Os Cavaleiros do Zodíaco: os jogos que marcaram a série

Acompanhe a trajetória dos Cavaleiros de Atena na difícil missão de proteger a sua deusa nos jogos.

em 27/05/2015

Eles invadiram os mangás, TVs, brinquedos, figurinhas e tudo mais que uma pessoa pode sonhar durante a década de 1990. E não podia ser diferente com os videogames. Mesmo sem o mesmo brilho das outras mídias, Os Cavaleiros do Zodíaco deixaram seus cosmos em forma de bits e polígonos. Preparados para atingir o sétimo sentido e proteger Saori das forças do mal? Então vista sua armadura e relembre a aventura dos defensores de Atena nos games.

Atingindo o cosmo máximo 

“Tem sempre alguém no cosmos ajudando um cavaleiro a vencer (...)”. Se você cantarolou esse trecho inicial, parabéns, sua infância foi inesquecível. Se não, faça um favor a si mesmo e corra atrás do prejuízo assistindo um dos melhores animes de todos os tempos: Os Cavaleiros do Zodíaco.

O anime que estreou pela extinta (e lendária) TV Manchete durante a década de 1990 foi um sucesso de público no Brasil e no mundo, principalmente no Japão, onde a série teve origem nos mangás. Escritos e ilustrados por Masami Kurumada, os “quadrinhos japoneses” dos Cavaleiros do Zodíaco — por lá chamados de Saint Seiya — foram publicados na revista Weekly Shōnen Jump, de 1985 a 1989, e adaptadas para anime pela Toei Animation. Isso tratando-se da série original, a primeira de muitas que viriam.
A história da série mostra cinco guerreiros místicos chamados de "Cavaleiros" que lutam vestindo "Armaduras" sagradas baseadas nas diversas constelações que protegem cada um. A missão desses poderosos guerreiros é defender a reencarnação da deusa grega Atena em sua batalha contra outros deuses do Olimpo que pretendem dominar a Terra, como Poseidon e Hades, entre outros.
Foi justamente a versão animada que se tornou fenômeno no Brasil, abrindo as portas para os animes japoneses e dando origem à paixão dos jovens por colecionar tudo a respeito dos Cavaleiros, como mangás, VHSs, bonecos, figurinhas, álbuns e todo tipo de coisa. Era uma invasão zodiacal. Sendo assim, era de se imaginar que logo tomariam conta dos videogames, uma das novas formas de diversão da garotada na época.

E nada mais justo do que sonhar com um jogo com Seiya e seus amigos como protagonistas. Pena que foram poucos os títulos lançados, principalmente por esse lado do globo. Mas, aproveitando o retorno dos Cavaleiros do Zodíaco, com a nova série chamada Alma de Ouro, resolvemos relembrar os jogos dos protetores de Atena, mesmo que poucos tenham chegado até nós.

Saint Seiya: Ougon Densetsu (NES — 1987) 

A aventura de Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki, nos videogames, começa no Nintendinho. O primeiro jogo dos Cavaleiros na verdade é “do” cavaleiro. Assim como o título original (Saint Seiya), a aventura tem foco em Seiya, o Cavaleiros de Pégaso. O jogo é uma mistura de plataforma com RPG por turnos bem simples, onde o jogador percorre os eventos do série.


A trama inicia no momento em que Seiya conquista sua Armadura de Bronze contra Cassius — deixando de fora a Guerra Galáctica —, e segue pelo confronto contra os Cavaleiros Negros até chegar ao Santuário, na batalha contra os Cavaleiros de Ouro. Um fato curioso é que na época do lançamento do jogo, o anime ainda estava em exibição na TV japonesa. Por isso os confrontos não seguem a mesma ordem do que vimos na animação, nem mesmo no mangá.

Saint Seiya: Ougon Densetsu Kanketsu Hen (NES — 1988)

Com foco apenas na batalha das Doze Casas do Santuário, o segundo título dos Cavaleiros do Zodíaco, também para o NES, seguia um estilo mais voltado para ação e aventura, com gráficos mais detalhados e polidos. Um dos maiores atrativos era a fidelidade do jogo aos eventos da série. Diferente do seu antecessor, em Saint Seiya 2 — como ficou conhecido na época —, o jogador tinha o controle dos outros Cavaleiros de Bronze.


