Titanfall (PC) nos dá a oportunidade de fazer um test-drive em um robô gigante

Um dos jogos mais aguardados do ano abre suas portas para a versão de testes também nos computadores

em 25/02/2014
Como um bom fã de mechas, os saudosos robôs gigantes, nunca dispenso um bom simulador ou algo relacionado ao gênero. Mesmo não sendo um fã árduo do gênero FPS, não pude recusar a chance que a Hammond Robotics, a empresa fornecedora de tecnologia aos pilotos da Fronteira, disponibilizou: Um test-drive em seus equipamentos. Desde mochilas a jato até mechas massivos. Acomode-se em algum local seguro, pois a Queda do Titã se inicia na versão Beta de Titanfall para PC!

Anunciado em 2013, na mesma conferência que revelou o Xbox One, o novo membro da família Xbox, Titanfall conseguiu deixar muitos espectadores ansiosos e, ao mesmo tempo, aflitos, pois possuía uma premissa um tanto quanto diferente para o gênero o qual pertencia. Além de propor guerras intensas no estilo FPS, o jogo trazia a oportunidade de controlar massivos robôs gigantes e elementos como parkour. Há alguns dias, a versão beta do jogo para os PCs foi aberta, inicialmente fechada, apenas para aqueles que possuíssem os códigos enviados pela Electronic Arts, e, posteriormente, tornando-se pública, muito provavelmente para testar a estabilidade dos servidores. Será que deu certo? É o que vamos conferir!

Pegue seu capacete e entre na cápsula, piloto. Não temos tempo a perder!

Logo de início, quando o jogo é aberto pela primeira vez, uma forma de apresentação é feita, em que o piloto acorda em uma nave e entra em uma espécie de cápsula de treinamento. Nessa cápsula, o tutorial é apresentado em fases produzidas em realidade virtual (Inception?).

Muito completo e muito explicado, o tutorial conseguiu, pessoalmente, impressionar, pois raramente vemos algo tão completo em um MMO. O treinamento vai desde o básico até mesmo o avançado, explicando cada detalhe, além das mecânicas do jogo em si — como o parkour, o embarque ou o controle da IA dos Titãs — mas para iniciantes em jogos do estilo FPS também.


Após todas as explicações, o capitão da nave nos dá as boas vindas à Fronteira, um local onde habitam vários sistemas solares desconhecidos, alguns até colonizados, e o planeta onde a guerra se passa. Ao aproximarmos da órbita do planeta em questão, o qual não teve seu nome revelado, entramos no lobby do jogo e somos apresentados aos diferentes modos de jogo, personagens e armas disponíveis.

É hora da ação, soldado!

Titanfall, como já mecionado, é um FPS de ação e ficção científica. A proposta do jogo é “trazer o futuro do multiplayer online”, tanto que o jogo é inteiramente assim, desde sua campanha até suas partidas mais básicas. Cada partida será composta por dez jogadores, cinco em cada time. Os times serão compostos de pilotos. Alguns NPCs (Personagens não jogáveis) também estarão presentes no campo de batalha; eles são soldados normais, o suporte dos pilotos. Os NPCs andam sempre em formação e podem variar de pequenos robôs humanoides, para humanos normais. Titanfall possui um sistema de evolução baseado em pontos de experiência e, caso atinja o valor necessário, o jogador sobe de nível e abre mais possibilidades de jogatina.

Os minions são constantemente lançados no meio do campo de batalha dentro de cápsulas.
Os controles do jogo são realmente diversos, pois há muitas coisas para serem utilizadas. O jogador assume um piloto de uma das duas facções: Milicia ou IMC (Corporação de Manufatura Interestelar). A Milícia da Fronteira é composta por mercenários e piratas residentes da Fronteira e que fazem parte de uma espécie de aliança dentro do próprio sistema. Eles resolveram levantar-se contra as forças da IMC, reivindicando o que dizem estar sendo tomado deles: os planetas. A IMC faz parte da empresa Hammond Engineering, que cresceu tanto, comercialmente, que acabou monopolizando todos os serviços e operações dentro da Fronteira, ganhando até mesmo o direito de utilizar de força letal da forma que bem desejar.

Andar pelas paredes é algo, por mais impressionante que pareça, fácil de se fazer.
Os pilotos podem andar, correr, dar pulos duplos, correr temporariamente nas paredes, utilizar armas de fogo, dar golpes físicos, utilizar habilidades especiais — tais como a camuflagem ou a aceleração do corpo, para andar mais rápido e adquirir mais resistência — e, o verdadeiro atrativo do jogo, chamar os Titãs.

