Análise: Não há tempo a perder! Corra e enfrente desafios através do tempo em No Time To Explain (PC)

em 13/09/2013

Imagine você passando uma tarde tranquila em casa, em um dia lindo e até dançando um pouco para comemorar uma vida tão simples e pacata, ... (por Unknown em 13/09/2013, via GameBlast)


Imagine você passando uma tarde tranquila em casa, em um dia lindo e até dançando um pouco para comemorar uma vida tão simples e pacata, livre de problemas. Tudo vai indo muito bem até que a parede de sua residência é arrebentada e um cara, muito parecido com você, aparece do nada e lhe diz que é você, só que vindo do futuro. Não há tempo para explicações e, sem demora, é hora de se aventurar por realidades estranhas e bizarras com uma arma de raio ultra moderna enfrentando desafios e monstros mais esquisitos ainda. Uma pena que uma ideia tão interessante quanto essa é utilizada em um jogo com tantos problemas e falhas, mas quem sabe em um futuro próximo ou até em outro universo ou realidade alternativa esse título teria sido bem melhor, não é mesmo?

Vários universos e grandes perigos

Originalmente lançado como um simples jogo em flash em 2011, No Time To Explain foi desenvolvido pela tinyBuildGames e elaborado por Tom Brien e Alex Nichiporchik. O título ganhou uma versão completa para PC e Mac em 2013, lançando no Steam. O jogo possui um visual simples e despojado, com um estilo de animação repleto de partes cômicas e divertidas. Com uma mecânica de jogo intuitiva, a aventura convida o protagonista a se aventurar por diferentes realidades e universos enfrentando desafios que envolvem tempo, paciência e muita estratégia.

Um monstro gigante captura seu "eu" do futuro. Isso dispensa explicações, não é mesmo?
A trama do jogo é simples, apesar de mexer com um tema tão interessante e controverso quanto a viagem no tempo. O jogador encarna um cara pacato, sem nome, que subitamente tem sua rotina interrompida pelo seu “eu” do futuro que aparece para lhe contar que...Bem, como ele mesmo diz “Não há tempo para explicar”, e inesperadamente é agarrado por um monstro gigante. Pegando a arma do viajante do tempo, o protagonista precisa viajar por incontáveis universos e outras realidades perseguindo a si mesmo e o monstro, sem nenhuma razão aparente. Simples assim, o jogo dispensa explicações (como seu próprio título alerta) e leva nosso herói temporal a enfrentar inúmeros desafios mortais e complicados de se resolver, sempre seguindo em frente em direção a um outro tempo, em outro universo.

Esqueça a lógica ou a razão. Apenas persiga o tubarão gigante e cuide aonde pisa.
O jogo é dividido em vários estágios, e, em cada um deles, o bravo protagonista atravessa diversas realidades perseguindo um monstro bizarro que capturou seu “eu” do futuro, seja ele um caranguejo gigante ou um tubarão voador (pois é, não tente buscar alguma lógica nessa história). Em cada realidade, coisas estranhas podem acontecer como você parar de repente no meio da Rússia ou se tornar um campeão de futebol americano. E para cruzar tantas confusões temporais, o herói conta com uma arma futurística de raios que lhe auxilia no deslocamento, bastando utilizar as setas do teclado e o mouse para mirar aonde que o feixe de energia deve ser disparado, além de servir para atingir e destruir monstros. Dependendo de qual universo você esteja, o poder da arma pode variar, tendo a capacidade de jogar apenas um pulso de ar para lançá-lo nas alturas, por exemplo. E essas modificações vem bem a calhar dependendo do trecho que o herói precisa atravessar, sejam eles paredes cheias de espinhos afiados ou despenhadeiros gigantes.

Deslizando "like a sir" por um labirinto de gelo.
Um detalhe que impressiona nesse jogo tão simples e inusitado é a qualidade do som e da dublagem dos personagens durante as cutscenes. O trabalho empregado nesse aspecto é de excelente qualidade e as vozes emprestadas aos personagens garantem momentos cômicos ao longo do jogo. A trama ainda é recheada de situações hilárias e inusitadas envolvendo as diferentes "versões" do protagonista, vindas de outros universos. Cada realidade pode possuir as suas características únicas e você pode até achar estranho esbarrar com um "eu" pirata do herói. Porém, uma coisa é certa: todos esses diferentes exploradores temporais não vão hesitar em proteger seus camaradas de outras realidades mesmo que tenham que enfrentar até mesmo uma marmota gigante muito irritada.

Está com problemas? Não se preocupe. Uma versão sua alternativa sempre pode aparecer do nada para lhe ajudar.

Uma viagem frustrante pelo tempo

Mesmo com a safra atual de jogo indies com ideias boas e mecânicas de jogabilidade fluidas e simples, No Time to Explain sofre de sérios problemas que prejudicam um título criado em cima de uma trama interessante. Ao contrário de outros jogos que utilizam o alto grau de desafio e dificuldade de forma divertida e empolgante, o jogo falha nesse quesito e torna a experiência de resolver um problema como pular por entre um monte de espinhos ou saltar em uma plataforma algo extremamente frustrante. Controlar a arma de raio para impulsionar o personagem na direção correta pode ser muito complicado e morrer várias vezes reaparecendo no mesmo local onde houve a dificuldade, ou no início da fase, é algo constante na gameplay. É tão comum morrer incontáveis vezes que o jogador fica confuso e não parece mais um desafio ao estilo “tentativa e erro” e sim uma experiência de mortes simples, banais e repetitivas.

Pode parecer desafiador, mas no final tudo pode ficar muito cansativo.
Todos os problemas da mecânica de movimento são piorados com os constantes glitches e bugs do jogo que envolvem travamento, atrasos na taxa de atualização da tela, entre outros. Esses problemas tornam-se quase insuportáveis quando aparecem em momentos complicados como plataformas pequenas que se desmancham e exigem muita precisão ou batalhas contra chefões que irritam ao serem repetidas várias vezes devido a algum bug do jogo. O título vem recebendo constantes atualizações e patches, porém os problemas continuam e ameaçam estragar completamente um jogo que poderia ter se tornado uma experiência única e divertida no gênero plataforma.

Uma pena que tantos travamentos não nos deixem apreciar tantos universos diferentes.

Prós

  • Visual e som polidos;
  • Trama nonsense;
  • Diálogos e situações cômicas e divertidas.

Contras

  • Controles confusos;
  • Desafios pouco estimulantes e irritantes;
  • Excesso de bugs e falhas.

Muitos universos, muitas versões e muitos problemas.
No Time To Explain - PC - Nota: 6.0

Revisão: Rafael Neves
Capa: Vitor Nascimento



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