Pipoca Blast #04: Sabonetes, Doutor Quem e outras loucuras

Vem aí um dos primeiros (de muitos) feriados prolongados do ano. Não deixe de conferir algumas dicas do que fazer durante ele!

em 13/02/2015
Este final de emana será especial para alguns de nós por um simples motivo: muitos vão emendá-lo com o Carnaval, só voltando a trabalhar ou estudar na quarta-feira. Os que não vão sair na folia certamente vão aproveitar esse período longo de descanso para aliviar o estresse.


Mas, como não dá para ficar a folga toda só jogando videogames… Ok, na verdade dá sim — eu mesmo sou culpado deste pecado —, entretanto, se algum de vocês estiver procurando alguma outra coisa para fazer no feriadão, nossa equipe reuniu algumas dicas de livros, séries e filmes para aproveitar até a volta às aulas ou trabalho!

Aline Miki

Aproveitando a deixa da notícia do live action americano Ghost in the Shell, eu recomendaria este anime, não só pelo fato dele ter inspirado Matrix, dos irmãos Wachowski, como pela trilha sonora incrível, trama e simbolismo. Enfim, quem é apaixonado por ficção científica tem que assistir.

Nivaldo Cavalcante

Minha indicação vai para o seriado The Tomorrow People. A série, atualmente exibida todos os dias às 19h na MTV, mostra uma guerra secreta entre o governo, representado pela Ultra, e os “seres do amanhã”, que são um tipo de meta-humanos (sim, isso lembra X-men), mas, nesse caso os poderes dos “revelados” são tecnicamente parecidos, chamados de os três Ts: Teletransporte, Telepatia e Telecinese.

É claro que existe sempre aquele personagem “phoda” que é o bambambam da trama, no caso aqui, Stephen Jameson, que também consegue parar o tempo por alguns minutos, habilidade herdada do pai. A história começa com Stephen descobrindo seus poderes na escola e, devido as circunstâncias, acaba achando que está ficando louco, mas sua ideia vai mudando quando os poderes começam a se desenvolver. Neste ponto, temos Cara Coburn, uma revelada que tentará encontrar e ajudar Stephen antes da Ultra. O seriado é dos mesmos criadores de The Vampire Diaries, Arrow e The Originals.

Gilson Peres

Gosta de viagens no tempo? Ficção científica? Histórias bizarras, engraçadas e surpreendentes? Tem a mente aberta? Então sim, você vai gostar de Doctor Who! Este é um seriado britânico que começou a ser exibido em 1963 e é lançado até hoje! Mas fiquem tranquilos, vocês não precisam começar a ver os episódios lá nos clássicos (a não ser que tenha a mente muito aberta mesmo). Em 2005, uma nova temporada de Doctor Who começou, dando reinício à premiada série, que agora já conta com sete temporadas.

A série acompanha as aventuras de Doctor (“Só Doctor”), um alienígena conhecido por ser “O Último Senhor do Tempo”, em sua nave TARDIS, que é disfarçada de uma cabine policial dos anos 1950. O chamariz principal da série é o fato da nave poder viajar para qualquer lugar do tempo e do espaço. E não pensem que essa é mais uma daquelas histórias que eles mexem, mexem e tudo volta para o lugar. Vejam e vocês entenderão! A série tem humor, ação, drama, romance, aventura, suspense, terror e muita, muita ficção científica. Para os nerds de plantão que ainda não viram, é uma boa pedida para terminar as férias em grande estilo! Principalmente pelo fato das sete temporadas estarem completinhas no Netflix. Eu segui esse conselho e não estou nem um pouco arrependido!

Leandro Rizzardi

Sempre gostei muito de estudar os grandes momentos da história, pesquisando a fundo sobre tudo o que conseguisse encontrar. Certo dia, pesquisando sobre a bomba atômica de Hiroshima, encontrei uma animação que conta a história de um pequeno garoto antes, durante e depois da bomba. E foi a partir dela que encontrei os livros GEN (Pés Descalços).
Escritos por e desenhados Keiji Nakazawa, os volumes (em formato de histórias em quadrinho) nos fazem enxergar os fatos com os olhos de quem estava lá na vida real — o autor foi um dos poucos sobreviventes. Aos que pensam que a história é comum, há muito mais do que sabemos, já que os Estados Unidos tentam ocultar esse grande desastre por serem os culpados.

De maneira divertida e delicada, o pequeno Gen vive sua infância em meio aos destroços de sua cidade e milhares de corpos, sem perder sua inocência. É muito difícil de imaginar tudo o que acontece na sua história como algo que tenha acontecido de verdade — como poderíamos saber que o pior ocorreu após a bomba, e não durante? Dividido em 7 edições no Brasil, pela Conrad, Gen (Pés Descalços) é uma obra de arte que deveria ser lida por todos, para evitar que o homem venha a fazer algo tão terrível assim novamente. Keiji Nakazawa nos deixou em 2012, vítima de câncer de pulmão, mas nos trouxe uma história que nunca esqueceremos. Obrigado, mestre!

