As mil e uma possibilidades de Devil's Men
Dos gêneros aventura e puzzle, Devil's Men era o título mais impressionante da Daedalic e também um dos mais interessantes da E3 2014 — embora não tenha tido tanta divulgação durante o evento. O enredo do jogo pareceu ser um ponto alto, afinal, Kevin Mentz, que nos explicava o jogo, era o responsável pela narrativa de Devil's Man. A história se passa num mundo fictício, com um estilo steampunk e ar de Sherlock Holmes — o que combina bastante com o gênero point-and-click.
Embora o nome seja "Devil's Man", as protagonistas são mulheres. |
Lá, uma série de misteriosos assassinatos acontecem e parecem ter algo a ver com a estranha organização Devil's Man. Adelaide, jovem que foi abandonada ainda cedo por seu pai, o famoso detetive Karol Spektor, alia-se a Emily para encontrar seu pai e solucionar os mistérios ao seu redor.
O mais interessante do jogo são os múltiplos caminhos que essa história pode contar, pois o maior poder que o jogador tem em Devil's Man é o decisório. No game, você se deparará com várias bifurcações na trama e terá de optar por um dos caminhos. Segundo Kevin, cada escolha terá uma vantagem e desvantagem, sempre beneficiando uma das duas protagonistas (Adelaide e Emily) ao custo de prejudicar a outra.
Para enfatizar esse aspecto múltiplo da trama, o desenvolvedor jogou a mesma cena duas vezes e mostrou o quão diferentes os rumos da história podem ser. O jogo permite movimentar-se pelos cenários, dialogar com personagens, investigar objetos e resolver puzzles — tudo apostando na liberdade do jogador.
Devil's Man impressionou bastante, e foi ótimo poder conhecê-lo diretamente pelas palavras do desenvolvedor. Infelizmente, não pudemos jogá-lo, mas já deu para ter uma clara ideia da genialidade do jogo. Para os apaixonados por point-and-click e recém-órfãos de Professor Layton, Devil's Man é um título para se ficar de olho.
Descobrindo a criatividade com Fire
O próximo novo jogo que nos foi apresentado chamava-se Fire. Tratava-se também de um jogo de aventura com puzzle, mas, dessa vez, mais focado na interação com o cenário do que com mistérios e assassinatos. Em Fire, assumimos o papel de Ungh, um ingênuo Neandertal que deixou a única chama de sua tribo se apagar. Agora, Ungh deve viajar por um mundo pré-histórico para encontrar outra chama num vulcão.
Para chegar até lá, ele terá de resolver toda a sorte de puzzles — todos sustentados pelo conceito da curiosidade e interação do cenário. O ambiente de Fire é lindo, todo desenhado à mão por um estilo de arte simplista e cartunesco. Tudo dá vontade de clicar, e é justamente essa a intenção, pois cada elemento do cenário reage de alguma forma ao ser clicado e nunca se sabe se é aquela pedra no chão ou aquele sol no céu a resposta para os enigmas do jogo.
Por exemplo, em um momento do game, precisávamos levar um objeto por um caminho repleto de animais que se moviam, impedindo o trajeto. Então, bastou clicar no sol para ele se tornar uma lua, fazendo cair a noite e colocando os animais irritantes para dormir e libarerem o caminho. Interessante, não?
No que você clicaria primeiro? |
Fire tem um quê mais infantil em relação a Devil's Man, mas, ainda assim, pode entreter muitos púbicos. Há mais de 30 cenários, todos feito à mão e repletos de elementos para se clicar e experimentar suas reações. A resposta para alguns puzzles chega a ser hilária. O medo é apenas de que o jogo exija mais aleatoriedade do que raciocínio lógico. Ao lado de Devil's Man, Fire forma uma dupla promissora de puzzles sérios e descontraídos.
Futuro promissor
Ali em seu pequeno estande, a Daedelic nos impressionou. Além de Fire e Devil's Man, estavam Silence e Blackguards 2. Se esses novos jogos seguirem o nível de excelência de Deponia e The Whispered World 2 (que terá uma sequência), podemos esperar um futuro ainda mais promissor para a empresa. E que tenha um estande maior na E3 2015, porque é o que ela merece!
Não subestimem esses caras, é tudo o que temos para dizer. |
Revisão: Alberto Canen
Capa: Rafael Rodrigues