Lucas Pinheiro Silva
Muitos de nossos leitores certamente já ouviram falar de The Sandman, um dos quadrinhos mais cultuados da história. Considerada uma das obras-primas do famoso autor Neil Gaiman (autor dos também excelentes Deuses Americanos e O Oceano no Fim do Caminho), a história do Senhor dos Sonhos e seus irmãos Eternos ganhou vários prêmios e continua a influenciar leitores e escritores mesmo 20 anos após sua conclusão.♫Mr. Sandman, bring me a dream♫ |
Mas Gaiman criou um universo tão rico e fascinante que certamente teria mais histórias sobre o sonhar para contar. Após anos de espera, o autor retorna ao mundo fantástico que criou com Sandman: Overture, contando os eventos que antecederam a captura de Sonho no começo de Sandman.
A nova trama é contada de modo que leitores novos não se sentirão alienados, mas os fãs antigos com certeza apreciarão mais o quadrinho, com as várias menções a eventos passados e futuros e explicações de fatos antes apenas teorizados.
Apesar de a história por si só já ser motivo suficiente para comprar o quadrinho — estamos falando de Neil Gaiman, afinal — é impossível não comentar a direção de arte fantástica, assinada por J. H. Williams III. O traço mirabolante e criativo do artista ficou perfeito para a narrativa, que fica cada vez mais exagerada e grandiosa a cada nova edição.
O único “porém” é o ritmo dos lançamentos: entre uma edição e outra há longos hiatos de dois a seis meses. Mas garanto, a espera vale a pena.
Gilson Peres Tosta
O universo dos quadrinhos invadiu de vez a literatura, cinema e televisões nos últimos anos. Assim como o João Pedro Meireles indicou a ótima série The Flash no primeiro Blast Pipoca, aqui indico outra pérola da DC Comics em uma cidade próxima a Central City. Essa é Gotham.A série produzida pela Warner Bros. TV conta a história do famoso detetive James Gordon, antes dele se tornar o famoso comissário que ajuda o homem morcego em suas aventuras.
A série possui uma narrativa brilhante, atores ótimos e introduz de forma incrível diversos dos personagens que farão história futuramente nas sagas de Bruce Wayne como o Cavaleiro das Trevas. Personagens como Pinguim, Duas Caras, Charada e Don Falcone fazem parte do elenco principal assim como indiretamente são explicadas as origens de personagens mais novos como Era Venenosa, Mulher Gato e o próprio Bruce Wayne.
Os mais atentos se deliciarão com uma chuva de menções ao universo de Batman, enquanto que os novatos nesse mundo podem ver sem medo a série também, pois o tom policial, investigativo e sombrio dela é na medida certa e agrada até os mais desavisados. A série atualmente está no episódio 13 da primeira temporada e o sucesso de público e crítica já garantiu a renovação para a segunda temporada. No Brasil ela é exibida pelo canal pago Warner Channel, então pegue a pipoca e aproveite!
Paulo Fraga
Já tem algum tempo que resolvi voltar a ler e tentar acompanhar este mundo que por diversas vezes acaba sendo confuso, cheio de realidades alternativas e outras dimensões no qual vivem os quadrinhos. O caminho mais fácil que encontrei foi focar nos encadernados ou publicações especiais que reúnem várias edições em uma só, assim tornando mais fácil entender todo o contexto daquela trama e realidade na qual a HQ se passa.Recentemente passando por uma comic shop, encontrei um pequeno encadernado de Injustice, mesma série do game de luta que foi um sucesso da Liga da Justiça. Já tinha ouvido falar um pouco sobre o sucesso que a publicação vem recebendo lá fora e resolvi garantir o meu exemplar. Escolha essa da qual não me arrependo nem um pouco!
Só esse painel já vale o preço. |
Os acontecimentos da HQ se passam cinco anos antes da realidade apresentada no jogo e tem como ponto de partida a transformação do Homem de Aço, que acaba perdendo aquilo do qual mais preza sem conseguir ter feito nada para evitar tal fatalidade, desiste de tentar acreditar na humanidade e decide que, para salvá-los, a única coisa a se fazer é governá-los!
A ordem é clara, o mundo viverá em paz custe o que custar, impondo sua lei e sua verdade o último Kryptoniano, que ainda abalado e com a mente perturbada só poderá ser detido por um homem, o cavaleiro das trevas.
Leandro Rizzardi
Depois de acompanhar fervorosamente a HQ de The Walking Dead, que consegue até mesmo ser superior à série de TV, resolvi pesquisar mais trabalhos sobre um dos autores, Robert Kirkman. Foi assim que descobri Invencível, vendida aqui no Brasil há anos (já se encontra na quarta edição) em formato de livro, com várias revistas de uma só vez por dentro.A história parece ser somente mais uma de super herói, mas é diferente por se adequar ao jovem atual, que lida com preocupações do cotidiano em meio às tentativas de salvar o planeta. Aliás, é aqui na Terra que diversos heróis vivem em meio aos humanos, que já estão acostumados a serem atacados por alienígenas e monstros esquisitos. Invencível tem poderes por ser filho de outro herói, que veio de outro planeta e casou-se com uma humana. Obviamente esta relação sofre diversos abalos, que mudam todo o rumo da história.