Renan Pinheiro

Juntando a paixão por animes, Sega e história dos games, vamos conhecer um peculiar anime da Sega que não tem medo de inovar e até de tirar um pouco de onda com seus clássicos. Se Ha Girls School (セガ・ハード・ガールズ (Sega Hādo Gāruzu)), ou HighSchool Sega Hard Girls, conta a jornada do ano letivo de um trio que se conhece na porta da escola.

A estudiosa Mega Drive; a despreocupada e extremamente lógica Sega Saturn e a estabanada high tech Dreamcast. Juntas elas realizam aventuras dentro do universo dos grandes jogos da empresa, com o objetivo de juntar 100 moedas e passarem de ano. Vamos conhecendo mais sobre a produtora, sobre jogos como Sonic, Golden Axe, Space Channel 5, Virtua Fighters e outros, além de também mostrar outras Hard Girls como Master System e Game Gear.
Isso dá uma série de novas conotações àquela história lá do Dreamcast. Sim, aquela mesmo.

O anime vai em cheio para você que quer se divertir, que quer ver o mundo dos games de outra maneira, ou que tem pouco tempo e deseja aproveitar bem esse tempo. Ao todo, são 13 episódios, com duração em torno de 10 minutos cada. A popularidade das personagens foi crescendo, ao nível de estarem em um patamar similar a de Hatsune Miku, a diva vocaloid.

Além do anime, há uma Light Novel em dois volumes.

Ailton Bueno

Hoje vou recomendar um seriado fantástico que, pelo menos para mim, teve um começo muito bom, um desenvolvimento ótimo e um final extremamente inesperado. O maravilhoso How I Met Your Mother, ou simplesmente, HIMYM, como os fãs chamam a série.

HIMYM estreou em 2005 na CBS para suprir o espaço deixado por Friends na TV norte americana e o fez com louvor. O seriado é estrelado por Josh Radnor (Ted Mosby), Jason Segel (Marshal Eriksen), Cobie Smulders (Robin Scherbatsky) Neil Patrick Harris (Barney Stinson) e Alyson Hannigan (Lily Aldrin). Logo no início do episódio, que começa em 2030, ouvimos o Ted do futuro contar a seus filhos a grandiosa história de como ele conheceu a mãe deles.

Olhando assim, por cima, a história pode parecer boba e descompromissada, mas, conforme os episódios e temporadas vão passando, nós começamos a torcer por todos na série. Ted quer basicamente encontrar a sua cara metade, e sempre acontece alguma coisa que o impede ou direciona para o encontro com a Mãe. Lily e Marshal são o casal perfeito, conheceram-se na faculdade, são o primeiro amor um do outro e os melhores amigos de Ted. Em vários episódios, torcemos por eles, principalmente por Marshal, com um dos episódios mais emblemáticos do seriado, para ser mais preciso o 6x13 Barney, wait for it, Stinson é o pegador e criador de praticamente todos os bordões do seriado, tenho certeza que você vai gostar e muito desse personagem. Robin é uma canadense que foi criada como um menino e sonha em ser uma respeitada jornalista.

How I Met Yout Mother teve, no total, 9 temporadas e 208 episódios. Foi indicada para diversos prêmios, dentre eles como melhor série de comédia no Emmy, uma das maiores premiações para a TV do mundo. E conforme acompanhamos a históra de Ted, rimos, emocionamo-nos, torcemos e, o principal, não aguentamos muito para assistir o próximo episódio. HIMYM já tem 8 temporadas disponíveis no Netflix, dublado e legendado, além dos DVDs vendidos nas melhores lojas. Recomendo demais esse seriado, tenho certeza que você vai adorar Ted e sua turma.

Blue Danilo

Recentemente, reassisti a Nausicaä do Vale do Vento, talvez muitos já tenham ouvido falar da animação ou dos mangás por serem uma das obras-primas do mestre Hayao Miyazaki. O longa é considerado também o trabalho inicial do prestigiado estúdio Ghibli (o único estúdio de animação japonesa a ser premiado com um Oscar), embora tenha sido feito ainda antes mesmo da fundação deste.

Logo de cara, com as belas imagens que remontam as origens e o fundo da história, e apenas com a trilha sonora, já dá pra ter uma ideia da sensibilidade do filme (marca registrada de Hayao em todas as suas obras). Nausicaä se passa num cenário pós-apocaliptco, onde a humanidade atual resiste em pequenas populações e reinos, tendo perdido, há muito, grande parte das tecnologias das maquinas, vivendo de maneira simples e quase rústica.

