Análise: LEGO Batman 3: Além de Gotham (Multi), aquém do esperado

Apesar de gráficos aprimorados e novas roupas, o terceiro título do Morcego de bloquinho não acrescenta nada à sua franquia, pelo contrário, é um retrocesso.

em 15/05/2015

LEGO Batman 3: Além de Gotham (Multi) é o vigésimo segundo jogo da franquia LEGO desenvolvido pela Traveller’s Tale e, como os últimos títulos da série, distribuído pela Warner Bros. Games. Geralmente não costumo citar os roteiristas do jogo, mas dessa vez vale a pena, pois se trata de Jon Burton, que é o próprio fundador da Traveller’s Tale e, principalmente, David A. Goodman, que escreveu alguns episódios das séries Futurama e Star Trek: Enterprise, entre outras grandes realizações.

Da mesma maneira que seu antecessor, LEGO Batman 2: DC Super Heroes (Multi), Além de Gotham é um jogo de ação e aventura envolvendo também a resolução de puzzles (quebra-cabeças). Aliás, os puzzles (quebra-cabeça) tem uma forte presença em toda a franquia e com este título não é diferente.

Nele há mais de 150 personagens do universo DC, que vão desde membros da Liga da Justiça, como Batman e Superman, até grandes vilões, como o líder dos Lanternas Vermelhos, Atrocitus. Você poderá desbloquear e jogar com a maioria dos personagens à medida que você progride no jogo, outros, porém, só poderão ser adquiridos após o termino do jogo, revisitando alguns localizações e outros ainda somente através de DLCs.

Para o alto e avante!

Neste novo título da franquia, Batman novamente se alia não só aos heróis, mas agora também aos vilões do universo DC. Tudo isso para impedir que um dos maiores e mais ameaçadores vilões deste mundo, Brainiac, destrua a Terra. O plano deste épico vilão é usar os poderes dos Anéis dos Lanternas Verdes e encolher mundos para incluí-los em sua excêntrica coleção de cidades-miniaturas por todo o universo.

Alguns pequenos detalhes são simplesmente nostálgicos, fazendo analogia a séries e filmes clássicos dos heróis da DC, como quando a Mulher Maravilha voa e toca a música tema do seu seriado, do final dos anos 1970 ou quando o Superman voa e toca o tema do filme estrelado por Christopher Reeve, também do final dos anos 70.

Mas as grandes novidades aqui são, de fato, os gráficos e os novos trajes. O visual do jogo melhorou bastante em comparação ao título anterior, principalmente nos quesitos iluminação e reflexo, a ponto dos personagens ficarem mais bonitos que qualquer brinquedo de LEGO real. Além disso, agora cada personagem possui oito roupas diferentes, o que muda não só o visual dos heróis como também seus poderes, de modo que agora você pode fazer isso a qualquer momento do jogo, sem necessidade de pausar ou coisa do tipo. O problema é que, na verdade, essa sensação de variedade é apenas ilusória, pois não demora a se notar que há muitas habilidades semelhantes, para não dizer iguais, entre os diferentes personagens.

Outro detalhe interessante é a presença do Bat-Mirim que, apesar de não ser jogável no início, quando necessário, dá dicas de como cada uma das novas roupas funciona, o que ajuda a desvendar os puzzles do jogo.

Aquém do esperado

Primeiramente, gostaria de frisar que eu gosto muito da franquia e estou ansiosíssimo por LEGO Jurassic World (Multi) e por LEGO Avengers (Multi), todavia tenho de admitir que além de formulas e mecânicas clichês, presentes maioria dos jogos da franquia nos últimos dez anos, que continuam sendo divertidas apesar de tudo, o jogo parece ter sofrido uma espécie de retrocesso em comparação à outros jogos da franquia, como o LEGO Marvel Super Heroes (Multi), por exemplo, que possuía toda Nova York como um mundo aberto a ser explorado e, uma vez que o LEGO Batman 3 foi criado pela mesma desenvolvedora, à expectativa era, no mínimo, que este possuísse fases abertas e não lineares, entretanto o que ocorre é exatamente o contrário. O jogo possui 16 fases onde você não tem nenhuma outra opção a não ser seguir o ritmo da história, podendo apenas explora-las devidamente ao termino do jogo.

Um fator que poderia ajudar não só esse título, mas a franquia como um todo, é o modo cooperativo online. Há tempos a franquia conta com multiplayer local, então essa seria uma excelente adição. Tal modo de jogo permitiria a solução dos puzzles mais facilmente, já que duas (ou mais) cabeças pensam melhor que uma. E jogar com os amigos é sempre mais divertido, mas nem sempre podemos tê-los em casa pra nos ajudar nesses pontos.

E, por fim, não posso deixar de citar novamente o problema puzzles, cujo sistema é o mesmo desde incontáveis títulos atrás. Não seria interessante e mais dinâmico se houvesse mais de uma solução para o mesmo puzzle? Se não for mais interessante, ao menos isso seria menos estressante, principalmente em ocasiões onde se costuma a ficar travado em um determinado quebra-cabeça e, depois, descobre que a única solução deste fazia pouco ou nenhum sentido com relação àquilo que o jogo estava lhe propondo. Nessas horas, vale a pena comparar LEGO Batman 3 à Scribblenauts Unmasked: A DC Comics Adventure (Multi), que coincidentemente também se utiliza dos heróis do universo DC, com a diferença que para cada um dos puzzles há dezenas de soluções diferentes e, para isso, é possível evocar qualquer um dos personagens a qualquer momento do jogo. Enquanto em LEGO Batman cada puzzle possui apenas uma solução e você só pode utilizar quatro heróis (ou vilões) por vez.

Admito que nos últimos anos, em questão de quadrinhos, estou gostando mais das histórias e heróis da DC do que as de quaisquer outras HQs de super-heróis e que só assim seria possível realmente apreciar este título, que além de não apresentar nenhuma novidade relevante, é um retrocesso quando comparado aos jogos recentes da série.

Prós

  • Gráficos aprimorados
  • Maior quantidade de roupas

Contras

  • Fases fechadas e lineares
  • Puzzles que, algumas vezes, não fazem sentido algum
  • Ausência de modo cooperativo online


Lego Batman 3: Além de Gotham — Multi — Nota: 5.0
Versão Utilizada: PC


Capa: Victor Pereira (Ryo)
Revisor: José Carlos Alves

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