Aos fãs de histórias de super heróis, há diversas menções a grandes nomes, como Batman e Liga da Justiça, feitos discretamente e transformando o universo de todos eles em um só. Diferentemente de muitos outros, porém, a violência chega a ser exagerada e sanguinária (o que já é esperado de Kirkman), e diversos seres morrem de modos dignos de Fatalities de Mortal Kombat.
Isso aqui está até leve para o nível de violência gráfica que esse quadrinho alcança em alguns pontos. |
Se você mora nos Estados Unidos, consegue importar de lá ou baixar a versão digital, saiba que por lá as coisas já estão bem mais adiantadas, com mais de 115 edições lançadas. Se conseguir acompanhar desde o começo, há também a curiosidade de acompanhar o desenhista: ele tinha apenas 14 anos na época, e tem um trabalho impecável. Não deixe de conferir o trabalho de Kirkman por completo. Só não coma pipoca enquanto isso… Algumas cenas podem causar certo desconforto.
Diego Sato
Nesta semana entrou em cartaz o filme A Teoria de Tudo, que conta a história de um dos astrofísicos mais famosos da atualidade, tanto pela sua genialidade quanto por sua luta pela vida, acometido por uma rara doença degenerativa, forçando-o a se locomover em cadeira de rodas e a se comunicar por aparelhos. Estamos falando de Stephen Hawking.Não é preciso ser um cientista de foguetes para conhecer sua trajetória de vida, o foco nesta obra. Então o filme é recomendado para todos.
Fellipe Camarossi
Em maio de 2014, o cinema mundial foi agraciado com uma das obras de ficção científica mais interessantes dos últimos tempos. No Limite do Amanhã, dirigido por Doug Liman (de A Identidade Bourne, Sr. e Sra. Smith e Jumper), conta a história de um futuro não muito feliz para o planeta Terra, no qual uma raça alienígena tomou para si nosso território. Entretanto, o Major William Cage (interpretado por Tom Cruise) parece ter ficado preso no tempo, sempre retornando para um dia antes de uma derradeira guerra. Retornando repetidamente ao mesmo instante, suas habilidades vão se afiando, e sua última esperança é que essa maldição temporal possa te dar a chance de mudar o curso do destino e salvar o mundo.Apesar do filme por si só ser incrível e merecer ser assistido, ele não é minha verdadeira recomendação aqui no Pipoca Blast. O que poucas pessoas sabem é que o filme é baseado na light novel japonesa All You Need Is Kill, escrita por Hiroshi Sakurazaka. O livro ilustrado fez tanto sucesso no território nipônico que não somente ganhou vida como filme, como também ganhou uma adaptação para mangá, ilustrado por Takeshi Obata (conhecido por ser o desenhista do aclamando mangá Death Note). Os dois volumes da adaptação estão sendo vendidos em bancas do Brasil inteiro, localizadas pela JBC. Cada volume custa a bagatela de R$ 12,50, então por apenas 25 reais é possível ter a história completa. Acreditem, é um investimento que valerá cada centavo, especialmente se for fã de ficção, mangás ou apenas de um traço lindo e uma história ainda mais.
Pedro Vicente
Como a gente até deixa de falar de videogame, mas nunca por completo, cada uma das minhas indicações tem algo que as conecta com o mundo dos jogos. São dois belos filmes, diferentes entre si, que carregam a marca de seus diretores.Imagine que depois de uma noite de bebedeira você é sequestrado enquanto fala com sua mulher ao telefone. Acorda em um quarto. E todo o seu dia se passa naquele quarto. Te dão comida, de fome você não vai morrer. Uma semana, duas semanas, um mês, três meses, um ano, dez anos… Quinze anos se passam até o dia que você é, sem mais nem menos, liberado. O que você faz? Qual seria sua maior pergunta?
É exatamente isso que acontece com o protagonista de Oldboy (2003). Mas minha ênfase no início do filme é um embuste. A película não se sustenta nessa premissa. É, sim, um belíssimo conto de vingança, ódio e amor. Uma história sobre a crueza da vida. Com uma trilha sonora magnífica, o filme do diretor sulcoreano Chan-Wook Park tem uma pegada bem “videogamesca” em certos momentos, com destaque para a magistral cena de luta beat’em up em side-scrolling.
Já minha segunda indicação é mais leve, porém não menos sensível. O Grande Hotel Budapeste (2014), que está concorrendo em um monte de categorias do Oscar, é também um filme sobre amor. Uma história sobre os sofrimentos e alegrias da vida. Seguindo os passos de M.Gustave e Zero Moustafa por uma série de situações, o filme exemplifica bem o estilo de seu diretor, Wes Anderson.
Ken Levine, o criador de BioShock, comentou que os filmes do diretor são uma influência para o próximo título em que ele está trabalhando. Independente disso, assistam aí, é bem bonito.
