam pela simpatia. Em relação aos desafios dos mapas, cada power-up traz novos lugares e tesouros a serem descobertos. Alguns dos itens opcionais só podem ser obtidos ao vencermos desafios que exigem habilidade com o poder necessário. Infelizmente, esses desafios ficam limitados somente às seções em que precisamos usar a primeira transformação e sua habilidade especial.De qualquer forma, as outras duas transformações e suas respectivas melhorias são importantes, sobretudo, na exploração, mas também para vencer novos desafios. Em um dos últimos cenários do jogo, fui surpreendido com uma proposta diferente de jogabilidade utilizando a última transformação.
A forma como fazemos Shantae se transformar se dá através da dança, que passa por três movimentos. Ao soltar o botão no primeiro, temos a primeira transformação, e assim suscessivamente. Se por um lado o jogo traz uma leveza e simpatia características da série, por outro acaba limitando trocas rápidas entre as formas, o que poderia acarretar em diferentes desafios no jogo.
Uma aventura simpática e colorida
No fim das contas, Shantae Risky’s Revenge Director’s Cut é uma aventura agradável. Curta, é verdade, mas com diversidade o suficiente durante a jornada (fora que as novas adições trazem mais conteúdo para quem quiser aproveitar mais do jogo). Além de colorido e simpático, o game traz mecânicas competentes e mapas divertidos.Prós
- Visual característico e bem trabalhado, mesmo sendo basicamente um jogo de DSiWare;
- Traz diversidade na exploração e nos desafios;
- Fases interessantes, algumas bem distintas do restante.
Contras
- Enredo simpático, mas simples e sem muita graça;
- Apenas uma das transformações é usada para vencer os desafios mais complicados.
Shantae Risky’s Revenge Director’s Cut — PS4/PC — Nota: 8.0
Versão utilizada para a análise: PS4.
Revisão: Jaime Ninice
Capa: Daniel Serezane