Selecionamos alguns jogos — e obras de outras mídias também — para satisfazer as almas sedentas por mais.
Demon’s Souls (PS3)
Recomendação um tanto óbvia, não é? Se alguém gostou de Bloodborne, é muito provável que também goste dos outros jogos da série Souls. Na verdade, é quase certo que a maioria dos jogadores de Bloodborne já sejam fãs de longa data da série.Mas por que Demon’s Souls, e não seu irmão mais novo, popular e acessível (e discutivelmente melhor), Dark Souls (Multi)? Por dois motivos: primeiramente, porque muitos não jogaram o exclusivo de PS3. Mais do que um “mero” antecessor espiritual, Demon’s Souls é um título único, com suas próprias ideias e personalidade. Todo fã da série Souls deveria se esforçar para jogá-lo.
Em segundo lugar, porque um dos níveis do game, a Tower of Latria, foi inspiração direta para o level design e ambientação de Bloodborne. Aliás, não só essa parte, mas várias. Hidetaka Miyazaki, diretor da série, chegou a declarar que sua nova obra “carregava o DNA de Demon’s Souls e seu level design bem específico.”
Shadow Tower (PS)
Um dos antecessores da série Souls. Se King’s Field (PS) é um avô de Demon’s Souls, Shadow Tower é o tio estranho e muitas vezes esquecido. Muitas das características amadas da série já estavam presentes aqui: desafio, excelente level design, história críptica, ambientação fantástica sombria…Diferente de seus sucessores, Shadow Tower possui uma perspectiva em primeira pessoa. Outra grande diferença é a presença de armas de fogo, que tomam destaque no arsenal — assim como Bloodborne. Talvez Miyazaki tenha se inspirado um pouco em Shadow Tower ao fazer seu novo jogo?
Lançado em 1998, é possível adquirir o título na PS Store — ele foi disponibilizado em forma digital na semana de lançamento de Bloodborne. Uma sequência para o game, intitulada Shadow Tower Abyss, foi lançada em 2003, exclusivamente para o PS2. Infelizmente, ela nunca saiu do Japão.
Quake (Multi)
À primeira vista, Quake não parece ter muito em comum com Bloodborne. Afinal de contas, o que um FPS teria a ver com um action-RPG em terceira pessoa? Mas basta uma comparação menos superficial para ver que ambos se assemelham bastante. Excelente level design? Checado. Ambientação que mistura elementos medievais, góticos e lovecraftianos? Checado. Dificuldade insana? Checado. Multiplayer online revolucionário (para suas épocas)? Checado.Monstros horripilantes que vão lhe matar em poucos segundos? Duplamente checado! |
Sunless Sea (PC)
Um dos maiores prazeres de se jogar um título da série Souls é explorar aqueles mundos fantásticos. Eles são de tirar o fôlego, não só porque tentam te matar a cada segundo, mas também devido à ambientação fantástica, rica em detalhes e cheia de segredos.Sunless Sea destila essas características e faz um jogo focado apenas nisso: exploração de um mundo fantástico e sombrio. No título, você controla um barco a vapor enquanto cruza os oceanos de Fallen London, um universo vitoriano gótico decadente. Muitos perigos aguardam aqueles com coragem de se aventurar pelas águas dominadas pelos deuses do mar profundo: icebergs vivos, caranguejos gigantes, abominações eldritchianas e até mesmo sua própria tripulação, que pode sucumbir à loucura e canibalismo.
Castlevania: The Dracula X Chronicles (PSP)
O mito de Drácula foi uma das influências declaradas de Bloodborne. Miyazaki cita tanto o romance clássico quanto a arquitetura romena como fontes de inspiração. Obviamente, Bloodborne não foi o primeiro jogo eletrônico influenciando pela obra de Bram Stoker. Uma das séries de jogos mais tradicionais a lidar com o tema é Castlevania.Uma das adições mais intrigantes à série é Castlevania: The Dracula X Chronicles, remake de Castlevania: Rondo of Blood (originalmente lançado no PC Engine, apenas no Japão). Antecessor do clássico Castlevania: Symphony of the Night (PSX), ele é quase que um meio termo entre os jogos cheios de ação que deixaram a franquia famosa no NES e os platform adventures que compõem o “vania” no gênero “metroidvania”. Dividido em estágios e com combate desafiador como os Castlevanias antigos, a história é bem desenvolvida, há vários finais, caminhos alternativos e exige certa exploração para se chegar ao “final feliz”, assim como seus sucessores.
A versão de PSP é idêntica à original, mas com gráficos refeitos, trabalho de voz e inclusão de um modo Boss Rush. Ele ainda vem com o Symphony of the Night incluso no pacote, com novos personagens e retradução — infelizmente, retiraram a clássica frase “What is a man?” no meio do processo.
Legacy of Kain: Soul Reaver (Multi)
Outro jogo com fortíssimas inspirações góticas e lovecraftianas. Sequência de Blood Omen: Legacy of Kain (PC, PS), neste action adventure você controla um vampiro transformado em wraith Raziel. A jogabilidade hack-and-slash não é tão desafiadora quanto os jogadores de Bloodborne podem esperar, mas eles se sentirão à vontade nos ambientes sombrios de Nosgoth e sua história cheia de deuses anciões.Além dos videogames
Berserk
A influência do mangá Berserk na série Souls é visível desde Demon’s Souls e prevalente em especial em Dark Souls. Ambientação, personagens (Astoria é basicamente Guts!), direção de arte… Há várias similaridades entre as obras. Com Bloodborne não poderia ser diferente. Qualquer semelhança entre a Hunter’s Mark e a Brand of Sacrifice não é mera coincidência.Há uma adaptação para anime com 25 episódios, além de uma série de filmes intitulada Berserk: The Golden Age. Vale a pena conferir todos.
H.P. Lovecraft
De longe, uma das maiores influências de Bloodborne e todas as outras obras citadas no artigo. Escolher apenas uma das contribuições do autor é um desafio à parte, ainda mais levando em conta o modo como suas histórias se conectam para formar um grandioso mito. Um bom ponto de partida é O Chamado de Cthulhu (The Call of Cthulhu), que inaugura o Cthulhu Mythos e é uma pedra fundamental do gênero de horror cósmico.O Rei de Amarelo
Muitas outras obras certamente influenciaram Bloodborne, direta ou indiretamente — e, dada a excelência do jogo, não é de se espantar se muitas outras sejam inspiradas por ele. E você, fã da série Souls, recomenda algum outro jogo para os viciados em desafios? E o que achou de nossas recomendações? Não se esqueça de deixar suas opiniões e sugestões nos comentários!
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Daniel Serezane