Turismo assombrado: um passeio por Pripyat, a cidade fantasma de Call Of Duty 4: Modern Warfare

Uma cidade fantasma repleta de ameaças humanas. Você e seu companheiro em uma missão suicida em busca de um alvo. Cada passo é um novo risco que se corre, cada movimento uma nova oportunidade para o acaso terminar com o seu objetivo e a sua vida. Estratégia, discrição e a sua camuflagem são as suas melhores armas. Você sabia no que estava se metendo, agora não há mais volta. Afinal, não há escolha certa ou errada quando o dever nos chama, apenas uma missão a cumprir.

E hoje, recrutas leitores, a minha missão é levar vocês para passear por Pripyat, a cidade fantasma de Call Of Duty 4: Modern Warfare.

Fantasmas do passado 

Capitão John Price

Call Of Duty 4: Modern Warfare foi um tiro certeiro de inovação e criatividade para a franquia. Finalmente vivenciaríamos a guerra em um cenário mais moderno, com novas armas e possibilidades. Como de costume, temos o controle de diversos personagens durante o desenrolar do jogo, mas as grandes estrelas são o sargento John “Soap” MacTavish e o capitão John Price. Durante duas fases muito especiais, abrimos mão do escorregadio Soap para descobrir um pouco mais do precioso passado do capitão Price.

All Ghillied Up volta 15 anos na história para apresentar um Price mais novo acompanhado por seu amigo e colega, o capitão MacMillan, em uma missão que ocorre em Pripyat, a cidade de Chernobyl. Com o objetivo de eliminar Imran Zakhaev, o grande antagonista do jogo, os dois devem enfrentar diversas ameaças pelo caminho, além do iminente risco de radiação na área. Em One Shot, One Kill, temos o desfecho da missão e descobrimos como Zakhaev perdeu o braço.

Aperte o play para escutar a trilha original da fase e entrar no clima da leitura 

Uma cidade radiante 

Pripyat foi uma cidade construída e planejada para se tornar o lar dos trabalhadores da Usina Nuclear de Chernobyl. Fundada em 1970, foi proclamada oficialmente como cidade em 1979. Localizada ao norte da Ucrânia, próxima a fronteira com a Bielorússia, ficava apenas a 18km da usina. Possuía loja de livros, teatro, bibliotecas, escola de arte e sala de concertos, uma grande variedade de atrativos culturais para seus moradores. Além disso, contava com infraestrutura para as necessidades mais básicas de seus quase 50 mil habitantes na época, como centro médico, escolas secundárias, escola técnica, mercados e restaurantes.

No dia 26 de abril de 1986, o inesperado aconteceu. Um acidente com o reator número 4 de Chernobyl espalhou partículas de radiação pela região com uma nuvem de contaminação 400 vezes mais radioativa que os ataques nucleares contra Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial. Durante o acidente, 31 pessoas morreram e outras foram vítimas de intoxicação aguda por radiação. A cidade foi imediatamente evacuada e o evento ficou marcado como o maior acidente nuclear da história.

É incrível perceber como Call Of Duty 4: Modern Warfare foi fiel aos detalhes reais da cidade de Pripyat. O que só ajudou ainda mais na criação de uma atmosfera sombria, isolada e esquecida para a fase. Os ambientes de maior destaque são o Hotel Polesie, o Centro Cultural e o Parque de Diversões com a emblemática roda gigante.

O exterior e interior do Hotel Polesie

O interior do Centro Cultural da cidade

A roda gigante do Parque de Diversões 

Hoje, 27 anos depois, Pripyat é uma cidade fantasma que guarda as lembranças de um futuro esquecido por uma tragédia que abalou o mundo. Cientistas afirmam que serão precisos 900 anos para atingir níveis seguros de radiação para permitir a habitação humana novamente na zona. Mas a cicatriz que o acidente provocou em seus habitantes, isso nem o tempo cura.

Melhores momentos 

Pripyat é palco para momentos de muita tensão durante Call Of Duty 4: Modern Warfare, então nada mais justo do que relembramos os melhores deles:

O exército de dois homens só: em All Ghillied Up, Price e MacMillan têm que passar por uma tropa de soldados acompanhados por tanques. Isso tudo tendo como aliado apenas seus trajes ghillie, que servem para camuflagem. Vai dizer que você não prendeu a respiração quando teve que se esgueirar entre tanques e soldados inimigos?

Ser discreto não é apenas uma opção

Dando o braço a torcer: como se estar na pele de Price já não fosse o máximo, você ainda tem a chance de eliminar Imran Zakhaev com um rifle M82 calibre .50, enquanto MacMillan dá as coordenadas para o disparo. Pena que o tiro não é fatal. Entretanto, você pode não ter tirado a vida de Zakhaev, mas um braço, pelo menos, sim.

Black Hawk Down: derrubar um helicóptero inimigo, carregar o companheiro ferido e ainda ter uma contagem regressiva para chegar até o ponto de extração. Definitivamente esse é um dos pontos altos de One Shot, One Kill.

"Ainda bem que eu guardei essa bala derruba-helicópteros" 

Não deixamos homens para trás: quando tudo parecia estar se encaminhando para um final feliz, você ainda deve aguardar pelo resgate em um parque de diversões abandonado. Até aí não parece um grande problema, a não ser pelo seu capitão, MacMillan, que está imobilizado devido a um ferimento, e a horda de soldados inimigos que começa a aparecer de todos os lugares.

Missão cumprida 

Por hoje é só, recrutas leitores, espero que vocês tenham gostado do passeio e relembrado alguns dos melhores momentos de Call Of Duty 4: Modern Warfare e sua fase assombrada. Pripyat, a cidade fantasma de Chernobyl, apareceu no primeiro jogo, mas nunca deixou de assombrar a série Modern Warfare, sempre aparecendo em flashbacks, não deixando ninguém esquecer uma das maiores tragédias nucleares da história. E ela vai estar sempre lá, esperando por novos soldados.

Até logo, Pripyat

Revisão: Alberto Canen

Capa: Daniel Silva