Boné na cabeça, casaco marrom surrado nas costas e smartphone na mão. Hoje vamos conhecer o histórico e as motivações de Aiden Pearce, o hacker mais atlético do mundo dos games.
Alguns heróis lutam por propósitos altruístas, para defender os fracos e inocentes, em nome da justiça e da paz. Outros o fazem por propósitos pessoais, sejam eles movidos por vingança, dinheiro ou simplesmente na intenção de querer proteger aqueles que ama. Aiden Pearce, o protagonista de Watch Dogs, tem um pouco de cada um desses perfis. Apesar de o personagem ser muito discreto e cuidadoso quando se trata de sua identidade, vamos agora hackear seu perfil e descobrir um pouco mais sobre sua vida.
Nota: o texto a seguir possui alguns spoilers do jogo Watch Dogs. Leia por sua própria conta e risco.
Teu passado te condena
Para começo de conversa, Aiden nunca foi um exemplo de bom cidadão. Em sua adolescência, o jovem irlandês, naturalizado americano, cometia pequenos furtos, vadiava pelas ruas de Chicago, envolvia-se com gangues e frequentemente chegava em casa com a cara inchada, depois de se meter em alguma briga. Crescer em uma grande metrópole, às vezes, é sinônimo de conviver diariamente com a violência e a vida que Pearce escolheu acabou levando-o a conhecer o submundo do crime organizado. O convívio com as más companhias fizeram com que Aiden conhecesse pessoas erradas, em especial o hacker Damien Brenks.
Damien Brenks é considerado um gênio da computação, um ciberpirata profissional. Ao ver Aiden em ação, Damien viu no rapaz um talento nato para escapar de situações de risco, além de uma ótima desenvoltura para se virar sozinho numa briga, mesmo em desvantagem. Então, Damien propôs uma parceria para Aiden, uma sociedade, como ele mesmo gostava de se referir. Aiden seria os músculos e Damien, o cérebro. Cansado da vida que levava, almejando algo melhor para si, nosso protagonista aceitou trabalhar para Damien, tornando-se, assim, seu braço direito. Damien se autointitulava o instrutor de Aiden, um mentor, pois foi ele quem apresentou ao rapaz os macetes das fraudes digitais.
Da tragédia ao nascimento do Vigilante
Durante o golpe ao Hotel Merlaut, um resort luxuoso que hospedava homens de negócio, membros da alta sociedade e do governo, Aiden tinha como função se infiltrar no local e facilitar que Damien invadisse os sistemas para desviar dados de contas bancárias dos ricaços. Mas algo saiu errado e a dupla acabou sendo descoberta, tornando-se alvo de pessoas perigosas que tinham ligações criminosas com o governo e que queriam, a qualquer custo, manter alguns segredos longe de olhos curiosos.
Aiden teve sua cabeça posta a prêmio e Maurice Vega, um assassino de aluguel, foi contratado para deletar o hacker do mapa. Enquanto Aiden passeava de carro com seus sobrinhos, Lena e Jackson, Maurice, acompanhado de um capanga, persegue-os de moto, atira no pneu dianteiro do automóvel, fazendo com que o motorista perdesse o controle da direção e o veículo capotasse. A emboscada não sai como planejada, porque Aiden acaba sobrevivendo e quem morre no acidente é sua sobrinha, Lena, de apenas seis anos.
A morte da criança deixou todos da família muito abalados ― seu irmão Jackson desenvolveu estresse pós-traumático e Aiden ficou paranoico, obcecado por segurança. A partir de então, o protagonista decidiu não medir esforços para manter sua família segura, nem que para isso ele tivesse que matar qualquer um que os ameaçasse, como um verdadeiro cão de guarda.
