A palavra Retrô define, por assim dizer, esse aparelho. O Retron 5 (o número 5 representando as cinco entradas de cartuchos) é um console capaz de rodar os antigos cartuchos de videogames passados. Isso mesmo, caro leitor, é possível encaixar no aparelho dezenas de tipos de jogos dos mais variados sistemas. Se você é colecionador, ou apenas guarda seus títulos com carinho, vai gostar de saber que um único aparelho pode rodar praticamente todo o seu acervo das gerações anteriores ao primeiro PlayStation One.
Mas, e afinal, o que podemos jogar nesse console?
O Retron 5 é compatível com diversas plataformas. O console retrô apresenta compatibilidade com o Famicon, NES, SNES, Super Famicom, Genesis, Mega Drive, Game Boy, Game Boy Color e Game Boy Advance e Master System - através do Power Base Converter da Sega (basta encaixar o adaptador na parte superior do aparelho). Também é possível jogar títulos de qualquer região e tipo de cartucho ou chip. O console possui ainda configurações internas que podem melhorar a qualidade da imagem do jogo, fazer captura de tela, salvar o game a qualquer momento e ainda fazer uso de cheats.Produzido pela empresa Hyperkin, Retron 5 é uma nova maneira de experimentar os antigos clássicos dos videogames da forma mais fiel possível, e melhor, com qualidade de som e imagem adequada para curtir na sua TV moderna. É isso mesmo, caro leitor, o Retron 5 é completamente em HD. Com uma saída HDMI digital e resolução máxima de 720p, os jogos rodam a suaves 60 fps, sendo possível reviver aquelas pérolas da década de 1980 e 1990 com qualidade e em qualquer aparelho de TV. Mesmo sendo um console retrô, ele tem excelentes características técnicas, como dois processadores, sendo o Spartan de 340 Mhz e um Dual-Core ARM Cortex-A9, 256 MB de RAM, 4 GB de memória flash.
O console também é capaz de salvar e carregar seu save a qualquer momento, armazenando em 10 diferentes slots para cada jogo. Ainda faz parte do pacote a customização de vídeo, com variedades de filtragem e sombreamento, interpolação de áudio, gerando um som mais nítido e suave e uma opção de ativação de códigos para aqueles que não resistem a trapaça.
Entradas para que te quero
Em sua parte superior, encontram-se as entradas com formatos específicos para os diversos tipos de cartuchos. Basta encaixar o jogo, assim como no console original, e voltar algumas décadas no tempo, à época das locadoras de games e sopros mágicos para fazer aquela velha fita funcionar. Na parte superior mais ao fundo, o aparelho tem um pequeno encaixe, que serve para conectar o adaptador do Master e deixar o controle recarregando. É interessante notar quer ele aceita tanto cartuchos americanos quanto japoneses, sem discriminação ou travas físicas, como antigamente, e ainda aceita os cartuchos com chips especiais, como Yoshi Island, Mega Man X3 e Super Mario RPG. Não tem erro na hora de encaixar os cartuchos, pois cada entrada, superior ou lateral, possui identificação com o nome e um pequeno desenho do respectivo console. É só encaixar e esperar o console ler o jogo. Uma beleza.Nas partes laterais e também frontais, temos os encaixes para controles. Há uma entrada USB para o joystick próprio, que acompanha o aparelho, bem como alguns conectores para seus controles antigos. É nesta parte, ainda, que conectamos os cartuchos dos portáteis.
Na parte de trás, fica a entrada MicroSD, onde é armazenado o sistema operacional Android. E é nesse ponto que mora a maior dúvida dos interessados no aparelho. Mas chegaremos lá logo adiante.
Controlando os clássicos com comodidade
Ao comprar o console, o consumidor adquire junto o controle padrão da Hyperkin. Esse controlador é bastante agradável, utilizando tecnologia Bluetooth, possui um alcance de 30 metros, além de apresentar um direcional e botões customizáveis, tal como o botão home para acesso rápido do menu principal durante a jogatina. Um ponto interessante do controle é o estilo dos botões clicáveis, ou seja, eles fazem aquele barulhinho tipo mouses ao serem apertados, causando até certa estranheza no início, mas trazendo um sensação boa de feedback com o jogo.Mas um dos pontos fortes e principais do console é o fato de poder usar os controles originais de cada videogame disponível no Retron 5. Se você não curtir muito o controle do aparelho, existem entradas para dois controles de cada console, com exceção do Game Boy, que já é o próprio controle. Assim, se você não abre mão da experiência original, basta plugar seu joystick e partir para a jogatina, seja ela individual ou multiplayer local.
