João Costal — Battletoads
É um tanto quanto perigoso quando falamos de mexer no passado. Clássicos são clássicos. O receio é cada vez maior quando percebemos que os grandes estúdios (de cinema e de jogos) começaram a usar a nostalgia como produto. O erro que comumente cometem ao recriar ou dar continuidade a um clássico há muito parado, é a falta de comunicação entre público e os desenvolvedores: um quer algo repaginado, o outro, quer a imagem e semelhança de como era antes. Reboots ou adaptações são mais facilmente aceitas em títulos atuais, ou que já tenham sido finalizados, ou mesmo que já tenham esse hábito para estilizações. O público dos clássicos quer sentir que ainda está jogando um clássico.Simplesmente ficar imaginando como seria esse remake, com as onomatopéias, as caretas e o coro comendo solto, é divertido por si só.
Yuri Machado — The King of Dragons
Numa geração onde Beat ’em Up era um estilo muito famoso, grandes jogos surgiram e The King of Dragons é um deles, lançado em 1991 e representante dos gênero RPG de ação e Hack ‘n’ Slash. Em um cenário de fantasia medieval, temos cinco personagens jogáveis: Elf, Wizard, Fighter, Cleric e Dwarf, cada um com suas habilidades diferentes; além disso, o jogo possuía mecânicas de RPG como evolução de personagem.Para um possível remake eu pensaria em gráficos cartunescos no estilo 2.5D com side-scrolling. Multiplayer local e online, adição de trophies e achievements existindo assim um ótimo fator replay, golpes com combos e possibilidade de fazer “Quick Time Events”, um modo “Boss Battle”, remasterização das músicas e, aproveitando que a Capcom gosta tanto de DLCs, lançar fases e personagens novos à medida do possível, tudo isso fazendo um lançamento digital em todos os consoles e computadores. Junto com o remake ainda poderia vir um editor de fases e personagens, onde seria possível aos jogadores compartilharem suas criações uns com os outros e que fosse compatível com todas as plataformas distribuídas.
Pedro Vicente — Chrono Trigger
Vou fazer as vezes de Capitão Óbvio e falar de Chrono Trigger, presença obrigatória em qualquer lista de remakes. Ainda que pareça cada vez mais difícil esse remake acontecer, o desejo não precisa se pautar pela triste realidade. Imagino que não preciso gastar muitas linhas para lembrar da magnitude deste excelente RPG da Square, que deu as caras em 1995 e conquistou pelos gráficos, história, jogabilidade, trilha sonora, enfim, por todos os aspectos de um game perfeito. De lá para cá, muitos jogos do gênero foram produzidos, mas Chrono Trigger parece inabalável em seu pedestal, o que faz, inclusive, muita gente torcer o nariz para uma possível nova versão.O meu remake dos sonhos envolveria o Wii U (ou mesmo o PS4). Na televisão seríamos brindados com os gráficos da nova versão, que poderiam ser até em cel-shading para recriar de maneira fiel os traços do mestre Akira Toriyama. Já o GamePad (ou Vita) mostraria, ao mesmo tempo, o jogo como foi lançado para o Super Nintendo. Imagina que legal seria se os desenvolvedores conseguissem recriar as cenas de forma sincronizada?
Nem sei se isso seria possível, e permaneço com a certeza que nunca será feito, mas como sonhar não custa nada...
Alan Murilo — Super Mario World
Super Mario World é um daqueles jogos atemporais. Mesmo passados mais de 20 anos do seu lançamento original, a aventura 2D de Mario no SNES ainda é carinhosamente lembrada como um dos maiores - senão o maior - jogos de plataforma de todos os tempos. Excluindo os lançamentos no serviço Virtual Console, a aventura só foi remasterizada uma vez: para o GBA, em 2001, como parte da série "Super Mario Advance". Não seria, portanto, a hora de um remake em HD para apresentá-lo às novas gerações de nintendistas?Imagine como seria jogar Super Mario World no Wii U com gráficos no estilo de New Super Mario Bros. U e multiplayer para quatro jogadores ao mesmo tempo. As novidades não precisam parar por aí, e podem incluir desde fases e personagens novos até colecionáveis como artworks e a presença de leaderboards. Remakes em alta definição se tornaram populares na geração passada, e o próprio Shigeru Miyamoto já declarou em entrevistas que reedições de jogos do Mario são possibilidades, desde que não sejam meras atualizações gráficas. Pelo visto, nos resta torcer para que o clássico do Super Nintendo esteja na lista do mestre.