Cada um faz sua própria reputação
Após esse evento fatídico, o hacker abandonou sua vida de crimes e passou a empregar suas habilidades para proteger os cidadãos de bem, agindo como um vigilante pelas ruas de Chicago. Nesse quesito, Aiden lembra outro personagem da ficção do mundo dos games: Ezio Auditore da Firenze. Ambos passaram pela dor de perder seus entes queridos e decidiram empregar suas aptidões para confrontar organizações criminosas, na intenção de evitar que tragédias como as que eles sofreram se repetissem. Assim como Ezio, Aiden busca no decorrer da campanha descobrir quem foram os responsáveis pela morte da sobrinha, a fim de executar seu plano de vingança.
No controle de Aiden, podemos usar métodos letais e não letais para dar cabo da bandidagem. Suas ações o tornam notório, tanto que a população de Chicago, no decorrer do jogo, passa a chamá-lo de The Fox (inglês de “A Raposa”), devido ao bordado em seu boné que lembra o desenho da cabeça do animal. No entanto, assim como em inFAMOUS (PS3), nossas ações no jogo refletem em nossa reputação. Salvar cidadãos, nocautear bandidos e impedir crimes nos darão a reputação de Protetor, deste modo, a imprensa começará a exibir notíciais e comentários positivos a respeito de sua atuação. Contudo, assaltar lojas e matar civis ou policiais acarretará na reputação de Ameaça e, como consequência, as pessoas na rua não hesitarão em chamar a polícia assim que virem a sua cara.
Armas e Habilidades
Parkour: Aiden não é do tipo de hacker que fica o dia inteiro sentado na frente do computador decodificando linhas de criptografia. Ele sai para as ruas e enfrenta os criminosos cara a cara. Quando está no trabalho em campo, Aiden usa suas destrezas no Parkour e freerunning para perseguir criminosos ou até mesmo para escapar da polícia. Aiden até parece ser um descendente de assassinos, não acham?
Arsenal: Aiden é um tipo de anti-herói ao estilo Kiss-Ass. Ele não se importa em pegar em armas de fogo para matar seus inimigos. Pistolas, rifles, escopetas e até granadas integram a caixinha de brinquedos do hacker. Podemos escolher entre jogar de um modo mais stealth, com pistolas com silenciador, ou mandar chumbo para todos os lados com uma boa e velha metralhadora.
Bastão retrátil: usado para a defesa pessoal, Aiden guarda no bolso um bastão retrátil que em questão de segundos pode ser usado para nocautear algum guarda desatento ou para contra-atacar algum agressor.
Superpoderes: por incrível que pareça, Aiden possui uma habilidade especial chamada Focus. Essa habilidade permite ao personagem desacelerar o tempo por poucos segundos antes de atirar, como se estivesse em modo de concentração, tendo assim mais precisão nos disparos.
Smartphone: sua principal ferramenta de trabalho. Aparentemente parece um telefone móvel comum, mas nas mãos de Aiden se torna uma arma perigosa. Com o smartphone ele pode acessar câmeras, bancos de dados, contas bancárias (dinheiro sempre é bom), alterar semáforos, explodir coisas, detectar crimes eminentes, etc. O aparelhinho concede a Aiden o controle de toda a cidade através do sistema do ctOS, tornando-o praticamente onisciente.
A raposa expiando seus pecados
Apesar de Aiden ser um homem frio e calculista, mesmo que em certos momentos ele tenha que executar ações moralmente duvidosas ― tais como se aliar a bandidos ou machucar inocentes, nosso anti-herói possui uma essência bondosa, que vem à tona sempre quando ele está junto de sua irmã e seu sobrinho. O Vigilante é movido pela culpa que carrega pela morte de sua sobrinha e para ele justiça e vingança andam de mãos dadas. Embora muitos não aprovem seus métodos, ainda assim ele segue em frente, porque talvez essa tenha sido a única maneira que ele encontrou para se redimir com a sociedade, depois de todos os crimes que cometeu.
Pensei que pudesse consertar a morte de uma garotinha, mas ao invés disso, fomos levados a tudo isso. Eu não olho mais pra trás. Não me arrependo. Olho para frente. Tudo está conectado e eu usarei isso para expor, para proteger… e se necessário… punir.
Revisão: Catarine Aurora
Capa: Stefano Genachi
Alan Kottwitz
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