Jogos que não são de horror, mas que conseguem assombrar

Alguns títulos conseguem deixar até o mais valente dos gamers tendo pesadelos à noite, e alguns nem precisam ter zumbis.

em 01/11/2014

Na semana de histórias de bruxas, zumbis, vampiros e eleições, o terror está no ar. Então pegue seu balde de doces, guarde o papel higiênico que iria ser jogado nas casas e trema de horror com estes jogos que não são de horror.



Pois parece que algo deu errado. Os desenvolvedores podem ter construído seu escritório onde era um cemitério indígena. Um funcionário distraído pode ter ofendido uma cigana, ou então alguém simplesmente queria assustar crianças e adultos. Não importa. O que aconteceu é que estes jogos possuem algum teor alto de medo:

Minecraft

O novo jogo da coleção da Microsoft e obra de Markus Notch pode ser um dos sandboxes mais assustadores desta geração. Imagine você, inocente leitor, trabalhando pacientemente sua caverna ouvindo grunhidos de zumbis, passos para todos os lados.


Depois de algum tempo acostumado aos sons, uma explosão. Aquele susto surpresa, que separa meninos de homens, que sentimos quando viramos a câmera e damos de cara com aquela enorme cabeça verde, e o enorme BOOOOOM, geralmente resultando em óbito para o iniciante.

Não sei quantas vezes já gritei feito uma moça quando isso aconteceu. Porém, o que mais me preocupa não são os gritinhos, mas a forma como ainda sinto esse susto toda santa vez. Junte isso aos zumbis-surpresa que surgem do nada, aos esqueletos que lhe aguardam em casa, e até mesmo aos porcos que caem dos poços. Sim, sou meio medroso quando se trata de pixels demais e atenção de menos.

Awesome Possum... Kicks Dr. Machino's Butt

Aqueles que já tiveram o azar de por as mãos nesse instrumento satânico sabem o que está por vir. O horror. O HORROR!

Olhem esta capa. Esta fonte indianajonística. Esse roedor montado em um rinoceronte-anão e o maníaco vilão ao fundo. Esse balão de fala: "Ainda irei limpar este mundo!". Sim. Um gambá que quer limpar o mundo.


O que a Tengen, a SEGA e a humanidade estavam pensando? Podemos apenas imaginar o fatídico dia:

"Ótima ideia, Doug. Vamos usar um animal conhecido por ser fedido e colocá-lo como um herói que vai limpar o mundo da imundície industrial destas diabólicas corporações capitalistas, e vamos lucrar milhões com isso!", seguido de um risada megalomaníaca.

Se você não teve a oportunidade de presenciar esse verdadeiro desastre, e tiver estômago forte, leia a descrição a seguir:

Awesome Possum... Kicks Dr. Machino's Butt foi um platformer lançado exclusivamente para o Mega Drive. Seu herói, conhecido como... Awesome Possum, precisa salvar a floresta e os animais da perigosa expansão industrial do malígno Dr. Machino, que também está no nome do jogo.


Apesar de toda pegada ecológica e conscientizadora, senti vontade de poluir um oceano com a fita. Awesome não para de falar, algo que os produtores se gabavam, e só através de um cheat é possível fazê-lo ficar calado e ter coragem suficiente para aguentar as dezenas de fases, tão horripilantes quanto seu herói.

Sniper Elite II: Zombie Army

Prometi que iria falar apenas de jogos que não envolviam horror, mas não me contive. Apesar de rotularem Sniper Elite II: Zombie Army como horror zumbi, o verdadeiro horror está na qualidade do gameplay. Enquanto o Sniper Elite II original é um excelente survivor action, seu spin off com mortos vivos é uma tentativa clara de ressuscitar um morto com aspirina.

NEIN! NEIN! NEIN! NEIN! NEIN!NEIN! NEIN! NEIN! NEIN! NEIN!

Não é possível jogar Sniper Elite da mesma forma que jogamos Left 4 Dead 2. E é exatamente o que fizeram aqui. Seu sniper deve sobreviver a hordas e mais hordas de mortos vivos criados por Hitler em um desesperado ato de reverter a situação da guerra. Usar as tradicionais técnicas de botar armadilhas para um ou dois soldados é praticamente inútil contra vinte ou trinta zumbis.

A estratégia Rambo de se jogar não funciona no jogo original, e menos ainda em Zombie Army. Economia de munição e ataque estratégico são as bases para sniper sobreviver, e enquanto se está ocupado tentando acertar a bendita lata de gasolina com um tiro, mais e mais mortos vivos se aproximam. Trinta minutos de jogo e você terá o suficiente para destruir seu dia.

Play with the Telletubies

Eu falei de Awesome Possum e do horror. Peço desculpas, mas não sabia como haviam coisas piores por aí.


Alguém por favor expurgue meus olhos. Façam uma lavagem cerebral, uma colonoscopia... FAÇAM ALGO!

O jogo "educativo" foi lançado em 2000, e se você viu ao menos dois minutos da série de TV deve imaginar o terror que é viver eternamente no papel de parede do Windows XP com semáforos falantes escondidos, um sol-bebê-infernal e minigames "educacionais", como esconde-esconde, adivinhação e… encontre o pato.

Se não quiserem perder alguns pontos de QI enquanto assistem ao gameplay do GameGrumps, passem para o próximo tópico. RÁPIDO!

Dino Crisis

Dinossauros podem ser simpáticos na forma de pelúcias ou de esqueletos em um museu, mas se colocarmos alguns agentes em uma ilha onde um cientista maluco resolve brincar de Jurassic Park, teremos a fórmula para o terror.


Dino Crisis foi um sucesso nos fins dos anos 90 e começo dos anos 2000, usando a mesma fórmula dos primeiros Resident Evil: sustos para todos os lados. Explore uma caixa, um dinossauro pula em você. Um item de lambuja na plataforma? Um dinossauro pula em você.

Entre em uma área já explorada, confiante que nada poderia acontecer de novo e… um dinossauro pula em você. Os gritos de pânico são constantes, e mesmo com as melhores armas, os sustos continuam.

Ecco the Dolphim - Mega Drive

Você é um golfinho.

Um golfinho que viaja no tempo para combater alienígenas.

Da lista de pesadelos que possuo na cabeceira da cama, acordar de manhã e não poder sair do fundo do mar por que você virou um golfinho está entre as primeiras, juntamente com combater alienígenas. Se juntar esses dois horrores, teremos Ecco.


O platformer sem plataformas, mas com muita água e obstáculos para pular sobre. Toda a produção teve inspiração de Pink Floyd, então deve ser fácil imaginar a quantidade de pirações que há nas fases. E o horror só aumenta com o tempo. Para prolongar o gameplay, os desenvolvedores fizerem o jogo tremendamente difícil, mas que vale cada minuto jogado. Se tiver coragem de enfrentar alienígenas do passado com um golfinho, claro.

E vocês, caros leitores? Lembram de mais algum jogo que não era necessariamente de terror, mas que, de alguma forma lhes fizeram molhar as calças?

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Hugo H. Pereira

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