La-Mulana (PC) - Parte 2: Eu nunca desisto

Confira a segunda parte do Blast Log que traz para vocês o fascinante, desafiador e extremamente maçante jogo La-Mulana.

em 04/10/2014
Na semana passada, eu contei como eu fui ludibriado por uma das atrativas e irrecusáveis promoções da Steam, que me fizeram adquirir o jogo La-Mulana, um game de plataforma de “ação e exploração arqueológica”. Um título pouco conhecido, mas que carrega a reputação de ser aborrecível e enfadonho devido à sua dificuldade elevada. Após me decepcionar bastante e passar por alguns perrengues, principalmente por causa da mobilidade imprecisa do personagem controlável, o Professor Lemeza, eu continuo a minha jornada pelas ruínas ancestrais, em busca de novos itens e soluções para os quebra-cabeças. Então chega de reclamações e vamos em frente.
Mas antes, que tal dar uma olhadinha na primeira parte?
Parte 1: O jogo que quase me enlouqueceu

O gigante dos mil olhos

Depois de matar a cobra e mostrar o pau, Xelpud me manda uma mensagem dizendo que quer trocar uma ideia comigo. Eu me teleporto de volta à aldeia para ver o que o velho quer. Xelpud comenta algo a respeito dos Quatro Filósofos que habitam as ruínas, que eu preciso despertá-los e blá, blá, blá. Bem, eu havia começado o jogo seguindo pela direita, agora eu decidi explorar o caminho da esquerda para ver o que tinha por aquelas bandas. Não havia nada de mais, a não ser alguns inimigos básicos, até que eu me deparo com um subchefe, Argus, um gigante com inúmeros olhos incrustados em seu corpo. Desfiro alguns ataques, mas logo percebo que o sujeito é invulnerável! Para piorar, só de encostar no gigante, metade do meu HP é tirado. Minha única opção é fugir… percebo então que havia uma tenda ali ao lado, que antes eu havia ignorado e passado direto, e, ao adentrar nela, converso com um NPC que me revela que a única maneira de derrotar Argus é empunhando o Serpent Staff. Onde estaria esse item? Não faço a mínima ideia.

O Templo do Sol e da Lua

Eu deixo o Argus quieto no cantinho dele e volto a explorar as ruínas. Através do Gate of Guidance, eu chego até o Temple of the Sun. O cenário tem uma temática egípcia e não é muito desafiador superá-lo. Para falar a verdade, alguns puzzles desse local eu resolvi sem querer querendo. A dificuldade aqui se resume aos gatos malabaristas, que ficam estorvando seu caminho, e os Sonics malignos. Sim, é isso mesmo, nessa fase existem porcos-espinhos que ficam girando pelo chão e pelas paredes parecendo serras circulares, semelhantes ao Sonic, e são muito rápidos e difíceis de golpeá-los, assim como 80% dos monstros desse jogo.

Ao explorar a fase, encontro uma porta aberta e logo penso que seria uma daquelas lojas espalhadas pelas ruínas, onde posso comprar equipamentos e pesos. Pelo contrário, quem está lá dentro é Mulbruk, uma sacerdotisa imortal que diz estar esperando por um escolhido que vai livrar as ruínas de La-Mulana de sua maldição. Assim como Xelpud, a moça me dá algumas dicas durante o jogo quando me disponho a falar com ela. A menina parece sofrer de narcolepsia, porque, depois de conversar com ela, a mesma cai no sono. Bom, vamos deixá-la dormir em paz.

No Temple of the Sun, existe um labirinto vertical de forma triangular, composto por escadas, plataformas e gatos malabaristas, e no topo da estrutura há um disco de pedra gigante com o desenho de um sol com rosto e bigodes. Percebo que a estrutura é quebrável, então desfiro algumas chicotadas e o ídolo começa a ruir… e cai em cima de mim, matando-me instantaneamente. Recarreguei o jogo, volto para o mesmo local do sol de pedra, mas, desta vez, tenho cuidado para ele não me esmagar. Após rolar tela abaixo, o monumento me revela uma passagem aparentemente vazia, mas quando pulo para dentro dela entro numa espécie de buraco negro e acabo saindo no Temple of Moonlight.


O Templo da Lua parece similar ao Templo do Sol, excluindo a decoração egípcia do ambiente que deu lugar a contrastes alvirrubros. Há aqui outro disco de pedra gigante, mas este é na forma de uma lua rabugenta que se divide em duas para revelar a entrada da fase. A travessia pela fase é bem tranquila, não há muitos inimigos chatos, a não ser os morcegos ciclopes que são mais agitados do que os morcegos normais. Em uma das salas, existem quatro baús normais enfileirados ao lado de um baú do tesouro, infelizmente estavam todos trancados e não dava para abri-los. Provavelmente eu teria que resolver algum segredo para ter acesso ao conteúdo deles. Durante a minha exploração, deparo-me com uma sala com algumas plataformas estreitas, caveiras que atiram ossos e um tentador baú do tesouro.
Eu havia baixado a guarda. Foi aqui que eu me lembrei qual era a verdadeira natureza desse joguinho. Não houve complicações no percurso do Temple of the Moon, até eu chegar nessa maldita sala! Eu não sei o que era pior: as caveiras que esperavam para arremessar ossos no exato momento em que eu pulava, ou a movimentação terrível do “Professor Lerdeza” que me fazia cair daquelas plataformas. Por três vezes eu repeti esse desafio e em todas eu caí, indo aterrissar na sala debaixo, repleta de mais caveiras e depois, ainda por cima, eu tinha que subir todo o caminho de volta para tentar ativar o pedestal e pegar o tesouro daquele baú. Eu precisava saber o que tinha naquele baú. Eu queria o conteúdo daquele baú. Era tão fácil: ativar o pedestal e depois pegar o baú. Isto é, se as caveiras deixassem, é claro… Na quarta tentativa, consigo chegar até o baú e adquiro as Grapple Claws, luvas com garras parecidas com as do Vega, de Street Fighter. Esse item permite ao Lemeza se segurar nas paredes, evitando quedas e podendo até executar um wall jump. Mas, falando francamente, que itenzinho chinfrim. Primeiro, é preciso manter segurando o direcional para cima o tempo todo, não dá para atacar e nem nada, e ao soltar o direcional eu me desgrudava da parede e caía, uma vez que executar o wall jump é extremamente complicado, dava câibras nos dedos… Espero que as Grapple Claws sejam úteis futuramente.

