Secrets of Grindea (PC) é uma mistura retrô que dá certo

Ao jogar Secrets of Grindea pela primeira vez a impressão foi só uma: que jogo bonito e nostálgico. Sabe aquela sensação de pegar um jogo novo de RPG no seu SNES ou GBA e passar a tarde com aqueles pixels que definiram uma geração? Pois é, essa é a exata sensação.


Então o que é Secrets of Grindea? É um jogo de ação com fortes elementos de RPG que possui uma arte retrô e que está no momento em Acesso Antecipado na Steam. O jogo conta com várias referências à jogos antigos, além de ter um modo multiplayer sensacional. Confira o trailer:

Inspirado em clássicos

O próprio nome de Secrets of Grindea já quer dizer muita coisa: Secrets vem direto da antiga série de sucesso Secret of Mana (SNES) e Grindea vem da prática tão comum em jogos: o grind. Pois é, só disso já dá pra entender o resto: é um jogo em que você vai precisar enfrentar vários inimigos para conseguir criar os melhores equipamentos e que tem o visual baseado em jogos de SNES.

Sua raiz vem lá de The Legend of Zelda: A Link to the Past (SNES), Terranigma (SNES) e, como dito anteriormente, Secret of Mana. A qualidade gráfica do jogo impressiona muito e o cuidado com as animações dos inimigos e objetos interativos do cenário é enorme: só de ver um jarro quebrar já dá grande satisfação.

E é justamente esse vínculo com jogos mais antigos que torna Secrets of Grindea um jogo único: ele consegue pegar todos os pontos fortes dos jogos dos quais é inspirado e fazer uma fórmula que dá certo. A simplicidade do combate de Secret of Mana, os ataques rápidos de Terranigma e o escudo de Legend of Zelda convergem de uma forma bem legal e formam um combate extremamente divertido. Combate esse que é bem simples: há um botão para ataque, outro para defesa e os demais podem ser usados para executar habilidades e magias.

Olhando as várias opções de equipamentos criáveis

O combate é apresentado de forma simples e fácil: tudo depende dos tipos de equipamentos que você usa e das habilidades que comprou ao aumentar de nível. Como não há classes e sim apenas uma árvore de habilidades, você pode criar seu personagem da forma que quiser e misturando tudo. É tudo feito da maneira mais versátil possível e não há restrições: se quiser dá para usar armas de duas mãos e soltar magias. O mesmo vale para os equipamentos, você pode equipar qualquer item sem restrição de classes ou nível.

Modos de jogo e customização

Outra coisa que me impressionou bastante foi a quantidade de conteúdo do jogo, sendo que está apenas em acesso antecipado. Há dois modos em que o jogador pode embarcar: modo história e modo arcade. Para começar, há a possibilidade de criar seu próprio personagem, ou seja, dá para escolher o cabelo, sexo, cor das roupas, cor da pele e tudo mais.



Como o jogo ainda está incompleto, ainda não há todas as opções de customização, ainda faltam uns tipos de cabelo e essas coisas, mas posso garantir que o que já está implementado dá para variar bastante a criação do seu personagem. Tanto é que no modo arcade há uma opção em que toda vez que você renascer, estar com um visual diferente, e, durante o tempo que joguei nesse modo, não vi um personagem sequer que fosse igual ao outro.

O modo história começa de uma maneira bem simples: você é um garoto ou garota, que está indo prestar um teste para ser um colecionador. Os colecionadores são viajantes que fazem descobertas e pesquisas e obviamente, colecionam artefatos raros. Você como um deles, vai a procura de mais e mais itens valiosos.

Similar a Ragnarok Online, é possível coletar cartas de inimigos para conseguir bônus.

A premissa é bem simples mesmo e bem humorada, fazendo várias referências a outros jogos do mesmo estilo e sendo mais uma desculpa para você procurar e melhorar seus equipamentos e habilidades. Apenas durante o modo história é possível utilizar-se da opção de criação de itens, em que você pode usar os itens derrubados por inimigos para criar novos equipamentos. E na versão do Acesso Antecipado, existem mais de 25 itens para serem criados, dentre armaduras, armas e acessórios. Bastante coisa.

Vilarejo inicial do modo arcade.

Já o modo arcade é algo bem similar aos jogos do gênero roguelike. Como qualquer outro modo arcade, você deve conseguir a maior quantidade de pontos em uma jogada. Para adquirir pontos, o jogador deve avançar por "labirintos" que são compostos por várias salas com inimigos e chefes aleatórios, e dependendo do seu desempenho será dada uma pontuação e rank. Coisa que lembra muito The Binding of Isaac (Multi) e The Legend of Zelda (NES). Todos os itens e equipamentos pegos durante uma jogada são perdidos quando você morre e deve-se avançar novamente para conseguir novos.

Ao fazer mais pontos o jogador recebe melhorias no acampamento que abrem ainda mais missões e minigames para o modo. Também é possível jogar em até quatro pessoas no arcade, o que deixa tudo ainda mais divertido. Para aqueles que gostam de comparar pontuações e jogar de uma maneira mais sem compromisso, esse modo vai definitivamente suprir essa necessidade.

E o Multiplayer?

Também testamos o modo história e arcade via multiplayer e a experiência foi bem agradável, exceto por alguns problemas de latência na conexão e um bug em que eu não conseguia reviver de forma alguma no modo história. Contudo, não foram problemas muito grandes e as partidas foram bem tranquilas. Por ainda estar em desenvolvimento, não é lá de se surpreender muito com eventuais problemas. Vale lembrar que é possível jogar em até quatro amigos e não há limitações no jogo, dá para fazer tudo que você faria jogando sozinho em qualquer modo, só que com a dificuldade um pouco maior para equilibrar as coisas.

Para quem é recomendado?

Este jogo é recomendado para aqueles que gostam de jogos de ação com elementos de RPG e também de jogos retrô. Se bateu aquela saudade e está procurando algo para passar um tempo e reviver a era do Super Nintendo, pode parar, já encontrou o jogo certo. Sem data de lançamento, Secrets of Grindea está em Acesso Antecipado na Steam e pode ser comprado por 27.99 reais ou 15 dólares.

Capa: Guilherme Kennio