Discussão

Mídia física x mídia digital. Afinal, qual é a melhor forma de guardar seus jogos?

Descubra as vantagens e desavantagens de tentar organizar uma pilha de cartuchos e CDs ou de ter uma biblioteca digital.

Algumas décadas atrás, o jogador não precisava se preocupar com a forma de mídia que ele iria utilizar para guardar seus jogos. A única opção que ele tinha era comprar o cartucho ou o CD e utilizá-lo no seu console preferido ou no PC. Para aqueles que podiam pagar pelo custo dos games, isso significava gavetas ou estantes abarrotadas de jogos, que muitas vezes precisavam ser organizados. Mas agora, em plena era digital, a preocupação do jogador não está em sua bagunça de games, mas na forma como ele irá guardá-los. Será que é melhor comprar o jogo em mídia física e ter aquela caixinha legal para guardar na estante ou será melhor comprá-lo digitalmente e poder acessá-lo em qualquer lugar que o rode, sem ter que carregá-lo para lá e para cá? É o que vamos tentar descobrir a seguir.

Biblioteca de estante

No começo da era dos jogos, por volta dos anos de 1980, nem se cogitava outra maneira de guardar nossos games que não fosse organizando os cartuchos do NES ou do Atari em algo como uma prateleira. Mais tarde, com a popularização dos PCs, outros tipos de mídias surgiram, como o disquete e o CD. Mas o problema da situação inicial continuava. Perdia-se muito tempo organizando os games e até procurando por eles. Pior ainda era se aquele seu cartucho preferido estragava de vez ou se um CD ficava arranhado. Era bye-bye e adeus para seu jogo, e só restava tentar juntar grana para comprá-lo novamente.
Se não tem estantes ou gavetas, o jeito é tentar organizar a pilha de games onde conseguir.
Mesmo com tantos riscos, ter os jogos de forma física tinha suas vantagens. Queria jogar aquele game super legal na casa do amigo? Sem problemas, era só levar ele consigo. Estava indo passar as férias na praia com os pais, mas você não era do tipo que curtia um mar? Bastava pegar seu console a alguns de seus jogos preferidos e colocar no carro de viagem (você só tinha que se certificar de que havia uma televisão na casa de praia, claro). Cansou daquele game que já jogou umas 100 vezes? Então vende ele para outro gamer apaixonado ou troque por outro para render mais horas de diversão. Além desses tipos de comodidades, tem o detalhe das caixinhas. Sim, as caixinhas dos jogos são realmente um elemento que estimula qualquer desejo consumista (além daquele "cheirinho" de jogo novo que conquista qualquer coração de jogador). Existem inúmeros exemplos de jogos que possuem artboxes fantásticas e que ficam muito bonitas quando organizadas na estante de um gamer.
Uma coleção que dá gosto de ver! (E que agrega muito valor ao quarto também).
Um dos grandes problemas de se ter uma biblioteca física de jogos é o bolso do jogador. Claro, isto não é nenhum problema se você for o Rei do Camarote e compra jogos para agregar valor, mas para nós, pobre mortais, é difícil aguentar o preço alto dos títulos disponíveis aqui em terras brasileiras. Certamente existem opções internacionais, livres de impostos, mas aí é jogar contra a sorte, porque mesmo comprando online e importando os produtos, eles ainda podem ser tributados pela Receita Federal. Aí a entrega pode sair pior que a encomenda, porque o jogador acaba pagando quase o dobro do preço original do game.
Reação de qualquer jogador ao ver o preço dos games no Brasil.

