Top 10: como o Brasil é retratado segundo os videogames

Como o nosso país é visto segundo os jogos? Veja dez exemplos de como o mundo lá fora nos enxerga!

em 24/07/2014


Não, não partirei do argumento fácil de que o Brasil é menosprezado pelos estrangeiros. Até que somos bem reconhecidos, geralmente pelo samba, selvas e pelo crime. Prefiro encarar a ignorância dos gringos como algo relativamente normal e universal. Pois nem todos somos obrigados a saber de tudo sobre o mundo.


Sim, há generalizações, há estereótipos e alguns enganos na dublagem ou na escolha dos nomes. Mas nada fora do que já estamos acostumados. Confira como somos representados mundo afora, aos olhos dos games!

10. Tekken — Eddy Gordo e Christie Monteiro

E falando em estereótipos, temos Eddy e Christie, ambos capoeiristas e personagens da série Tekken. E Eddy é tão estereotipado quanto polêmico: sua facilidade de se jogar (basta metralhar os botões de chute e a vitória é certa) e até a criação do personagem causaram problemas. Sem falar do nome: "Gordo".



Christie, além de aprender tudo que sabe de Eddy, também herdou sua apelação. E para deixar a coisa mais estereotipada ainda, como personagem feminina, a vestiram com as menores roupas possíveis. Mas não se preocupe, com o tanto que ela se movimenta, você não irá nem perceber.

09. Call of Duty Modern Warfare 2

A miséria e a criminalidade brasileira são retratadas com uma péssima dublagem em português para os bandidos em CoD MW2. Você deve se infiltrar uma favela carioca e descer o chumbo nos vilões e capturar Alejandro Rojas, um traficante de armas protegido pela milícia.


08. Rampage World Tour — Rio de Janeiro 

Rampage é um título pouco conhecido hoje, mas que fez certo burburinho quando foi lançado, nos anos 90. Nele, você é um monstro gigante e ganha pontos destruindo cidades inteiras, seguindo assim para cidades cada vez maiores.


Quanto mais destruição, pessoas devoradas e carros lançados longe, maior sua pontuação. Entre as cidades "visitadas" pelos monstrengos, está a cidade maravilhosa. Segundo a visão dos desenvolvedores, o que não falta no Rio são motéis. Mas para ser justo, todas as cidades do jogo são parecidas.

07. Road Rash 3 — Pista do Brasil

Lembra quando jogos violentos estavam começando a aparecer e que havia um de corrida de motos que você podia descer a porrada nos outros corredores usando braços, pernas, pés-de-cabra e porretes? Road Rash fez muito bem o serviço e em sua terceira versão resolveu colocar os motociclistas em pistas pelo mundo todo.


Obviamente havia inúmeras estereotipações, principalmente na trilha sonora. Tarantella para a Itália? Samba para o Brasil? Claro! Mas pelo menos não colocaram a selva amazônica lado a lado com o Pão de Açúcar, apesar da facilidade de retratar um dos cartões postais mais conhecidos do mundo.

06. Pokémon — Amazônia e o Mew

Até mesmo em Pokémon temos referências ao nosso país, ao menos aos nossos vizinhos. No primeiro jogo da série, o jogador encontra alguns diários na mansão abandonada em Cinnabar Island que retratam as observações feitas pelos cientistas sobre o Mew e seu clone, Mewtwo. Segundo esses diários, Mew vivia nas selvas amazônicas da Guiana.


05. Counter Strike — cs_rio


Preciso dizer mais? Esta música (e esta do Bezerra da Silva) jamais sairá da cabeça dos jogadores que já tomaram headshots descendo a ladeira ou gazelando nos telhados da favela criada pelos fãs de Counter-Strike.  O mapa retrata muito bem como é subir o morro para trocar tiros com a bandidagem pelos corredores estreitos da favela.

04. Street Fighter — Fase do Blanka

O Blanka não é brasileiro, mas a sua fase na série Street Fighter II é. A luta acontece no meio da selva amazônica, com um pirarucu gigantesco pendurado e os aldeões locais dando todo o seu suporte.


O estágio "retrata bem" aquela região, conhecida pelas casas na beira dos rios e cobras gigantescas perambulando livremente pelo perímetro.

03. Street Fighter — Sean

Não, gente. O Blanka não é brasileiro, apesar da grande vontade de homenageá-lo. Então resolvi colocar o único representante 100% (ou quase) brasileiro da série da Capcom. Neto de japonês, o lutador muitas vezes é comparado ao Dan do Street Fighter III, apesar disso não ser completamente verdade.



A Capcom acertou em cheio na criação de Sean, sem apelar para estereótipos e pontos comuns: seu esporte favorito é o basquete, seu estilo NÃO é jiu-jitsu ou capoeira e ele não é uma bizarrice que eletrocuta os outros.

02. Max Payne 3

Max Payne 3 pode ser considerado uma das melhores leituras do nosso país, ou mais especificamente, da cidade de São Paulo. Antes de começar o desenvolvimento, a Rockstar passou alguns dias na terra da garoa para conhecer as diferenças sociais gritantes e a realidade da cidade.

E o lado sombrio da capital paulista foi muito bem demonstrado. Max é o "gringo" perdido e fica perambulando as favelas e sendo hostilizado pela população. A forma de falar dos personagens locais e suas atitudes foram fidedignas com a realidade, como podemos ver no vídeo abaixo:


01. Civilization V — Pedro II

Talvez uma das melhores concepções feitas por um desenvolvedor de fora, o Brasil, segundo o Civilization, é uma terra tranquila, que raramente vai à guerra e dificilmente abandona suas amizades. No jogo de estratégia por turnos criado por Sid Meier, nossa terra tem palmeiras onde canta Vinícius de Morais, uma das músicas de guerra mais bonitas de toda a série:


A pesquisa histórica feita pelos developers foi dedicada. No Civ, cada nação possui uma ou duas unidades especiais, e fomos representados por vossa majestade Pedro II e os Pracinhas, os soldados brasileiros que lutaram durante a 2ª Guerra Mundial. Ainda há uma sutil referência para mostrar o quão fundo foi a pesquisa.


O Brasil é muito grande, com grandes grandes e violentas metrópoles, selvas e uma grande diversidade cultural e étnica. E os games (tentam) retratar todos estes aspectos — por mais que nem sempre o resultado fique decente. E você, leitor? Conhece algum jogo ou personagem que também nos "homenageia"? Não deixe de postar nos comentários!

Revisão: Alberto Canen
Capa: Vitor Nascimento


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