Análise: Archangel (Android) traz ação frenética para a ponta dos dedos

Usando uma jogabilidade baseada em toques e gestos, o jogo da Black Tower Studios consegue trazer bastante ação às plataformas mobile.

em 01/10/2014
A plataforma mobile, apesar de sua penetração, não é exatamente a melhor para se jogar. Pelo menos, não para todos os tipos de jogos. A falta de botões de verdade acaba limitando os tipos de games que se dão bem em tablets e smartphones. Alguns gêneros conseguem se beneficiar muito bem das telas capacitivas grandes, em especial os de estratégia e tower defense. Já outros, como ação e FPS, acabam sendo penalizados, com controles mal adaptados e imprecisos.


Archangel (Android) é exceção à regra. Ao invés de tentar emular direcionais analógicos e botões na tela sensível, o jogo faz uso de toques e gestos simples para executar todas as suas ações — e é muito bem sucedido em sua tarefa. A jogabilidade é tão intuitiva e precisa quanto frenética.

Justiça com as próprias mãos (as suas)

A princípio, Archangel parece simplista. Controlando o Arcanjo da Justiça, há apenas três ações disponíveis para o jogador: um toque simples faz o arcanjo andar; um toque no inimigo atira uma bola de fogo em sua direção; e um toque e pressionamento carrega o golpe, desferindo-o com muito mais força. Os inimigos são poucos, então basta prosseguir com calma e atacá-los individualmente, matando-os com poucos golpes.

Entretanto, os adversários começam a ficar numerosos demais tão cedo. Atacar sem pensar se torna inviável com vários demônios cercando e emboscando o herói. Outros arquétipos de monstros também começam a aparecer, alguns maiores e mais resistentes, outros extremamente rápidos e difíceis de atacar.

O aclive na dificuldade é acompanhado de novas habilidades. A mais essencial dentre elas é o teletransporte, acionado com um toque duplo em qualquer ponto da tela e extremamente útil para fugir da horda de demônios. Com o decorrer dos níveis, outros poderes entram em cena, cada um acionado por seu próprio gesto: um “V” congela os inimigos; um “O” em cima de um cadáver o ressuscita como aliado; um “R” cria uma chuva de meteoros; e assim por diante.

É preciso saber quando recuar, como abordar certos inimigos, tomar cuidado para não ser cercado e usar os poderes com sabedoria. Algumas ações possuem bastante sinergia entre si, podendo ser usadas em conjunto para se criar estratégias e armadilhas.

Os poderes divinos são apenas a metade da equação para a vitória, entretanto. Itens e equipamentos são tão essenciais quanto. No decorrer da aventura, você ganha armas e armaduras, que influenciam diretamente em seus status. Mas não é uma simples questão de equipar a melhor espada e escudo. O jogo tenta lhe motivar a usar conjuntos completos. Caso todos os itens sejam do mesmo tipo, você ganha vários bônus: de status ainda melhores a efeitos especiais, imunidades e até ações exclusivas

Completar os conjuntos de armaduras não é difícil. É possível comprar as peças faltantes usando moedas de prata adquiridas durante os níveis, além de resgatá-las dos corpos de inimigos e segredos das fases. Uma opção que acelera o processo é a chance de arriscar todos os tesouros adquiridos em um nível pelo dobro de moedas e itens no próximo — sob o risco de perder tudo caso você falhe.

Aos preguiçosos de plantão, ainda é possível comprar moedas de prata usando dinheiro real, em transações dentro do jogo. Tal opção não é intrusiva e em momento algum é necessária.

A justiça tarda...

Infelizmente, o visual do jogo não é tão variado quanto o seu combate. Apesar de ser bonito, é repetitivo. Há basicamente três cenários, repetidos do começo ao fim: ruínas de dia, ruínas de noite e ruínas subterrâneas.

Não é só o visual dos níveis que é limitado: o level design também deixa a desejar. Os estágios possuem um tamanho razoável, mas são lineares e previsíveis. Os poucos caminhos alternativos levam todos para o mesmo destino e os segredos são fáceis de encontrar.

Tão previsível quanto os níveis é a história. Ela é competente, mas não passa de uma desculpa para a ação frenética. Os poucos personagens com nome não são dos mais memoráveis e as reviravoltas não surpreendem.

… Mas não falha!

Apesar desses erros, a jogabilidade bem executada se sobressai e o conjunto da obra é divertido. Com tamanho razoável, os cerca de 30 níveis levam em torno de duas horas para se concluir. Completar todos os conjuntos de armaduras, encontrar todos os segredos e conseguir rank máximo em todas as fasesdobra esse tempo, pelo menos. Pode parecer pouco, mas no mundo frugal dos jogos mobile, é um tamanho considerável. E pelos pequenos $1,99 cobrados, o jogo vale o seu preço.

Prós

  • Jogabilidade baseada em gestos e toques bem executada;
  • Ação frenética;
  • Tamanho razoável para um jogo mobile.

Contras

  • Visual repetitivo;
  • História simplista.

Archangel — Android — Nota: 6.5

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Felipe Araújo

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.