Como grande fã da série The Walking Dead, era impossível que não entrasse em desespero ao descobrir que o novo jogo da série estava disponível para testar durante a E3 2015. Com um enorme estande, onde dezenas de pessoas esperavam em uma fila divertida e cheia de atrações, Overkill finalmente mostrou o primeiro vídeo de jogabilidade e provou que a realidade virtual pode transformar o seu universo em algo ainda mais imersivo.
Logo na entrada da feira, muitos se alinhavam para conferir o estande de Overkill. |
Apesar de não ter nenhum console anunciado para o lançamento, Overkill: The Walking Dead foge da ideia dos jogos da Telltale Games e utiliza mecânicas de tiro em primeira pessoa. Ainda não há detalhes da jogabilidade, mas sabe-se que ele terá suporte para diversos óculos de realidade virtual (o que já nos faz acreditar que ele rode, ao menos, nos computadores e PlayStation 4). Para a demonstração no evento, a StarVR apresentava um modelo de óculos muito maior do que os concorrentes, aumentando o campo de visão, deixando a experiência mais confortável e com menos enjoos.
Uma longa preparação
Com 3 cabines disponíveis para a experimentação, a fila que parecia pequena durou horas. De maneira que não ficássemos entediados, diversos zumbis circulavam e davam sustos nas pessoas, com maquiagens realistas e roupas rasgadas. Na parte de cima do estande, uma tela enorme passava o primeiro trailer, com imagens de gameplay e muita ação. De longe, era possível ver as pessoas se preparando para jogar: algo que envolvia um processo um pouco complexo.
Antes de sentar para jogar, o usuário ganhava um boné, com um sensor interno. Era necessário colocar diversas informações — e concordar com vários termos de responsabilidade — em tablets colocados em uma mesa. Antes de colocar o acessório de realidade aumentada, o jogador sentava em uma cadeira de rodas e recebia algumas instruções: não haveria controle, mas ele receberia uma enorme arma em certo momento, e só poderia atirar quando tivesse balas. Quando chegou a nossa vez, conseguimos entender melhor o que queriam dizer.
Os zumbis que andavam ao redor eram tão reais que deixavam as pessoas receosas. |
Preso e indefeso
A primeira sensação com o óculos StarVR era a de que ele é muito grande para ser comercializado. Difícil de ajustar, ele consegue trazer uma imersão maior, por aumentar a visão periférica. Ainda assim, sua definição parecia menor do que a do Morpheus, tornando a experiência um pouco embaçada em alguns momentos. O meu nome aparece na tela e o jogo inicia.
Olho ao redor e vejo que, não por coincidência, estou em uma cadeira de rodas. A sensação é assustadoramente incrível, já que no jogo alguém nos empurra e temos a sensação de estar em movimento, mesmo estando parados. Os primeiros minutos são feitos para que observemos ao redor e nos sintamos dentro do prédio onde os personagens se encontram, enquanto dezenas de zumbis começam a aparecer por todos os cantos. Quando parece que não há mais escapatória, um colega entrega uma arma, e, para a nossa surpresa, realmente ganhamos uma no mundo real.
Os dois funcionários da empresa tinham que saber tudo o que ocorria no jogo, para chacoalhar a cadeira e entregar a arma nos momentos certos. |
A enorme arma de plástico estava cheia de sensores, o que fazia com que todos os seus movimentos fossem captados por uma câmera perfeitamente. No jogo, estávamos com um tipo de rifle, e era possível examiná-lo cuidadosamente (o que era feito por todos). Assim que ganhamos balas, passamos a atirar em todos os zumbis possíveis — sempre mirando na cabeça.
Apesar de cansados devido ao grande número de movimentos, a diversão e imersão eram enormes, e não queríamos sair dali. As balas pareciam ser infinitas, o que garantia muito sangue vindo em nossa direção. Mas a diversão logo acabou: as balas acabaram e ninguém veio para nos salvar. A sensação é horrível: diversos zumbis se aproximam para te devorar, enquanto nada pode ser feito além de esperar pela morte (diversos jogadores gritavam e esperneavam nessa hora). Retirar os óculos foi, até mesmo, aliviante.
O StarVR embaça muito facilmente, sendo necessário limpar suas telas com lenços de papel após a utilização. |
Mesmo após a experiência, que foi muito divertida, não nos convencemos de que o jogo seja tão bom quanto promete. É impossível que tenhamos aparelhos tão grandes e difíceis de instalar como a enorme arma e os óculos com sensores, e eliminando a tecnologia de realidade virtual, ele se torna apenas um jogo comum. Aguardemos por mais novidades e, quem sabe, uma versão mais leve e compacta dos acessórios: seria incrível encontrar a Michonne e matar uns zumbis ao lado dela (literalmente).
Capa: Peterson Barros