Antes de cada fase, o jogador escolhe o guerreiro que quer controlar, seguindo no caminho até a casa protegida por um dos Cavaleiros de Ouro. Nessa rota, o jogo tomava contornos de plataforma, com você precisando superar os obstáculos e atacando os inimigos. No fim da fase, enfrentávamos o guerreiro dourado em um combate por turnos. Mesmo meio confuso, esse título é um dos mais divertidos e interessantes da série.

Saint Paradise (Game Boy — 1992)

Foi no primeiro Game Boy que os Cavaleiros do Zodíaco protagonizaram um dos melhores e mais completos títulos da série. Em Saint Paradise o jogador explorava a história dos mangás, do Santuário à Poseidon — no mangá não existe a Saga de Asgard, criada exclusivamente para a TV.


O título lembra os RPGs clássicos da época, com direito a exploração do cenário, ganho de experiência e batalhas aleatórias por turnos, onde o jogador tinha sob controle um time de guerreiros. Pégaso, Cisne, Dragão e Andrômeda faziam parte da sua equipe, duelando contra os outros Cavaleiros pelo bem de Atena.

Saint Seiya Ougon Densetsuhen Perfect Edition (Wonderswan Color — 2003)

Este título é a prova definitiva de que os primeiros jogos dos Cavaleiros eram produzidos para um grupo muito restrito de jogadores. Apenas os japoneses, donos de um Wonderswan Color — console portátil da Bandai —, lá o início da década de 2000, tiveram o privilégio de jogá-lo.


Perfect Edition é um remake dos dois títulos do NES. Os sortudos que puseram a mão nessa obra o consideram uma das melhores experiências envolvendo os defensores de Atena em um videogame, já que une e melhora tudo que já foi feito até o momento na franquia. Ou seja: aventura, exploração, plataforma e combates por turnos.

Saint Seiya: The Sanctuary (PS2 — 2005)

Muito tempo já havia se passado desde as aventuras no NES — enquanto isso, jogávamos um jogos alternativos que vinham em CDs-ROM naquelas revistas que vendiam nas bancas de jornal — quando o PS2 ganhou seu grande título dos Cavaleiros do Zodíaco. Deixando completamente de lado o histórico da série com RPGs, Saint Seiya: The Sanctuary foi a realização de um velho sonho dos fãs.


Dessa vez, os cavaleiros protegidos por constelações se enfrentariam no campo de batalha em 3D, um contra um, nos moldes de grandes título de luta da época, como Dragon Ball Z Budokai. Como o subtítulo indica, o jogo reproduzia os combates da fase das 12 Casas. Com animações, golpes, armaduras e movimentações fieis aos da série animada, o título, mesmo sem nada de muito inovador, trouxe uma excelente experiência de jogo para os fãs da série. Bastava escolher um entre os 24 personagens disponíveis e elevar o cosmo até o Sétimo Sentido — nem que isso custasse um analógico a menos no controle.

Saint Seiya: The Hades (PS2 — 2006)

Um ano após a estréia no PlayStation 2, The Sanctuary ganharia uma continuação. Inspirado na primeira parte da saga de Hades, o jogo era exatamente igual ao seu antecessor. O modo história era o grande atrativo, recontando, através das animações originais do jogo, o desfecho dos Cavaleiros de Atena contra o Deus do submundo, Hades, e seu exército de espectros.


Personagens (49 ao todo) e modos secretos, melhorias gráficas e nos controles — dessa vez os combates eram mais rápidos e fluidos —, fizeram desse título algo ainda mais completo e aprimorado. Nunca foi tão divertido enfrentar aquele seu amigo que diz que Shun não é tão poderoso quanto Shiryu ou Seiya.

Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário (PS3 — 2011)

Com o poder do PlayStation 3 os jogos da franquia chegaram a um novo patamar. Batalha do Santuário revolucionou, mais uma vez, a história dos defensores de Atena nos videogames. Nem RPG, nem luta. Aqui a aventura é no estilo beat ’em up, lembrando títulos consagrados.


O jogo, como a maioria dos título baseados na série, é inspirado na Saga do Santuário, quando Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki lutam contra os 12 Cavaleiros de Ouro e precisam derrotar o Grande Mestre para salvar Saori Kido, a reencarnação da deusa Atena. E o melhor de tudo: esse foi o primeiro título da série que contou com legendas em português.

