Análise: Shantae Risky's Revenge Director's Cut traz aventura e exploração ao PS4 e PC

Segundo título da série da meia-gênia Shantae ganha versão definitiva e chega ao Steam e PS Store.

em 16/07/2015
Confesso que sempre tenho uma preguiça de começar um “metroidvania”, mas, tão logo eu engato no jogo, o desânimo geralmente dá lugar a momentos de pura diversão, explorando cada canto do mapa e procurando os novos poderes. Digo geralmente pois não são todos que me fisgam, mas Shantae Risky’s Revenge Director’s Cut foi um destes que me capturou. Nunca havia experimentado nenhum jogo da série e fiquei impressionado com a qualidade do título.


Lançado em 2010 para DSiWare, e depois em 2011 para sistemas iOS, o título chega em uma versão com novidades para PS4 e PC. O novo Magic Mode dá a possibilidade de jogarmos com diferentes roupas, e algumas mudanças facilitam a exploração, com atenção especial para quem quer fazer uma speedrun. Para além do novo conteúdo (que ainda conta com novas ilustrações, controles configuráveis, conquistas e troféus) o game traz a mesma simpática aventura que estreou em 2010.

Buscando artefatos em um mundo colorido

A trama começa com a personagem Shantae, que é uma meia-gênia, indo ver uma apresentação de invenções na qual seu tio vai mostrar algo, uma lâmpada com poderes, mas Risky, a pirata e antagonista do game, aparece e rouba a lâmpada mágica. O tio não conta direito quais os poderes dessa lâmpada, mas diz que os selos mágicos devem ser recuperados antes que Risky ponha as mãos neles. A premissa inicial é essa, simples e direta. A narrativa não é o ponto forte do jogo, mas é bem-humorada e consegue levar o enredo junto com as mecânicas e os gráficos coloridos. Algumas piadas dão um pouco de vergonha alheia, mas, felizmente, não são uma constante durante a jogatina.
A partir daí devemos coletar não só os selos mágicos, como outros itens necessários para atingirmos os objetivos postos pela história do game. Também devemos pegar, sobretudo, novos poderes, dinheiro e geléias mágicas (esses dois últimos servirão para serem investidos em itens e melhorias para a personagem). Shantae pode obter três transformações e um poder novo para cada uma destas. Cada nova habilidade chega no momento certo para adicionar novidades ao gameplay. Dessa maneira, passear pelos cenários e explorar o (relativamente) pequeno mapa do jogo é bem fluído.


A forma como os cenários são integrados é interessante, já que, mesmo sendo um game 2D, em determinadas localidades, podemos nos deslocar para plataformas mais profundas na tela, não apenas da direita para a esquerda. Em outros lugares, a exploração é mais focada na utilização dos poderes para passar pelas seções de plataforma.
A parte de exploração e descoberta dos locais é competente, e isso é o mais importante em um jogo do gênero. Mesmo com gráficos de um jogo para DSiWare, a parte visual do título agrada, conseguindo trabalhar muito bem a profundidadecom a forma com que as cores indicam inimigos diferentes, plataformas e blocos com possibilidades distintas etc.

Transformando a jogatina

Do ponto de vista visual, as transformações de Shantae também agradam pela simpatia. Em relação aos desafios dos mapas, cada power-up traz novos lugares e tesouros a serem descobertos. Alguns dos itens opcionais só podem ser obtidos ao vencermos desafios que exigem habilidade com o poder necessário. Infelizmente, esses desafios ficam limitados somente às seções em que precisamos usar a primeira transformação e sua habilidade especial.
De qualquer forma, as outras duas transformações e suas respectivas melhorias são importantes, sobretudo, na exploração, mas também para vencer novos desafios. Em um dos últimos cenários do jogo, fui surpreendido com uma proposta diferente de jogabilidade utilizando a última transformação.
A forma como fazemos Shantae se transformar se dá através da dança, que passa por três movimentos. Ao soltar o botão no primeiro, temos a primeira transformação, e assim suscessivamente. Se por um lado o jogo traz uma leveza e simpatia características da série, por outro acaba limitando trocas rápidas entre as formas, o que poderia acarretar em diferentes desafios no jogo.

Uma aventura simpática e colorida

No fim das contas, Shantae Risky’s Revenge Director’s Cut é uma aventura agradável. Curta, é verdade, mas com diversidade o suficiente durante a jornada (fora que as novas adições trazem mais conteúdo para quem quiser aproveitar mais do jogo). Além de colorido e simpático, o game traz mecânicas competentes e mapas divertidos.

Prós

  • Visual característico e bem trabalhado, mesmo sendo basicamente um jogo de DSiWare;
  • Traz diversidade na exploração e nos desafios;
  • Fases interessantes, algumas bem distintas do restante.

Contras

  •  Enredo simpático, mas simples e sem muita graça;
  • Apenas uma das transformações é usada para vencer os desafios mais complicados.
Shantae Risky’s Revenge Director’s Cut — PS4/PC — Nota: 8.0
Versão utilizada para a análise: PS4.

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Daniel Serezane

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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