Todos os botões do controle são programáveis e podem ser mapeados para qualquer comando através do menu de configurações. O controlador também possui quatro luzes LED, sendo o azul para indicar a vida útil da bateria, e recarrega através de um cabo Micro-USB incluído, que se conecta ao Retron 5.
Modernidade com estilo
O console é uma mistura de linhas e detalhes que lembram bastante os videogames da geração 16-bits, apelando para as cores do SNES e Mega Drive. Na verdade, o design é bem atraente e moderno, combinando bem com as TVs da atualidade. Com certeza ele faz bonito na decoração da sua casa. Disponível nas cores branco com detalhes roxo e preto (alguma semelhança com o SNES e o Mega?), o aparelho não decepciona aos que investirem na sua compra.Mas é nesse investimento que as coisas começam a dividir opiniões. Disponível no Brasil pelo preço de R$ 799,00, o Retron 5 acaba não sendo um console para todos os públicos. Contudo, tendo em vista os valores gastos por colecionadores em cartuchos raros, ou até mesmo em seus antigos jogos favoritos, não é de espantar a enorme procura pelo aparelho. Com ele, já sabemos que é possível rodar todos os seus cartuchos em um único dispositivo, sem a necessidade de ficar ligando e desligando um console e outro entre as jogatinas.
E se você já tentou ligar aquele seu videogame de cartuchos em sua linda TV de LED, sabe que a qualidade é péssima, com atrasos na reprodução e uma resolução baixíssima. O Retron 5, por outro lado, não possui essas falhas, pois seu sistema é completamente compatível com as novas tecnologias. Se você procura comodidade, compatibilidade, diversão e um aparelho moderno capaz de reproduzir seus jogos antigos, não resta dúvidas da eficiência do console, principalmente tendo em vista que suas falhas no início do desenvolvimento foram corrigidas, e um sistema de atualizações o mantem em constante correção.
O Retron 5 no Brasil
Após muitos adiamentos e aprimoramentos, o console foi enfim, lançado. No Brasil, ele é distribuído legalmente pela Hyper Mega, união das empresas Megalogame (brasileira) e Hyperkin, e pode ser encontrado à venda pelo site do Jogo Barato. No primeiro lote, foram fabricados 20 mil unidades, deste total, mil unidades foram para o mercado nacional, com fonte padrão BR, bivolt, caixa e manual em português. O segundo lote, por sua vez, está previsto para sair dia 20 de setembro.Mesmo sendo fabricado na China e trazido para o Brasil, nossos impostos alfandegários causam um imenso estrago no valor final do produto, que chega a custar algo em torno de U$ 130,00 nos EUA, e acaba chegando para nós por quase R$ 800,00. Este é o preço a se pagar por ter o produto distribuído de forma legalizada em terras tupiniquins.
Um acervo quase infinito
Embora o console não rode roms por questões de direitos autorais, todavia, alguns hackers já disponibilizaram opções que modificam o sistema operacional do console tornando possível a reprodução de roms via SD Card. Mas com roms ou cartuchos, o que podemos afirmar, sem dúvida, é que o console cumpre com seu objetivo. É inegável a satisfação de poder jogar aqueles títulos fantásticos das gerações passadas em qualidade igual ou superior aos consoles originais. O Retron 5 atinge em cheio os corações nostálgicos, pois traz modernidade, comodidade e uma experiência de jogo extremamente próxima da original. Embora custe caro, como tudo nesse país, a sensação de curtir um bom game clássico num aparelho moderno é realmente gratificante.Por fim, o Retron 5 é um console com uma proposta incrível – jogar seus games clássicos num único aparelho moderno e compatível com as novas tecnologias disponíveis –, que atinge em cheio os mais nostálgicos e colecionadores. Embora tenha tido problemas no início, com aparelhos defeituosos e muitos atrasos no lançamento, o console chega aos dias de hoje como uma excelente alternativa para os amantes da geração de ouro dos videogames, trazendo diversão na medida certa. Se você não poupa dinheiro com seu entretenimento, o Retron 5 é uma boa opção, embora muitos aleguem o alto custo em comparação com outros meios ilícitos de jogar esses clássicos.
Revisão: Catarine Aurora
Capa: Diego Migueis