As vendas de consoles atuais podem ser comparadas às de gerações anteriores?

em 22/12/2013

Nas últimas semanas, recebemos enxurradas de notícias de como os novos consoles estão batendo recordes de vendas em diversos pontos do ... (por Unknown em 22/12/2013, via GameBlast)


Nas últimas semanas, recebemos enxurradas de notícias de como os novos consoles estão batendo recordes de vendas em diversos pontos do mundo. Com números surpreendentes, o Xbox One e o PlayStation 4 estão se consagrando como os consoles de vendagem mais rápida de todos os tempos. Mas o que isso significa? É algum demérito para outros consoles de vendagem menor? Na verdade não.


Mercado de nicho

Os videogames foram lançados, primeiramente, como brinquedos de luxo para crianças. Com jogos simples, e que ao mesmo tempo estimulavam o raciocínio e divertiam, estes aparelhos rapidamente viraram sensação entre o público jovem. Com isso, por maior que fosse o sucesso dos consoles, eles possuíam um público-alvo muito bem definido: as crianças. Contudo, um mercado com tamanho potencial estava se revelando, e, com o passar das gerações, as empresas foram percebendo a mina de ouro que tinham nas mãos.

É até fácil entender o motivo pelo qual pouca gente se interessava por jogos eletrônicos
O Super Nintendo e o Mega Drive deram alguns pequenos passos em direção ao crescimento do público-alvo dos videogames, mas foi com o PlayStation que as coisas começaram a mudar de verdade. Com jogos adultos e que remetiam a experiências cinematográficas, o console de estreia da Sony foi marcado pela mudança de escopo dos consoles de mesa, de maneira que mais pessoas começaram a se interessar pelo produto. E com títulos como Metal Gear Solid e Final Fantasy VII, o PlayStation logo se tornou o queridinho dos adolescentes e jovens que desejavam experiências de temática adulta e, algo que acabou expandindo o público interessado por games, enquanto ainda manteve o público predominantemente infantil de outrora.

Jogos e algo a mais

O PlayStation não foi importante apenas para mostrar que videogames não eram coisas de criança, ele também foi o primeiro console de mesa a popularizar o conceito de videogame multimídia. Utilizando o CD como mídia, o console permitia a reprodução de CDs de música, uma funcionalidade muito popular para aquele tempo. Com isso, o console deixou de ser utilizado apenas com jogos e acabou se tornando um sistema de reprodução de áudio que utilizava-se das caixas de som do próprio televisor para reproduzir CDs.

O PlayStation foi responsável por uma grande revolução na indústria
Nem preciso dizer o quão interessante se tornou o console para vários tipos de pessoas, já que todos podiam aproveitá-lo de alguma forma, mesmo que uma delas não envolvesse videogames. A ideia deu tão certo que esse direcionamento acabou virando tendência, e evoluiu um pouco a cada geração (para quem diz que a Sony só sabe copiar tendências, isso serve para mostrar que a empresa também é capaz de criá-las).

Quem nunca gastou horas ouvindo músicas em seu PlayStation que atire a primeira pedra

Com esses movimentos, a Sony iniciou mais uma revolução no mercado dos videogames. Se a Nintendo salvou toda a indústria nos anos 80, a Sony foi a responsável por dar o primeiro passo para a sua expansão nos anos 90. É claro que isto também fez com que o público mais uma vez se expandisse significantemente, e as gerações seguintes só vieram provar ainda mais este ponto, já que a inclusão de DVD Player, o acesso à internet e outras inovações foram se integrando cada vez mais aos consoles, até chegarmos em completas centrais multimídia, tal como o Xbox One.

Jogando em família

Indo por outro caminho, a Nintendo sempre foi resistente quanto à inclusão de funcionalidades que não envolvessem jogos em seus consoles, mas, ainda assim, a empresa veio com uma das maiores - senão a maior - revolução já vista na história desta indústria. Sim, estou falando do Wii. O revolucionário console da Nintendo pode não ter marcado o melhor momento do mundo para os fãs da empresa, já que a Big N deixou o mercado de jogos hardcore de lado em prol de jogos mais voltados à experiência casual e familiar. Mas foi justamente essa decisão que fez com que os videogames se tornassem ainda mais interessantes para pessoas que não estavam acostumadas a jogar.

O Wii veio para provar que qualquer um é capaz de jogar videogames desde que estes sejam intuitivos

Podemos dizer que o Wii foi uma revolução em vários sentidos. Em primeiro lugar, a nova forma de jogabilidade possibilitou a criação de novos jogos jamais antes imaginados, tais como os jogos casuais lançados aos montes para o console. E foram justamente estes famigerados jogos que expandiram o mercado de forma inimaginável. Líder absoluto em vendas na última geração, o Wii vendeu mais de cem milhões de consoles em todo o globo ao longo de seus sete anos no mercado. Boa parte dessas vendas se deram por pessoas que não costumavam jogar videogames, de maneira que o console da Nintendo acabou se transformando em um item praticamente fundamental da sala de qualquer família e o mais recomendado para festas e eventos sociais entre amigos.

E o que tudo isso tem a ver com os recordes de vendas dos novos consoles?

Muita coisa! As comparações entre vendas de consoles atuais e consoles antigos não têm o menor fundamento pelo simples fato de que um mercado que antes era sustentado por um pequeno nicho de pessoas agora se tornou um dos mais rentáveis do todos. A evolução dos consoles, seja quanto suas capacidades multimídia ou mesmo pela jogabilidade simples e intuitiva, acabou impulsionando todo o mercado, já que um console pode agradar não só jogadores assíduos como também seus pais, avós ou qualquer pessoa que deseja um pouco de entretenimento, seja jogando uma partida de boliche com Wii Sports ou mesmo assistindo a algum seriado que nada tem a ver com videogames.

Esses três ainda nos darão muitas alegrias
Este movimento, somado às geniais estratégias de marketing da Sony e da Microsoft fizeram com que os dois consoles vendessem como água em seu lançamento, afinal, quem não desejaria testemunhar mais uma revolução no entretenimento caseiro, capaz de agradar a gregos e troianos? Comparar vendas de consoles antigos com as de novos consoles é um absurdo, mas de qualquer forma é maravilhoso saber que a indústria que tanto amamos está crescendo e se tornando cada vez mais importante em todo o mundo. E é isso que devemos tomar como lição, não guerras infundadas entre fãs de empresas que esquecem que na verdade simplesmente gostam de jogar videogame.

Revisão: Samuel Coelho
Capa: Daniel Machado

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