O Companion Cube (Portal) é muito mais que companhia em três dimensões

Ele é o único que acompanha Chell pelos laboratórios da Aperture Science. Vamos conhecer a história deste cubo amigo?

em 23/02/2014
Se você estivesse dentro de um laboratório estranho, forçado a resolver diversos puzzles com um dispositivo capaz de criar portais de teletransporte e sendo guiado por uma voz robótica que não te passa muita segurança, provavelmente não ia querer estar sozinho. Chell, a protagonista da série Portal, também, mas não esperava que a sua companhia seria um cubo. Cinza, cantos brancos, com um simpático coração rosa no centro: este é o Weighted Companion Cube, um dos objetos (ou seria personagem?) mais amados desta série da Valve.

A Aperture Science adverte: o texto contém spoilers (e glúten) de Portal e Portal 2. Não recomendado para quem não gosta de spoilers ou quem tem problemas com substâncias repulsivas azuis.

Quem não tem cão, caça com cubo

Alguns minutos depois de entrar na aventura do primeiro Portal, todos os jogadores percebem que, além dos próprios portais, a combinação botão+cubo é fundamental para conseguir completar os puzzles. Eles aparecem aos montes e mesmo que você jogue um deles na água ou destrua-o com uma bola de energia, você sempre tem outro lá para usar. Esta situação só continua até a Test Chamber 17, quando o cubo se torna amigo - ou melhor, quando Chell perde um amigo.

Sua missão é resolver todos os puzzles da câmara de teste sem perder o seu companheiro. Mesmo conhecendo ele de outras ocasiões desde o começo do jogo, é neste ponto específico da história que nossos laços se aproximam: ele é o único que quer e precisa ficar conosco (e considerando que a única outra coisa que temos contato é uma robô maníaca que gosta de matar pessoas, isso é muito confortante).

Durante esta câmara, percebemos que o cubo não é apenas o único amigo que você teve em meio às pálidas paredes daqueles laboratórios, mas de todos os sobreviventes que, no tempo que Chell esteve dormindo, tentaram também fugir daquele inferno da ciência. Um verdadeiro amigo, para todo o sempre.



Nem toda história tem seu final feliz e GLaDOS faz o favor deste ditado se confirmar: ao fim da câmara, ela diz que você só poderá continuar se incinerar o seu amigo. Você terá de destruir o Companion Cube para prosseguir. Por mais que a robô tenha falado que “o Companion Cube não sente dor” e repetido várias vezes que ele não fala, todos os jogadores que já passaram por isso - incluindo este redator emocionado que vos dirige a palavra - ouviram um grito de clemência vindo daquele objeto tridimensional.

De onde veio e o que virou?

O Companion Cube veio de uma estratégia bem legal de game design que o pessoal percebeu durante os testes do primeiro Portal: muitas não entendiam que tinham que levar o cubo com elas para certas câmaras! Como eles apareciam aos montes, alguns achavam “um trabalho desnecessário” levar o mesmo cubo para tudo que é lugar; entretanto, esse era o foco do puzzle, já que não haveria outro para substituir. Então, a equipe de desenvolvimento pensou em um jeito de fazer o jogador se apegar àquele cubo específico, criando o Companion Cube e todas as falas de GLaDOS sobre ele.

E foi desta pequena mudança que fez do cubo um dos maiores memes originados do primeiro Portal (assim como The cake is a lie) e ainda teve uma pontinha de participação em Portal 2, quando GLaDOS te mostra novamente um Companion Cube e desintegra ele antes que possa usá-lo (sacana ela, não?). Foi neste segundo título, aliás, que descobrimos que a maníaca robô tem um depósito de Companion Cubes para fazer jogadores chorarem de saudade por muito tempo ainda.



Qual é a sua melhor lembrança deste eterno amigo? Conte suas experiências com o Companion Cube nos comentários! Vai que ele volta e fica em um bonito campo lendo suas declarações?

Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Vitor Nascimento

sempre com projetos criativos, estranhos ou os dois ao mesmo tempo. desenvolvedor de software, game designer e escritor sobre as coisas que eu gosto.
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