“Titã pronto para lançamento: Aguarde pela queda!”

Os Titãs são robôs de batalha gigantes, os quais possuem armamento e hablidades próprias, além de uma inteligência artificial que pode ser ativada para seguir o piloto em solo ou simplesmente guardar a posição ordenada. Ao início de cada partida, um cronômetro é iniciado no canto direito da tela do jogador. Este cronômetro, que possui três minutos contados, é o tempo de preparo do Titã. O tempo do cronômetro pode ser reduzido se o piloto matar inimigos ou capturar algum ponto do mapa. Quando o cronômetro zerar, uma mensagem será exibida e o piloto poderá chamar seu Titã e ouvir a já famosa frase: “Stand by for Titanfall” (“Prepare-se para a queda do Titã”).


Feito isso, o Titã será lançado e cairá na área designada pelo piloto. No chão, o piloto poderá adentrar no robô ou simplesmente ordená-lo para seguir ou guardar a posição. Os Titãs podem andar, correr, deslizar, atirar com a arma de fogo equipada, dar ataques físicos, atirar mísseis reservas e utilizar uma habilidade acoplada, seja esta um escudo magnético que segura as balas recebidas e as devolve, ou uma fumaça magnética que danifica tanto Titãs quanto pilotos. Algo interessante e muito bem implantando é o fato de pilotos aliados poderem simplesmente pegar uma carona em um mecha aliado, pulando em suas costas e o acompanhando por onde ele for. Mas isso não é só utilizado pelos amigos.

A IA dos titãs permite que embarquemos de qualquer direção e de vários modos diferentes.
Cada piloto possui o próprio Titã, ou seja, caso o jogador ordene que o robô seja lançado e não entre ou dê alguma ordem, ele ficará parado na mesma posição e ninguém além dele poderá adentrar no robô, seja amigo ou inimigo, mas estes poderão destruí-lo caso consigam. Caso o Titã seja destruído, o piloto será ejetado e poderá pousar em algum lugar que esteja ao alcance.

Este é um ótimo meio para destruí-los.


Há várias formas de destruir os Titãs: com a arma terciária do piloto, com outro Titã ou subindo nas costas dele e destruindo seus circuitos por uma parte externa que fica exposta assim que o piloto sobe nele. Quando o Titã for destruído, ele explodirá (seja uma pequena explosão ou uma explosão nuclear que danificará ou destruirá todos os inimigos que estão por perto) e um novo cronômetro surgirá para que mandem um novo Titã.

Infelizmente só foi possível testar o Titã inicial ATLAS, pois não tive chance de controlar ou de enfrentar outros Titãs, como Ogre ou Stryder, os outros robôs disponíveis, devido à falta de informações de como adquirí-los dentro do jogo. Posteriormente descobri como poderia obtê-los, mas isso ocorreu após o encerramento da fase de testes.

Da esqueda para a direita: ATLAS, Ogre e Stryder. Os três Titãs até agora anunciados.

Chegamos, mas o que temos de fazer?

O tutorial do jogo é muito explicativo e, praticamente, longo. Algo que realmente é ótimo. Mas isto é algo que não pode ser dito sobre os menus do jogo. Eles são mínimos e não possuem quase explicação alguma.

Após sermos direcionados ao lobby, temos a opção de escolher ir para um dos modos de jogo, customizar personagens, alterar algumas configurações ou voltar ao menu principal. Ao selecionar, no início do jogo, a customização de personagens, fui direcionado a uma tela onde me foram apresentadas três classes disponíveis, todas com seus gêneros pré-definidos:

Os menus são simples, mas não fornecem muitas explicações.
Tactical: inicialmente com uma aparência feminina. Carrega a “smart pistol”, uma arma especial do jogo que somos apresentados no tutorial, uma pistola comum, como arma secundária, e, como todas as outras classes, uma arma especial para destruir Titãs.

A Smart Pistol é uma novidade do jogo.
Assault: inicialmente com a aparência masculina. O personagem carrega uma arma automática de médio alcance (uma metralhadora), uma pistola automática, como arma secundária, e uma arma pesada para destruição de Titãs.

A última, que é liberada somente no nível três, é a CQB (Close Quarter Battle) ou Batalha a Curta Distância, em uma tradução literal, que carrega uma escopeta semi-automática, para combates a curta distância, uma pistola e uma arma pesada para ser utilizada contra os Titãs.

As Anti-Titan Weapons, como são chamadas, podem variar de metralhadoras com munição especial até um lança míssil.

