Fruto da mente genial de Hideki Kamiya, criador de vários personagens icônicos do mundo dos videogames, a bruxa Bayonetta causou estardalhaço quando surgiu pela primeira vez nos consoles HD da geração passada. Sucesso de crítica, a série conseguiu um lugar ao sol entre grandes nomes do gênero de ação em Hack and Slash. Não demoraria até a bela heroína se tornar uma das novas personagens mais queridas pelos jogadores, e sua fama se espalhar para outras mídias. Assim, surge Bayonetta: Bloody Fate, longa-metragem inspirado no primeiro título para PS3 e Xbox 360, recontando as origens da bruxa e os acontecimentos que levaram ao confronto entre bruxas e anciões, anjos contra demônios. Com traços impecáveis e animações de tirar o fôlego, confira a beleza dessa sedutora como nunca visto antes.
A ascensão de uma super star
Os embates entre céu e inferno, bem e mal, anjos contra demônios é um dos clássicos eternamente repetidos pelas histórias, seja em qual for o meio ou mídia. Contudo, quando parecia que não veríamos mais nada original sobre o tema, pelo menos em relação aos games, eis que a mente exótica do mestre Hideki Kamiya cria um mundo completamente original e maluco, com referências a jogos de ação tradicionais, como Devil May Cry e God of War, dando vida ao jogo Bayonetta, lançado inicialmente para PS3 e Xbox 360, e posteriormente para Wii U.
O sucesso do game foi estrondoso, pelos menos em crítica. Com nota 40/40 na conceituada revista japonesa Famitsu, Bayonetta se transformava em uma das melhores novas personagens da geração. Seu estilo único, misturando sensualidade e força conquistou jogadores ao redor do mundo e gerou muitos outros produtos, como por exemplo, o longa animado, Bayonetta: Bloody Fate.
Completamente inspirado no jogo, o longa retrata de forma fiel o fantástico e bizarro universo criado pela mente que deu vida a Viewtiful Joe e The Wonderful 101. Nele, podemos conhecer um pouco mais das origens da bruxa mais sexy dos videogames e nos deliciarmos com todos os dotes da nossa heroína.
Alerta de Spoiler! Daqui em diante, várias revelações sobre a história do game e do longa serão feitas. Leia por sua conta e risco.
Conhecendo as origens de uma bruxa
Há muito tempo atrás, em uma remota área da Europa chamada Vigrid, viviam aqueles que eram conhecidos como os “Observadores da História”. As Umbra Witches (bruxas), seguidoras das Trevas,e os Lumen Sages (sábios), seguidores da Luz. As bruxas estavam aliadas com os demônios e os anciões com os anjos. Eles eram responsáveis pela proteção da terra, mantendo o equilíbrio entre eles. No entanto, esse equilíbrio foi perdido de repente, graças a união entre um sábio e uma bruxa, que acabou gerando uma criança.
Os fãs de Zelda vão encontrar semelhanças com os quadros da introdução de alguns jogos da série. |
A bruxa foi aprisionada e o ancião banido, pois, segundo a profecia, a união entre luz e trevas traria calamidade e caos para o mundo. As bruxas se encarregaram de dominar a criança amaldiçoada, dando-lhe o poder do olho esquerdo do observador, sendo que os sábios tinham o domínio do olho direito, e buscavam a união dos dois poderes para trazer a vida o Deus Criador, Jubileus.
Bayonetta: Bloody Fate lançado no Japão no dia 23 de novembro de 2013. O filme também recebeu uma versão em DVD e Blu-ray, em 14 de fevereiro de 2014. |
O conflito entre anjos e demônios cresceu até se tornar duas grandes guerras entre raças. A primeira, conhecida como guerra dos clãs, levou ao extermínio quase todos os sábios, já a segunda, chamada de "The Witch Hunts", foi responsável pela destruição quase das bruxas,.empurrando o mundo para a destruição completa e quase exterminaram os dois lados. Com o fim da guerra, a criança foi selada e escondida em um lugar secreto, ficando por lá durante centenas de anos, até ser despertada do seu sono eterno.