O Jardim do Éden e uma perseguição implacável

Ao atravessar o Temple of Temple of Moonlight, eu acabo chegando a um novo cenário. O Eden. Sabem o que eu encontrei no Eden? Nada! Absolutamente nada. Era uma sala vazia, um beco sem saída. A temática do cenário era a de um jardim todo esbranquiçado, como se pairasse um nevoeiro. Mais tarde, ao analisar uma daquelas tabuletas que fornecem dicas ao jogador, descubro que, para resolver o puzzle contido naquela sala, eu precisaria abrir aqueles baús que estão enfileirados no Temple of Moonlight. Como eu faria para abri-los? Não sei. Isso já estava ficando chato. Assim como no caso do Argus, eu preciso resolver algum quebra-cabeça ou pegar algum item importante, mas o jogo lhe dá apenas dicas superficiais, não fornece nenhuma pista de onde possam estar. Fiquei mal-acostumado com aqueles joguinhos de mobile que te dizem o que fazer toda hora.
Sai do Eden de mãos abanando. De lá, eu me teleporto de volta para o Temple of Sun para resolver alguns assuntos pendentes, dentre eles derrotar mais um chefe. O puzzle que revelava o Ankh do Temple of Sun era mamão com açúcar, bastava empurrar um carrinho de minerador para direita, passando por várias salas até cair no recinto onde o Ankh me aguardava. Eu caio com o carrinho numa espécie de trilhos de montanha-russa e eis que surge em meu encalço Ellmac, um lagarto gigante velocista. Essa é uma batalha contra chefe diferente, aqui eu preciso fugir dessa lagartixa bípede que dispara bolas de fogo, enquanto tento acertá-la na cabeça, porque o resto de seu corpo é indestrutível. Eu me pergunto: por que um bicho que é do tamanho de um prédio de quatro andares só pode sofrer dano na cabeça? Enfim, gasto todas as minhas shurikens, armas secundárias que eu havia adquirido explorando o Gate of Guidance, mas foi indiferente, pois o chicote foi mais eficiente e aniquilo o réptil. Até que não foi tão difícil, morri para ele apenas uma vez.
Com a derrota de Ellmac, eu acabo sendo jogado em uma nova área, o Twin Labyrinths. De imediato aparece uma contagem regressiva de 27 segundos na tela. Minha experiência de anos jogando videogame me ensinou que, quando aparece uma contagem regressiva, significa que eu preciso sair correndo.

Passeando pelas ruínas úmidas e sombrias

Todas as áreas do jogo La-Mulana são interligadas, ou seja, de uma fase há vários caminhos que levam a outras áreas. Vou tentar explicar: imaginem que você está jogando Super Mario World, você está no Mundo 1 e ao adentrar em um dos encanamentos verdes você acaba parando no Mundo 7, ou em outro encanamento, mais à frente, você desemboca no Mundo 4. É mais ou menos assim que funciona, você é livre para escolher o caminho a seguir, o jogo não te diz qual é a ordem específica de onde ir primeiro. Portanto, voltei ao Gate of Guidance e me dirijo para uma nova área que eu não havia explorado: Mausoleum of the Giants.

Nesse lugar, há mais armadilhas do que qualquer outra coisa. A todo momento eu acabava caindo em pisos falsos que se quebravam sob meus pés, ou espinhos caiam em minha cabeça ao acionar algum pedestal errado por falta de aviso. Depois de explorar esse local, derrotando fantasmas e vermes rolantes, eu desço por algumas escadas e acabo entrando no… Twin Labyrinths? De novo? Pelo menos não tem mais a contagem regressiva. Basicamente, há duas coisas que vocês precisam saber sobre esse cenário: primeiro, ele é gigantesco! Como o próprio nome sugere, aqui são dois labirintos interligados por portais e era preciso ficar intercalando de uma área para a outra. Eu logo me vi perdido, sem saber qual caminho tomar. E em segundo lugar, os inimigos daqui são extremamente fortes! Um peteleco deles e adeus HP. É frustrante quando você está jogando e não sabe o que tem que fazer ou para onde ir.


Em La-Mulana, assim como na franquia The Legend of Zelda, a maioria das áreas só é acessível após o jogador adquirir um item ou equipamento específico, necessário para ativar ou superar um determinado obstáculo. No Twin Labyrinths, há uma loja que vende o Helmet (capacete). De acordo com a descrição deste item, ele me permite pular através de cachoeiras sem ser arrastado pela água. O que isso me lembra? Sim, de volta ao Spring of the Sky. Oh, não, tudo menos aquele lugar… No entanto, é para lá que eu terei que ir.

Ainda tem mais

Na próxima parte deste Blast Log, vocês vão descobrir o que esse bendito game me aprontou para me fazer sair do sério. Vamos ficar cara a cara com chefes impossíveis de serem derrotados e tentar descobrir o que se esconde atrás da fachada do Eden. Então até a próxima!


Revisão: Catarine Aurora
Capa: Felipe Araujo




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