Mas por que estamos lutando, capitão!?

Ironicamente, mais acima na matéria, chamei o jogo de MMO, pois foi essa a impressão que tive. A fase beta do jogo não nos apresenta um modo história. Apenas alguns modos de partidas, como funciona em um MMO, em que partidas de "mata-mata" e "capture o ponto" ocorrem.

Na versão beta estavam disponíveis os modos Attrition, que se assemelha muito ao deathmatch (mata-mata) presente em outros jogos, Hard Point Domination, que serve como um capture the flag (capture o ponto), e o modo Last Titan Standing (último Titã remanecente), o qual me pareceu o modo mais original do jogo até o momento.

Tanto em Attrition quanto em Hard Point Domination, caso o time perca, os jogadores do time receberão uma transmissão que mostrará a localização do ponto onde uma nave de fuga estará disponível. O time perdedor deve evacuar a área e ir até a nave, que fica parada no local por cerca de dez segundos, já o time vencedor deve caçá-los ou simplesmente destruir a nave de fuga. Em Last Titan Standing, os jogadores já surgem em seus respectivos Titãs e precisam destruir todos os robôs inimigos. Essa modalidade não possui renascença e nem mesmo Titã reserva. É composta por oito rodadas e caso algum time alcance quatro vitórias, a partida se encerra.

Lutas entre Titãs colossais dão brilho nos olhos.

Desafios e cartas

Algo realmente estranho, mas um tanto quanto útil, são os “Burn Cards”. Este é um sistema de habilidades adicionais, o qual o jogador, a cada partida jogada, ganha novas cartas e pode equipá-las. Cada carta fornece ao personagem uma habilidade diferente, sejam saltos mais acelerados, maior velocidade da queda dos Titãs ou até alternar entre os Titãs Ogre, Stryder ou ATLAS, algo que descobri por outros meios fora do jogo. O jogador adquire seu primeiro slot de carta no nível seis e, conforme evolui, mais se abrem, tendo um limite de três slots.

O sistema de cartas é realmente útil.
Há também um sistema de desafios, o qual o jogador deve completar um determinado número de missões — seja matar uma certa quantia de NPCs ou pular em vários Titãs um por um — que dão a possibilidade de adquirir mais armas para o piloto, habilidades e algumas armas para ATLAS.

“Aviso: Níveis de defesa estão baixos, recomendado evadir”

Titanfall possui gráficos extremamente bem trabalhados que chegam a encher os olhos. Mas infelizmente nem isso e nem os elogios feitos acima, são o suficiente para salvá-lo de alguns problemas técnicos e das próprias falhas.

Alguns infortúnios, que acabam por ocorrer, dão-se pela falta de informações dos menus do jogo. O jogador acaba aprendendo a maioria das coisas sozinho — como foi o caso dos desafios, dos gêneros dos personagens e da customização dos mesmos, que só está disponível a partir do nível seis, e da troca de Titãs — além de alguns casos como a presença de NPCs em campo, algo que fui descobrir perto do nível nove, e as habilidades adicionais dos Titãs, como os núcleos de dano ou defesa.


A falta de explicações pode fazer com que o jogador se perca.
Além disso, por conta do jogo estar na versão beta, ao entrar no jogo pela primeira vez, fui surpreendido por uma enorme frustração ao ver que o jogo caía a quase todo momento por desconexão ou simplesmente fechava. Em muitos momentos, Titanfall travou e não voltou a responder, conseguindo até mesmo desconectar meu monitor digitalmente (por mais bizarro que seja). Isso sem contar nas vezes em que apenas parte do mapa carregava, fazendo com que outras ficassem como placas cinzentas não completas. Felizmente, a maioria dos erros citados foi corrigida, sendo que, em sua maioria, eram muito provavelmente por conta da superlotação dos servidores devido à abertura.

Indubitavelmente surpreendente

Titanfall se mostra competente a cumprir o que promete: um FPS massivo e intenso com direito a robôs gigantes e destruição de sobra, fazendo o jogador perder, até mesmo, o fôlego. Infelizmente, o jogo sofre com os menus sem muita explicação, os quais o jogador tem de descrobrir a maioria das coisas sozinho, mas isso não consegue tirar seu brilho. Mesmo com pouquíssimos modos disponíveis, a diversão foi garantida durante o tempo que consegui testar, contando ainda com algumas horas de irritação, mas nada que impedisse de conseguir ver uma obra digna da próxima geração.



Titanfall — PC — Lançamento: 11 de Março de 2014

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Rafael Lam 

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