Análise: D4: Dark Dreams Don’t Die (Season One) (Multi) marca o retorno de Suehiro e da série D

D4 nos apresenta uma imersiva história de investigação, cheia de personagens pitorescos.

em 26/06/2015


D4: Dark Dreams Don’t Die (Season One) (Multi) é um jogo de point-and-click e investigação desenvolvido pela Access Games e distribuído originalmente pela Microsoft Studios como um exclusivo do Xbox One e, posteriormente, lançado para PC pela Playism. Ambas as versões foram distribuídas de modo episódico, ou seja, dividido em capítulos e temporadas.



De D1 a D4


O nome D4 não foi dado ao jogo simples e puramente por seu título conter 4 letras “D(s)”, na verdade o significado vai além disso. D se trata de uma série de jogos do gênero Survival Horror que vieram à tona a partir dos eventos da “digital actress” Laura (atriz digital Laura). Esses jogos foram distribuídos pela falecida desenvolvedora WARP que foi responsável pela criação de D (PC/PS/3DO/Saturn), Enemy Zero (PC/Saturn), D2 (Dreamcast). Mesmo após a falência da desenvolvedora, a série continuou com o jogo Deadly Premoniton (Multi), desenvolvido também pela Access Games, que, pela lógica, especula-se que corresponda ao D3.


Essa é a história de um homem com um destino estranho...

No jogo você encarna o personagem David Young, um detetive particular cuja linda e jovem esposa, Little Peggy, foi assassinada sob circunstâncias misteriosas e suas últimas palavras foram: “Procure por D”. Os eventos foram tão traumáticos que causaram uma espécie de amnésia em Young e, ao mesmo tempo, lhe deram poderes que lhe permitiriam não apenas recuperar sua memória, mas que mudariam a sua vida e a de todos ao seu redor para sempre.



A primeira temporada do jogo é dividida em três partes: Prelúdio, Capítulo 1 e Capítulo 2, lembrando que ele foi lançado quebrado em partes somente para o Xbox One e que a história ainda não foi encerrada, ou seja, se você é uma daquelas pessoas que não se aguenta de ansiedade, ficará decepcionado, pois o próprio Hitedaka, diretor do game, já declarou não saber nem quantos ou quando os próximos episódios serão lançados.
       

D4 é ainda melhor


O game é esteticamente muito belo e apresenta um visual que se assemelha muito a HQ(s) coloridas, atentando-se muitos aos detalhes como dobras e amassados nas roupas de cada personagem, o objetivo deste estilo parece ser mostrar além: as imperfeições presentes em toda a beleza do estilo.



À primeira vista, D4 parece ser mais um point-and-click, como qualquer outro, como os inúmeros títulos desenvolvidos pela Telltale, que apesar ser a responsável por colocar o gênero de “volta no mapa” e por excelentes narrativas, não apresentam inovação alguma. Mas não se engane, DDDD já começa se diferenciando pelos detalhes presentes em suas mecânicas,  como quando você se posiciona sob uma determinada pessoa ou objeto e lhe são apresentados todo tipo de características referentes a este, que vão desde de datas até mesmo aos sentimentos de David. Além disso, a cada vez que você descobre novas informações dentro do jogo, este lhe premia com créditos, que podem ser gastos posteriormente na compra de novas roupas, visuais e alimentos.



O game apresenta um sistema de três atributos que será muito familiar para aqueles que tiveram algum experiência com algum dos outros jogos da série D. Os atributos são: Vigor, Visão e Vitalidade. O primeiro corresponde à sua disposição e fôlego dentro do jogo, de modo que a cada interação realizada, tanto com objetos quanto personagens, perdem-se parte dos níveis deste atributo e quando estes níveis chegam a zero, você desmaia. O segundo lhe auxiliará a encontrar pistas para prosseguir no jogo, pintando-as temporariamente de dourado, o que é muito útil quando você simplesmente não tem mais ideia do que fazer, coisa comum em point-in-clicks. E o último corresponde a sua “barra de vida” dentro do jogo, que será usada nos momentos que envolvem ação e combate — quando essa barra chega à zero, Young morre.



Outro elemento que distingue D4 dos point-and-clicks comuns é que ele é um game composto de cenários pequenos, geralmente um por episódio, porém seu foco volta-se quase que totalmente para ações investigativas, de modo que os puzzles não marcam muita presença no game. Em outras palavras, procurar pistas e interrogar pessoas, suspeitas ou não, são o forte do jogo.



A interação com os objetos e com os personagens são um show à parte. A relação com cada um dos cenários é bastante dinâmica, permitindo ao jogador abrir qualquer porta ou gaveta dentro do jogo, observar e adquirir objetos úteis que ali se encontrem. A interação com os outros personagens também é bastante complexa, não se limitando a meras conversas, o que acaba nos guiando mais a fundo tanto na história do jogo quanto da pessoa com quem estamos lidando. Por exemplo, no prelúdio, se David optar por tomar um café da manhã com seu parceiro Forrest Casey, ele não só descobrirá mais sobre a vida de seu parceiro, como recuperará seu vigor e terá acesso a novos arquivos sobre o caso.



Além de Casey, há ainda outros personagens tão ou mais carismáticos e, com toda a certeza, muito mais excêntricos. Entre eles destaca-se o designer de moda Duncan, fundador da nova tendência “retrô militar”, cuja melhor amiga é uma estranha manequim, a qual ele leva para todo canto, inclusive em suas viagens.



E o jogo vai ainda além e também nos apresenta alguns momentos de ação e conflito, nos quais Young pode ser ferido e inclusive morrer. Toda essa ação é resolvida através de diferentes quick time events, que variam desde a execução de movimentos retilíneos até arrastar objetos para determinados locais da tela.

E o resultado dessa investigação foi...


Dark Dreams Don’t Die herdou todas as qualidades de seus irmãos mais novos da série D, unindo personagens pitorescos a uma história imersiva, instigante e com alguns toques de humor. Essas características, sem sombra de dúvida, fazem de D4 um dos melhores jogos do gênero point-in-click e investigação dos últimos tempos, além de ser um excelente motivo para se adquirir um Xbox One.

O diretor Suehiro ao lado da manequim Sukey


Prós

  • Belo visual;
  • História imersiva;
  • Personagens únicos;
  • Sistema de point-in-click investigativo.

Contras

  • Nenhum contra!
D4: Dark Dreams Don’t Die (Season One) (Multi) — PC/XBO — Nota 10.0    Versão utilizada para análise: PC


Revisão: Alberto Canen
Capa: Victor Pereira

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