Tudo nas nuvens

Já existiam alguns serviços online que disponibilizavam jogos nas nuvens, mas essa possibilidade se popularizou devido ao Steam. A plataforma online começou oferecendo um leque de jogos (e que só continua aumentando) para o usuário comprar. A primeira grande vantagem deste tipo de serviço que salta à mente é a possibilidade de dar adeus ao trabalho de manter seus jogos organizados ou de ter que ficar pegando um CD ou um cartucho aqui e ali para trocar no console ou no PC. Todos os games ficam armazenados nos servidores do serviço contratado pelo jogador, bastando selecionar um título de sua biblioteca, baixar o conteúdo necessário, instalar e jogar e ser feliz! Outros serviços de lojas como a Nuuvem (uma bela alternativa nacional bem semelhante ao Steam), a eShop, a PSN ou o Xbox Live seguem o mesmo modelo. Cada usuário tem jogos vinculados à sua conta, e basta ele acessá-la em um aparelho ou console específico para baixar e jogar os títulos. No entanto, cada serviço tem restrições específicas, como limite de aparelhos habilitados a acessar uma determinada conta ou a impossibilidade de transferir títulos de um console para outro.
Graças ao "Santo" Gabe Newell temos o Steam, um dos melhores serviços online de compra de jogos. Também é graças a eles que duas vezes ao ano a carteira de muitos gamers fica vazia.
Outro detalhe que costuma atrair muitos jogadores para o estilo de repositório de games na nuvem é que o preço dos títulos costuma ser bem menos salgado (mesmo para um país tão cheio de impostos sobre produtos eletrônicos, como o Brasil). A loja Steam e a Nuuvem estão sempre fazendo grande promoções que, muitas vezes, acabam deixando a carteira do jogador vazia devido a tantos preços baixos, oferecidos até mesmo pela compra de títulos em fase de lançamento. A eShop da Nintendo e mesmo a PSN da Sony costumam oferecer também grandes descontos e mesmo alguns títulos de graça.
Durante a Summer e a Winter Sale, o Steam oferece descontos de 25% a 75% em quase todos os itens de seu catálogo. A Nuuvem também segue o mesmo estilo.
Talvez o maior perigo que ameaça esse tipo de armazenamento está na possibilidade de o usuário ter problemas com a sua conexão de internet ou em os servidores de seu serviço sofrerem algum defeito ou entrarem em pane. Algo do tipo nunca aconteceu com o Steam ou com a Nuuvem ou mesmo com a eShop ou a PSN, pois os sistemas passam por manutenções periódicas. A PSN já foi hackeada e a Sony passou por maus bocados até resolver a situação e a eShop ainda continua com problemas para concluir compras com cartões de créditos brasileiros. É bom sempre ficar atento, pois nunca se sabe quando todos aqueles seus jogos podem desaparecer da biblioteca do Steam, não é mesmo?

Longe de serem perfeitos, os serviços online da Nintendo, Sony e Microsoft também oferecem a possibilidade do jogador adquirir seus jogados digitalmente, mas há algumas restrições.

Então, vai baixar ou vai guardar?

As duas maneiras de se armazenar os jogos têm suas vantagens e desvantagens. Portanto, a decisão final fica por conta do freguês. Se você é do tipo que adora colecionar caixinhas de jogos e faz questão de ter seu pequeno santuário gamer organizado e belo de se ver, a mídia física é a sua opção. Já se você não suporta ter que ficar tirando e colocando CDs ou cartuchos das caixas, ou se não gosta de ficar procurando onde você deixou aquele game, e também se você não tem uma barrinha de ouro para trocar por aquele jogo fantástico, ter seus jogos guardados na nuvem é sua melhor pedida.
Então, sabe aquele novo jogo do Mario, você prefere ele na caixa ou na nuvem? Sacou? Mario? Nuvem?....
Revisão: Samuel Coelho
Capa: André Perez Segato


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Mídia física sempre ,ainda mais com a internet do nosso pais ,imagina baixar 40 e poucos giga de god of war 3 com minha net via rádio de 512 kbps kkkkkk ,só que hoje em dia as mídias ta osso cara ,só vem um panfleto poderia vir uma artwork do jogo,com exceção da nintendo que as caixinhas são demais ,as capas mal recortados isso pros jogos de ps3 feitos aqui ,vamos caprichar mais aí pessoal de Manaus

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  2. Bom, mídia digital com certeza é mais viável por muitos motivos. Mas isso eu acredito que muda de geração para geração. A geração atual de gamers acostumou com a 'magia' da caixinha com o jogo mas eu acredito que em poucos anos mais da metade das compras de games passará a ser digital.

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  3. Eu gosto de mídia física, sou adepto do vinil e dos CDs de música em pleno século XXI, assim como dos games com belas artboxes e suas caixinhas ocupadoras de espaço, mas isso é puro luxo: acho gostoso poder tocar e sentir algo que tanto me agrada (não é só isso que vale pra CDs e LPs, pois além da questão física ainda contam com qualidade excepcional de áudio). Mas confesso: a praticidade da mídia digital e os preços extremamente reduzidos (sou cliente fiel Steam, mesmo adorando mídia física!) são um caminho.
    O que agrega o agradável ao prático, pra mim, é poder instalar seus jogos físicos no HD - algo que a Nintendo não permite. E essa é a solução mais viável pra mim, já que mantenho minhas mídias físicas intactas e não preciso procurar um jogo na estante toda vez que quiser jogá-lo, ou um CD quando quiser ouví-lo. Basta ligar o console/o PC e procurar na biblioteca virtual.

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  4. otima matéria, um assunto bem debatido hoje em dia, mas no meu caso prefiro minha estante cheia do que meu hd.

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