Farley Santos
Haruki Murakami é um dos escritores japoneses mais famosos da atualidade e um dos meus autores favoritos. Suas obras são repletas de personagens cativantes, tramas interessantes e universos inusitados, mas suas histórias nem sempre são acessíveis por conta da complexidade. O Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação é o romance mais recente do autor e também um dos mais acessíveis. Ele retrata a história de Tsukuru Tazaki, um homem que foi expulso do grupo de amigos em sua juventude. Por conta desse trauma, ele vive uma vida melancólica e solitária. Tudo muda quando ele começa a namorar uma mulher mais velha, que sugere que ele revisite o passado e resolva essa situação pendente. Sendo assim, Tsukuru Tazaki vai atrás de seus amigos de juventude, a fim de tentar entender o que aconteceu, amadurecendo no processo.Pode parecer uma trama bem simples, mas Murakami consegue torná-la bem especial e envolvente, principalmente por sua escrita fluida. O autor constrói com cuidado cada personagem e é muito fácil se identificar com seus dramas e experiências. O livro tem também a presença de fatos fantásticos característicos do autor e muitas passagens sem completa explicação — que, na verdade, é um ótimo recurso e permite especulação. Não é uma obra feliz, pelo contrário: Murakami explora sentimentos complexos como melancolia, traição e solidão; mas é também um convite à reflexão interior e amadurecimento. O Incolor Tsukuru Tazaki e Seus Anos de Peregrinação é uma ótima maneira de conhecer as obras desse autor incrível.
Ailton Bueno
Quem gosta de livros de mistérios policiais DEVE ler todos os livros de Harlan Coben. Este ilustre autor me foi apresentado em um momento em que a leitura não mais fazia parte da minha vida, e assim que comecei a ler não pude parar. Terminei o livro em dois dias, e logo peguei outro, os livros são viciantes!O foco de seus livros são os mistérios policiais sempre carregado de algum humor ou situação cômica, a série de livros de Myron Bolitar que o diga! Além de Myron, Harlan tem um outro personagem intrinsecamente ligado ao primeiro, Mickey Bolitar, que é sobrinho de Myron. Eu sugiro fortemente ler primeiro os livros de Myron para entender o pano de fundo e depois partir para a série de Mickey, pois os livros dessa série se conectam.
Além disso ele publica histórias “independentes”. Ou seja, com personagens que aparecem em uma obra e nela ficam. Mas nem por isso esses livros não valem a leitura. O livro Não Conte a Ninguém publicado por ele em 2001 virou filme em 2006 com uma produção francesa.
Harlan Coben já publicou um total de 27 livros, sendo que 20 já foram publicados no Brasil, sendo que 17 foram publicados pela Editora Arqueiro e 3 pela Editora Arx. A Arqueiro tem investido pesado nos livros, então é fácil encontrá-los nas livrarias. O próximo a ser publicado é A Toda Prova, terceiro livro da serie de Mickey Bolitar, e já lido por este que vos escreve, e acredite, vale muito a pena. Então corra para a livraria, compre seus livros e boa leitura!
Alan Kottwitz
Puella Magi Madoka Magica. Eu sei o que você está pensando: “Afe, velho, anime de menininha!?”. Eu também tinha esse mesmo preconceito antes de conhecer a série e quase me arrependi por causa disso. O que parece: “Oh, olha essas menininhas, que bonitinhas! Lutando contra monstrinhos com seus poderes mágicos, que fofinho! Até parece Sakura Card Captors!”. O que é: “Uma adaptação moderna do poema épico Fausto, abordando temas freudianos, protagonizado por garotas entrando na puberdade, enquanto sofrem tortura psicológica e são forçadas a se digladiarem contra seres hediondos que parecem ter saído de um filme de terror japonês”.Mahou Shoujo Madoka Magika, no original, gira em torno da vida de Madoka Kaname e sua colega de escola Sayaka Miki. Ambas acabam caindo na armadilha de uma bruxa, mas são salvas por Mami Tomoe, que diz ser uma Garota Mágica. A partir de então Madoka se vê envolvida nesse mundo bizarro de Garotas Mágicas e Bruxas. Durante os 12 episódios, acompanhamos as frustrações e dilemas existências não só de Madoka, mas de suas amigas também. O anime possui uma trilha sonora impecável e alguns plot twits surpreendentes. Bem, se você ainda não está convencido, assista somente ao episódio 3, I’m Not Afraid of Anything Anymore. Tenho certeza que você mudará de ideia.
Foi nessa parte que comecei a gritar sem parar. |
Caso prefira, você pode optar também pelos filmes. Os dois primeiros filmes, Hajimari no Monogatari (The Beginning Story) e Eien no Monogatari (The Eternal Story) são recapitulações dos doze episódios da série, enquanto que Hangyaku no Monogatari (The Rebellion Story) seria uma espécie de continuação da história de onde ela parou. Se você gosta de animes com magia, temas sobrenaturais e drama psicológico, eu garanto que você terá uma ótima diversão.
Com tantas dicas boas, fica difícil escolher só uma. Qual delas pretende ler ou assistir? Já conhece alguma das indicações? Ou talvez você já esteja acompanhando algo e queira compartilhar conosco? Aproveite a seção de comentários abaixo e solte a voz!
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Daniel Silva