Antes de tudo, fomos situados ao que vivenciaríamos. The Assembly lida com diversos enigmas e quebra-cabeças em torno de uma história envolvendo pesquisas científicas e o vírus da gripe aviária: um grupo de cientistas famosos está envolvido em algo muito maior envolvendo toda a humanidade. Desde o início dois personagens são controlados em diversos momentos até que suas histórias se cruzem, e isso resultará em resultados diferenciados para cara jogador, com base nas escolhas feitas.
O grande momento chegou e vestimos o Morpheus, enquanto o jogo rodava perfeitamente em um PlayStation 4. Curiosamente, o peso do acessório não incomoda como aparenta, sendo estranhamente confortável e anatômico, fazendo-nos esquecer que o usamos durante o jogo. Houve um problema, porém: não consegui jogar utilizando os meus óculos do dia a dia por baixo, já que minha visão piorou de maneira considerável. Ainda assim, caso este não seja o caso da maior parte dos jogadores, pode ser confortante dizer que nada fica apertado e/ou dolorido caso tenham que usá-los.
Outro universo
A primeira reação ao iniciar o jogo é a de curiosidade. Tudo ao redor parece estranhamente real: basta virar a cabeça para baixo para ver outro corpo, que não é o nosso. Estamos em um deserto, amarrados, enquanto pessoas nos carregam para algo que parece ser uma base secreta. Nada fazemos além de observar, enquanto adentramos o recinto e deixamos de sentir qualquer tipo de incômodo inicial.
Muitas pessoas sentem enjoos quando assistem a filmes em três dimensões. Essas não devem chegar perto da realidade virtual: movimentos bruscos causam bastante desconforto, revirando o estômago e nos fazendo ter o impulso de remover o acessório. Isso só piora quando passamos a ter o controle do personagem, que caminha em meio a um laboratório.
Ao andar pelas poucas salas disponíveis, pequenos detalhes chamam a atenção: inclinar o corpo para frente em direção aos objetos permite que vejamos seus detalhes, Algumas coisas podem sofrer interação, sendo iluminadas por cores específicas e ajudando na progressão da história., enquanto outras não têm grande papel (ao menos no que pudemos conferir).
Ao andar pelas poucas salas disponíveis, pequenos detalhes chamam a atenção: inclinar o corpo para frente em direção aos objetos permite que vejamos seus detalhes, Algumas coisas podem sofrer interação, sendo iluminadas por cores específicas e ajudando na progressão da história., enquanto outras não têm grande papel (ao menos no que pudemos conferir).
Alguns minutos precisam ser gastos para explorar o ambiente, seja para que o usuário passe mais tempo com o conteúdo e se acostume com as sensações causadas pela realidade virtual ou para que ele veja a riqueza de fidelidade que os óculos da Sony conseguem transmitir através do PS4.
Um futuro promissor
Com a ajuda de um dos desenvolvedores conseguimos terminar a demonstração em alguns minutos. Apesar de fácil, foi preciso um pouco de estômago para não passar mal com as desorientações causadas pela realidade virtual, que só melhoraram após um bom tempo de utilização. A promessa é a de que o jogo seja lançado junto ao Morpheus (primeiro trimestre de 2016), fazendo uso da nova função do console.
Como o foco será baseado nas relações pessoais e na história dos personagens, a utilização da realidade virtual transforma tudo em algo extremamente realista e mais imersivo, fazendo-nos sentir na pele tudo o que eles passam, É muito difícil que entendamos e passemos a nos importar com os personagens e suas histórias em tão pouco tempo, deixando grande parte da surpresa e diversão em torno na tecnologia utilizada para jogar.
É inegável que a realidade virtual esteja chegando com tudo. Com mais de 26 estandes dentro da E3 mostrando seus produtos e jogos feitos para tal, só conseguimos imaginar se o jogador está pronto para ter que se acostumar com uma nova forma de jogar e de enxergar os universos virtuais. Apesar de muito empolgado, temo por um futuro no qual deva jogar menos videogame por conta de frequentes enjoos. The Assembly pode se tornar um jogo incrível, mas que perderá todo o seu charme em uma televisão convencional. Se até lá não estivermos mais adaptados, poderemos deixar de conferir um ótimo título, então resta torcer para que, um dia, todas as realidades passem a ser só uma e não nos surpreendamos com isso.
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Felipe Araujo
Capa: Felipe Araujo