Neste cenário de ruínas, onde o ecossistema da Terra fora quase totalmente destruído, surgiu ainda o misterioso Mar da Corrupção, uma floresta altamente tóxica com plantas e insetos gigantes e hostis, que tende a devorar cada vez mais todo o planeta. Mas a vida não segue sem esperança, não ao menos para os habitantes do Vale do Vento, que vêem na princesa de seu povoado a força e a coragem que precisam para viverem com alegria.

Nausicaä é a jovem filha do líder do povoado, carrega um poder misterioso consigo, aos quais vemos os sinais nos primeiros minutos do filme, quando um animalzinho, até então feroz e selvagem, curva-se perante a sua docilidade, mas não sem antes atacá-la e feri-la mordendo-lhe a mão, gesto que a princesa insistiu em afirmar que era apenas “medo” (Esta cena para mim é muito significativa, minha preferida talvez…)

Nausicaä seguirá sua jornada a fim de descobrir o que se passa com o tal Mar da Corrupção, como e por que ele surgiu? Seu propósito é mesmo destruir todo o mundo? Lutará ainda contra um império que invadira seu vilarejo, reinvidicando-o para a guerra, ao mesmo tempo em que estes eventos a despertam para um papel ainda maior…pHá uma profecia que diz que a humanidade perdeu o elo com a Terra, a natureza não o reconhece mais como um filho seu, mas, há o porém daquele que virá, um homem vestido num estranho robe azul, que restaurará este elo…

Para saber mais, só assistindo! Mais que recomendo.

Gabriel Minossi

Aproveitando uma promoção de fim de ano da Google Play Books, que estava dando vários livros, peguei o A Espada do Destino do escritor Andrzej Sapkowski. De início, não havia ligado o nome à pessoa, porém, a capa já entrega todo o ouro do livro: "A Saga do bruxo Geralt de Rívia - Livro 2". Quem jogou The Witcher (Multi) sabe do que eu estou falando.

Parece estranho comentar uma trilogia pelo segundo livro, mas não é, pois aí que mostra o quanto este autor é bom, cada história poderia ser lida de forma separada, mas sempre com um gancho que desperta a curiosidade para o que aconteceu antes, ou depois.

Mas, vamos à historia. Como dito, ela fala sobre o Bruxo Geralt de Rivia, um ser com um passado sombrio e um destino incerto, além de uma quimera criada para destruir seres sobrenaturais. Falando assim, o prezado leitor poderia pensar que ele é uma criatura bestial, quando na verdade é alguém justo, bom, e que apenas quer viver um dia por vez tranquilamente. Infelizmente, a vida dele não é fácil, pois bruxos não são vistos com bons olhos. As pessoas ainda associam os bruxos com as lendas antigas, e esse questionamento permeia todo o livro. O tom político e inteligente é uma marca dessa trilogia, pois, por mais que queiramos que o fim da história seja o esperado, sempre acaba acontecendo o óbvio e o que ninguém esperava. Várias vezes tive de largar o livro e ficar pensando sobre o que havia lido e o quanto aquilo foi incrível/triste/legal ou qualquer sentimento que surgisse.

Para quem curte o gênero fantasia e quer fugir dos estereótipos eu recomendo este livro. Apesar de não ter batalhas épicas, é na interação dos personagens que reside seu diferencial, uma ótima leitura para um feriado prolongado ou, assim como eu, para aproveitar cada momento para ler no celular. Ah, pode ler em copia física também, está disponível nas melhores livrarias.

Lucas Pinheiro Silva

Nunca fui muito interessado em cinema e somente este ano estou tirando o meu “atraso cinematográfico”. Comecei a assistir alguns filmes que estava devendo ao universo — Poderoso Chefão, Pulp Fiction, Alien… até que me deparei com Clube da Luta.

Estou até agora me perguntando como sobrevivi sem ter assistido a este filme espetacular.

Este é um dos filmes mais enganosos da face da Terra, a começar pelo título. O que parece ser uma história sobre clubes clandestinos de luta, acaba se revelando como uma poderosa crítica da sociedade moderna, com diálogos extremamente marcantes e personagens profundos, multidimensionais, carismáticos e (só um pouquinho) perturbadores.

O filme também conta com um dos plot twists mais insanos da cultura pop, que vai te obrigar a assití-lo pelo menos mais uma vez após a grande revelação.

Se há entre os nossos leitores alguém que, como eu, acabou deixando esse clássico passar por um motivo ou outro, não perca tempo e vá atrás dele agora.

Gostaram de nossas recomendações, Blasters? Se algum de vocês já conhecia todas e tirou tudo de letra, não deixe de conferir as edições anteriores do Pipoca Blast, também recheadas de ótimas dicas do que ler ou assistir. E, claro, não deixe de deixar seu comentário abaixo!

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Daniel Silva

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.