Análise: Em Game Dev Story (Android) quem desenvolve jogos é você

Título simula o cotidiano das desenvolvedoras do mundo dos games de maneira bem simples e divertida

em 11/03/2014
Após 12 anos no mercado, o estúdio GameBlast finalmente emplacou seu primeiro jogo de sucesso: Ogre Age, um game de aventura estrelado por Ogros para o portátil Game Kid, vendeu mais de um milhão de unidades, sendo o segundo jogo mais bem sucedido na semana de seu lançamento. Com ótima recepção da crítica, o game recebeu nota 32/40 e acabou entrando para o Hall da Fama, garantindo assim uma sequência, que conseguiu emplacar o primeiro lugar no ranking de vendas com 2,5 milhões de unidades comercializadas. Com seu novo hit Ninja Gaijin, para PlayStatus 2, a empresa foi premiada com troféus de Melhor Design e Melhor Trilha Sonora durante a Global Game Awards.

Tem estúdio novo na área!
Não se deixe confundir, o GameBlast não desenvolve jogos. Deixe-me explicar: o parágrafo acima relata minha experiência no simpático Game Dev Story, da Kairosoft, que traz para dispositivos móveis uma pequena simulação simplificada do cotidiano das empresas desenvolvedoras de games. Aqui você precisa cuidar das finanças, bolar jogos e liderar uma equipe de profissionais apaixonados por vídeogames.

Contratando a galera
No início do jogo você deve se preocupar em colocar sua empresa no mundo, lançando jogos interessantes para montar sua fanbase. Quanto mais fãs, mais o seu jogo vai vender. Para fazer bons games, é preciso ter uma equipe bem qualificada, formada por roteiristas, designers, diretores e mais uma gama de pessoas de diferentes setores.Quanto maior for o nível do profissional em sua área, somado aos seus conhecimentos específicos em programação, roteiro, design e música, melhor será seu desempenho na hora de botar a mão na massa.

É claro que bons jogos acabam se tornando conhecidos com o tempo, mas se você quiser figurar entre os jogos mais vendidos, vai ser necessário recorrer a propaganda em revistas, sites, TV, além de patrocinar eventos esportivos (e até mesmo deixar um anúncio escrito na Lua!). Esse tipo de coisa pode ser um tanto cara, mas ajuda bastante a tornar sua companhia cada vez mais famosa e, consequentemente, a ter mais e mais fãs.

Além de criar jogos, entre um lançamento e outro é possível descolar uma graninha extra fechando contratos ao terceirizar seus serviços. Entre as atividades disponíveis estão a composição de músicas tema, a de criação filmes em computação gráfica e a tradução de jogos para outras línguas, entre outras. Esses contratos são de grande ajuda principalmente no início da jogatina, quando seus games ainda não vendem tão bem quanto você gostaria. Mas não perca tanto tempo com contratos, ou seus fãs vão começar a reclamar que você não lança mais jogos…

Pagar por publicidade é sempre um bom negócio... e, na hora do aperto,
dá pra tirar uma grana vendendo seus serviços
Caso seus títulos sejam interessantes o suficiente, não vai ser incomum que revistas especializadas em games escrevam artigos sobre seus lançamentos. Isso ajuda a tornar sua empresa ainda mais famosa e atrai mais público. Também é válido participar da Gamedex, uma feira de games estilo E3, que acontece anualmente. Contratar booth babes ou pessoas famosas para participar do seu estade ajuda a atrair os visitantes, que podem vir a comprar aquele seu jogo que está saindo do forno.

Uma boa dica para conseguir criar títulos de sucesso é ficar atento sobre quais tipos de jogos combinam com cada gênero. Por exemplo, um game do gênero Shooter funciona bem com o tipo Robot, assim como Live combina com Animal e Adventure com Historical. Se sua intenção é ganhar o prêmio de pior jogo, talvez seja legal juntar gêneros e tipos que não combinam bem, criando Puzzles de F1 Racincg ou Shooters de Baseball (LOL). Novos gêneros são liberados conforme você vai dando Level Up em seus funcionários, enquanto tipos de games vão sendo desbloqueados através do treinamento da sua equipe.

Ogre Age, o maior sucesso criado pelo GameBlast Studios, entrou
para o Hall da Fama... Mas ainda falta um longo caminho até
o prêmio de Melhor Jogo do Ano.
Se um jogo alcança mais de 100 pontos em qualquer um dos seus quatro atributos, artigos começam a ser escritos, filas a se formarem em frente às lojas e suas chances de entrar para o Hall da Fama e conseguir um troféu (quem sabe o de Melhor Jogo do Ano?) aumentam consideravelmente. O hype criado por tudo isso se reflete nas vendas, gerando renda que pode ser convertida em novas contratações, itens de boost para atributos dos seus jogos, divulgação e até mesmo na expansão de seu escritório.

Gênios trabalhando
Em certo momento, Game Dev Story permite que você se aventure de forma um pouco diferente. Cansou dos consoles da Senga, Intendro e Sonny? Que tal criar o seu próprio? Prefere um hardware retrô de 16-bits? Ou um de 64-bits? Portátil ou console de mesa? Que tipo de mídia pretende usar, cartuchos ou discos Blu-ray?

Antes que me pergunte, sim, o jogo tem um “final”. Após cerca de 21 anos de trabalho, sua pontuação é congelada mas a ação não para. Você pode continuar jogando, criando títulos, gerenciando sua equipe, mas o desempenho da empresa não vai mais afetar seus pontos já acumulados. É uma boa considerar o New Game+, que herda alguns itens e níveis do jogo anterior, o que pode tornar sua jornada um pouco mais fácil.

Viciante na medida certa, com visual retrô em 16-bit que certamente vai agradar aos mais nostálgicos, música repetitiva em chiptunes homenageando aqueles jogos antigos que todos amamos e diversas paródias a elementos do mundo dos games, como nomes de empresas, consoles, jogos e eventos, Game Dev Story é aquele jogo que merece um espaço no coração de cada gamer (e na memória de seus smartphones). Na dúvida, vale a pena testar a versão Lite do jogo, mas por seu preço baixo e alto nível de replay é uma compra mais do que recomendada.

Constantemente as empresas lançam novas plataformas e, para aumentar
ainda mais a concorrência, você também pode criar seu próprio console

Prós

  • Jogabilidade bem simples, mas rica e divertida;
  • Gráficos em 16-bits dão um charme especial ao game;
  • É interessante brincar de criar jogos;
  • O jogo nunca acaba, e mesmo após o primeiro gameplay ainda vai ter muita coisa pra descobrir e desbloquear em novas partidas.

Contras

  • Músicas em chiptunes ficam enjoativas após algumas horas de jogo;
  • Você, infelizmente, não vê seus games em ação;
  • Não recebe atualizações, então é bem provável que não vejamos a geração atual.
Game Dev Story - Android - Nota: 9.0
Revisão: Bruna Lima
Capa: Felipe Araujo

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.