Charme e ação em alto nível
Os primeiros segundos do filme vão fazer muitos corações gamers dispararem. A cena de descrição da história surge ao melhor estilo The Legend of Zelda, retratando os fatos passados através de pinturas, enquanto a história é contada. Após essa rápida introdução, as primeiras cenas surgem, e um jovem jornalista aparece em cena em busca de informações sobre uma série de supostos suicídios numa igreja local. Enquanto fotografa e espera pacientemente por alguma pista, uma linda mulher, vestida como uma espécie de freira, adentra o recinto fazendo orações. De repente, tudo muda.
Uma horda de criaturas angelicais surge na igreja, como se viesse de outra dimensão, e começa a atacar a pobre freirinha, fazendo a pancadaria começar. E para a surpresa dos viajantes de primeira viajem, a tal freira não tem nada de santa e sai no braço com os monstros do além.
A primeira luta do longa é embalada pela música tema do jogo |
No meio do confronto com as criaturas angelicais, a jovem moça tem suas vestes completamente rasgadas. Mas isso não foi problema para ela, muito pelo contrário. Passados alguns segundos de exibição do corpão, com direito a pose e tudo, magicamente seus cabelos tomam forma e tornam-se roupas estilosas em torno das curvas da garota. Depois disso,é chuva de bala para todo lado.
Três mundos, um destino
O longa metragem, como dito antes, é inspirado nos acontecimentos do primeiro jogo, mas não se resume apenas a reproduzir o que já vimos incansavelmente. A história se desenrola em torno da jornada de uma caçadora de anjos e demônios em busca das suas memórias, consequentemente, da sua origem, enquanto enfrenta o exército de anjos de Balder, chefe dos anciões que pretende unir forças com Bayonetta para que se tornem os olhos do mundo e reconstruir a Trinity of Realities, trazendo ordem e paz para todos: anciões, anjos e humanos.
Os exageros continuam no longa. |
Durante a busca por respostas de seu passado, Bayonetta contará com a ajuda de figuras marcantes do jogo. O jornalista Luka, seu mentor Rodin e a bela Jeanne, antes inimiga, mas fiel amiga da dona dos saltos mais arrasadores dos games.
Essa dupla é de arrasar quarteirões, literalmente. |
As cenas de ação são de encher os olhos. Combates frenéticos, poses arrasadoras e charme esbanjando para todo lado vão te prender na frente da tela pelas quase duas horas de filme. Esteja com sua mente aberta para as várias bizarrices típicas do game, mas pode esperar por muita diversão e entretenimento, pois Bloody Fate não para em nenhum momento.
Witch Time
Caso você já conheça bem a história da bruxa e sua luta contra os monstros angelicais, e busca algo totalmente original, vai ficar meio desapontado. Tirando as poses e trejeitos da magnífica Bayonetta, o longa retrata exatamente o que já vimos no primeiro título. E o que alguns podem reclamar, é que muitas cenas clássicas do jogo sequer são mostradas no filme, além de pequenas alterações mais sutis que podem não agradar os mais puristas. Contudo, se você quer curtir um bom filme baseado em games, esta é uma excelente pedida.
A fidelidade da animação em relação ao game é imensa: criaturas, trilha, efeitos sonoros e a personalidade da heroína, tudo parece ter saído direto do game. |
Com uma animação digna das melhores produções japonesas, traços impecáveis e trilha sonora arrasadora, o filme traz personagens cativantes e interessantes, mesmo parecendo confuso para aqueles que não curtem uma viagem subjetiva entre o bizarro e o original.
Se você já curte os jogos de Bayonetta, é fã da sua beleza, ou chegou agora no bonde com os lançamentos para Wii U, tire sua namorada ciumenta da sala e desfrute de toda a beleza e ação desta bela obra.
Revisão: Marcos Silveira
Capa: Felipe Araujo