Parece que foi ontem, mas já fazem quinze dias desde o último dia das bruxas. Lembro-me que, naquela semana, houve uma grande comoção na equipe do GameBlast a respeito dos games mais incríveis e assustadores que alguém poderia imaginar, e é claro que eu não poderia ficar de fora dessa! Então, comecei a procurar um jogo que tivesse uma trama horripilante e, de alguma maneira, combinasse com a macabra ocasião.
Foi aí que encontrei Headless, um game de "corrida infinita" um tanto diferente do que alguém poderia imaginar. Ainda por cima ele tinha tudo o que eu precisava: sangue, um clima sombrio, um pouco mais de sangue, uma galinha sem cabeça, ainda mais sangue... Por que só agora estou fazendo a Análise desse jogo? Sente aqui e vamos conversar um pouco sobre a empreitada da Double Smith.
Era uma fria tarde de 10 de setembro, no ano de 1945, quando o fazendeiro Lloyd Olsen estava recebendo sua sogra em casa. A fim de preparar o jantar, sua esposa lhe solicitou que fosse buscar um frango no galinheiro. O que aconteceu, no entanto, foi que o fazendeiro, com seu machado, acabou deixando a veia jugular e a maior parte do tronco cerebral de Mike, o frango, intactos. Nascia ali a lenda de Mike, a galinha que viveu por mais dezoito meses sem a sua cabeça.
Uma galinha sem cabeça? |
A história completa pode ser encontrada em diversos sites pela internet, mas estamos aqui hoje para falar não de Mike, mas do game que o utilizou como fonte de inspiração. Headless te coloca no controle de um frango totalmente desprovido de cabeça e que, apesar disso, corre desesperadamente para... bem, não sabemos ao certo por que ele corre tanto, mas, se fosse assim, esse não seria um game de corrida infinita, certo?
Contudo, a pobre criatura perde sangue continuamente enquanto corre, o que faz sua barra de energia lentamente se esvair. Por seu caminho, o jogador pode encontrar diversos perigos, como machados, ganchos e até cercas elétricas, que fazem a energia do frango cair ainda mais rapidamente, mas também pode encontrar sacos de sangue, que recuperam sua vida.
A cabeça por trás do frango
Basicamente, é isso. Assim como qualquer outro game de corrida infinita, existem diversos itens e power-ups que podem ser encontrados pelo caminho, além de melhorias de longo prazo alcançadas quando o jogador realiza certas façanhas, como desviar de vários obstáculos ou estabelecer um novo recorde.
Imagem de divulgação: "desbloqueie melhorias e colecione power-ups". |
Os comandos não poderiam ser mais simples, e nada melhor para um dispositivo móvel rodando Android ou iOS: tocar na tela fará o frango pular ou bater as asas e dar um segundo pulo no ar. Já o giroscópio do aparelho faz com que a ave corra mais rápida ou vagarosamente, o que serve para aumentar a pontuação ou ter mais tempo para desviar de obstáculos que surgem.
Mas o que diferencia Headless de outros jogos de "corrida infinita" é sua direção de arte. O game conta com belíssimos gráficos desenhados a mão completamente em preto e branco, com exceção do sangue, que se sobressai brilhante e vermelho na tela, dando ainda mais beleza e obscuridade ao título. Os sons também não deixam a desejar, apesar de serem bem simples, mas é na música que se encontra o trunfo do game.
Me pergunto como o PEGI classificaria isso. |
Todo este clima de jogo macabro pede uma música igualmente sombria para deixar o game com aquela cara de terror, certo? Pasmem, pois a trilha sonora parece retirada diretamente de um desenho animado, contando com uma (infelizmente, a única) animada música em "dixieland", deixando, ao contrário do que se poderia imaginar, um alto clima de comédia.
Prós
- Belíssimos gráficos, totalmente desenhados a mão;
- Um game que parece de terror, mas é uma grande comédia;
- Uma animada música em "dixieland", como não se vê mais hoje em dia;
- Inspirado em Mike, a galinha sem cabeça.
Contras
- Só mais um game de "corrida infinita";
- Apenas uma música em seu repertório;
- Em um primeiro momento, empolga, mas acaba enjoando, como todo game do gênero.
Headless - Android/iOS - Nota Final: 6.0
Revisão: Bruno Nominato
Capa: Stefano Genachi