Foi nesse longíquo ano que chegou às telas Pequenos Espiões 3D: Game Over, que, provavelmente, você já assistiu várias vezes na Sessão da Tarde ou na Temperatura Máxima. Fechando a trilogia, a trama volta a trazer os agentes secretos mirins Juni e Carmen Cortez, interpretados por Daryl Sabara e Alexa Vega, em uma missão para salvar a juventude de um MMO (chamado Game Over - conveniente, não?) criado por um programador do mal. Qualquer criança ficaria animada com um enredo desse, mas quem se considera “jogador” sabe que isso não levaria a algum lugar muito bom.
A história do filme nem é tanto problema, que traz uma lição de moral baseada na importância da família e de sempre estar com as pessoas que te querem bem, ele realmente é um filme muito empolgante para crianças, principalmente com a fama que já tinha os Pequenos Espiões. O problema é a forma como eles apresentam o videogame e eu nem estou falando de um vilão usar jogos para prender adolescentes: a questão é que o Game Over não é um jogo eletrônico de verdade.
Aliás, nem personagem de jogo de RPG Maker tem roupas assim. Por favor, né! |
É tanta coisa que não parece ser de videogame que fica difícil contar. Mapas do jogo são consideradas trapaças, isto em um jogo online, no qual, geralmente, ele fica ali no canto da tela e deve ser usado. Bônus de vida são extremamente raros e sabemos que recuperar sua vida é uma das coisas mais simples dos videogames. E, consideravelmente, para se programar um jogo como o apresentado pelo filme, onde os “jogadores” tem um nível de liberdade tão alto que o número de ações disponíveis deixaria qualquer GTA V no chinelo e seria preciso uns três teclados QWERTY ou uma lista de combinações maior que a de Mortal Kombat.
Se você quer um filme razoável de aventura ou um filme para entreter uma criança, o título pode ser considerado uma boa dica. Mas se estiver pensando em assistí-lo por causa da temática sobre jogos eletrônicos, pode esquecer. Como um filme sobre videogames, Pequenos Espiões 3D é uma ótima crítica social contra a sociedade capitalista dos anos 60.
Capa: Vitor Nascimento