Saint Seiya Ω Ultimate Cosmo (PSP — 2012)

Focado na mais controversa das sagas dos Cavaleiros do Zodíaco, Ômega, o jogo, exclusivo do PSP e do mercado japonês, segue o mesmo estilo de luta dos primeiros jogos para o PS2. Contando com uma história original, onde o selo que prendia Poseidon na ânfora de Atena perde o efeito, libertando a sua alma mais uma vez, e colocando os novos Cavaleiros de Bronze num embate para saber o real lado do Deus dos mares.


Os combates acontecem na Ilha de Thalassa, local inédito, e conta com uma abertura exclusiva e vários finais alternativos. Apesar de bem restrito e abranger uma parte pouco adorada sa série, o título gerou certa curiosidade pelo fato de misturar uma novidade, Ômega, com Poseidon, da parte clássica da série.
Cavaleiros do Zodíaco: Cards
Lançado durante as comemorações de 25 anos da série, Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário, chegou aos cinemas mostrando os Cavaleiros de Atena em lindas animações 3D. E acompanhando o sucesso do longa, desenvolvedores brasileiros da empresa Aiyra, lançaram um jogo para dispositivos mobile baseado no filme — produzido em incríveis 21 dias. Trata-se de um jogo de cartas, com três modos (Santuário, Solo e Online), no qual seu cavaleiro precisa derrotar o cavaleiros adversários, ao melhor estilo Pokémon Trading Card Game.  

Os Cavaleiros Do Zodíaco: Bravos Soldados (PS3 — 2013)

Com um invejável time que conta com mais de 50 lutadores — praticamente todos os principais guerreiros da série —, entre diferentes versões de armaduras, uma variedade enorme de modos de batalha, suporte para partidas online e novamente legendas em português, Bravos Soldados tinha tudo para ser a experiência definitiva para os fãs dos Cavaleiros do Zodíaco nos videogames.


Pena que a falta de polimento — com exceção dos gráficos, que são os mais belos já feitos em um jogo da franquia —, afaste os mais entusiasmados. Com personagens praticamente idênticos, com pouca variação de movimentos entre si, e combates rasos, o jogo frusta até o mais apaixonado e cético pela série. Mas, tendo em vista a quantidade mínima de títulos dos Cavaleiros de Atena desse lado do planeta, não desperdice a chance de reviver os embates mais épicos dessa obra-prima criada pelo mestre Mazami Kurumada.

Outros títulos com os Cavaleiros do Zodíaco

Famicom Jump: Eiyū Retsuden (Famicom — 1989)
Pop'n Music Animation Melody (Arcade, PlayStation, Game Boy Color — 2000)
Pop'n Music Animelo 2 (Arcade — 2001)
Saint Seiya Typing Ryu Sei Ken (PC — 2002)
Saint Seiya Typing Ryu Sei Ken 2 (PC — 2003)
Jump! Ultimate Stars (DS — 2006)
Saint Seya 25th Anniversary (Pachinko — 2011)
Saint Seiya Online (PC — 2012)
Saint Seiya Cosmo Slottle (Android/iOS — 2013)
Saint Seiya - Golden Fierce Battle Chapter (Pachinko — 2014)
Saint Seiya Sugo-Waza Party Battle (Android/iOS — 2014)


Mesmo com a maioria dos jogos disponíveis apenas no Japão, a última década foi diferente para os fãs que direcionaram suas preces para Atena. Os novos títulos têm chegado no ocidente e melhor que isso, com certa frequência. De versões em japonês em consoles desconhecidos até as últimas aventuras com legendas em português, muita coisa mudou, e para melhor. Mas nada que se compare às últimas notícias vindas de Asgard.
Alma dos Soldados
Atendendo aos pedidos dos fãs brasileiros, a Bandai Namco, enfim, lançará um jogo da série dos guerreiros de Atena dublado em português. Isso mesmo que você leu. Todos os personagens do título, vindos das sagas do Santuário, Poseidon, Hades e de Alma de Ouro contarão com vozes do elenco original do anime no Brasil. 

Junto da nova série dos Cavaleiros do Zodíaco — iniciada em abril e transmitida de graça com legendas em português —, a Bandai Namco confirmou o jogo Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados. Disponível para PS3, PS4 e PC (através do Steam) no final do ano, o título de luta 3D trará melhorias no sistema de luta em relação aos seus antecessores e promete ser a versão definitiva da série, principalmente para o público brasileiro. Até lá, vamos acompanhando a jornada dos Cavaleiros do Ouro em Asgard e nos preparar para defender Atena na próxima aventura por este mítico universo. Me dê a sua força Pégaso!

Capa: Diego Migueis
Revisão: José Carlos Alves

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