Arnaldo Lechner — Cadillacs and Dinosaurs
O que falar desse jogo que mal joguei e já considero pacas. Brincadeiras à parte, quem nunca jogou "Cadillacs and Dinosaurs", junto à série "Metal Slug" e os incontáveis "The King of Fighters"? Quem nunca perdeu horas e milhões em fichas (saudades dos arcades) jogando esse jogo que, na época e pelo menos pra mim, foi um dos jogos que eu ficava "wow, mas como assim 3 pessoas podem jogar ao mesmo tempo, this is madness" porque, convenhamos, na época dos arcades e consoles 8/16-bits o máximo de multiplayer que tínhamos era jogar um Top Gear, ou um Street Fighter com um amigo e já tava ótimo.Agora, imaginem vocês como ficaria um remake de Cadillacs and Dinosaurs, da mesma forma que Street Fighter tem o seu (belíssimo, diga-se de passagem) "Super Street Fighter IV"? Do mesmo jeito que séries como os próprios Street Fighter e The King of Fighters evoluíram, Cadillacs and Dinosaurs, pra mim, tem muito potencial. Um remake desse jogo além de fazer os mais velhos chorarem de alegria, mostraria aos jogadores mais novos (que só querem saber de "Modern War Golden Plus: War of Technology") o que é um Beat 'em Up de verdade, como é legal você matar um "dinossauro robô mutante gigante" com uma bazuca e como isso, mesmo sem fazer sentido algum, continuaria legal nos dias de hoje (Pacific Rim estou de olho em você).
Mas devaneios à parte, um remake ou até mesmo um reboot desse jogo e de mais um monte dos clássicos dos arcades e da geração 16-bit faria o tio aqui chorar de alegria, "ALÔ CAPCOM, ME CONTRATA".
Rodrigo Estevam — Resident Evil 2
O primeiro Resident Evil foi um daqueles jogos que marcaram história: sua trama, sua jogabilidade, seus personagens e até mesmo a sua péssima dublagem logo se tornaram referência no mundo dos games. Como era de se esperar, logo o título recebia uma continuação, que prometia ser bem maior e ainda melhor do que seu predecessor. Depois de quase estar concluído, Resident Evil 2 recebeu sinal vermelho e praticamente tudo o que já estava pronto foi engavetado (gerando a famosa lenda do Resident Evil 1.5) e o jogo foi refeito do zero. Com novos protagonistas, o policial novato Leon Kennedy e Claire Redfield (irmã de Chris, um dos protagonistas do game anterior), a possibilidade de explorar uma boa parte de Raccoon City e uma história tão boa (ou até melhor) quanto a do primeiro Resident Evil, RE2 logo ganhou um lugar garantido no coração dos fãs da série.Fica até complicado listar alguns motivos pelos quais acredito que RE2 merece um remake. Em primeiro lugar, desde 1998 até hoje tivemos um salto imenso em questão de tecnologia, tanto em relação à capacidade gráfica quanto ao próprio gameplay. Por exemplo, quando o primeiro RE recebeu uma versão refeita para Nintendo Wii, o aclamado Resident Evil Archives (carinhosamente apelidado de REmake), ficou claro que a fórmula da série ainda funcionava e que tudo ficava ainda mais imersivo e interessante com gráficos "atuais". Remake é até hoje considerado um dos melhores títulos da franquia já lançados. Também precisamos levar em consideração que RE2 faria rios de dinheiro para a Capcom, já que está mais do que claro que remakes de bons jogos vendem bem — e Resident Evil 2 é um ótimo jogo.
Se após o lançamento de Resident Evil 4 a série sofreu uma repaginação (deixando um pouco de lado o clima de terror e abraçando a ação em terceira pessoa) com a chegada de Resident Evil Revelations, ficou claro que é possível sim manter um pouco da tradição do terror em uma roupagem mais atual de jogabilidade e visual. Até lá só nos resta esperar que a Capcom resolva ouvir nossas preces e nos agraciar com Resident Evil 2 Remake.
E lá se vai mais uma parte de nosso especial. Com tantas possibilidades possíveis para remakes não é difícil estranhar que nosso especial voltará semana que vem com mais clássicos que marcaram época e merecer fazê-lo novamente. E para você leitor, o que achou de nossas escolhas? O que você gostaria de ver na próxima parte?
Revisão: Alan Murilo
Capa: Vitor Nascimento