Do tudo para o começo
O tio Bill disse desde o começo que a ideia do Xbox (o primeiro!) era ser uma central de entretenimento, não apenas um videogame comum. Na época dos consoles de 128 bits, conectar internet era um inferno e quem tentou isso no Xbox, PlayStation 2 ou GameCube sabe bem disso. Já na época do Xbox 360, essa ideia tornou-se mais palpável, PlayStation Network e Xbox Live provam isso. O Xbox One é apenas "o próximo passo". E convenhamos, "assistir a filme no videogame" não é argumento, vocês já fazem isso no PS3 há tempos e nem por isso ele deixou de ser um videogame.Don Mattrick foi o carinha que apresentou o Xbox One no final de maio. Ele era presidente da Interactive Entertainment Business que cuida não apenas do Xbox One, mas também da parte de entretenimento em geral da Microsoft. Podem ver como para a Microsoft está "tudo junto"? É semelhante a ideia da Sony em juntar PlayStation Network com suas outras partes relacionadas ao entretenimento formando a Sony Entertainment Network. Vocês já perceberam como a Live e o Windows começaram a se abraçar e tornaram-se um. A equipe do console/videogame é uma pequena equipe dentro desse setor. Recentemente o Mattrick deixou o cargo e foi para Zynga, onde é CEO. Há quem diga que ele foi demitido, mas ele já estava de olho na Zynga há algum tempo e eu honestamente pensei que ela já tinha quebrado/falido. Mas bem, ele vê algo ali. E talvez nós descobriremos daqui algum tempo o quê.
Tentando novamente
Julie Larson assumiu o cargo que era do Mattrick. Ela trabalha na Microsoft desde 93, onde começou como programadora e é responsável pelo sucesso do Windows 7. Por ser uma mulher no mundo muitas vezes machista de videogames, acredito que ela dará uma nova cara a isso tudo. Temos uma ideia nova (Xbox One), com uma talentosa nova direção (Julie), e eu realmente acredito que pode dar certo, apesar do retorno negativo inicial que o publico deu. E muitos que falaram mal nem são consumidores do produto, falam apenas por poderem falar besteira gratuitamente. Um beneficio da internet que nesse ponto se torna uma maldição.
Não aceitavam que a terra é redonda
E sobre trocar jogos, isso é realmente um problema? Não digo sobre os jogos atuais, mas muitos de vocês tem dezenas de jogos para consoles antigos e não trocam mesmo tendo finalizado diversas vezes. Por coleção, talvez por carinho. A maioria dos jogos indies não tem mídia física. No Steam, vocês pagam por um jogo sem mídia física e não podem revender. Apesar de todos louvarem o Steam hoje, essa ideia seria loucura vinte anos atrás. Mas vejam o que virou.
Não digo que a trava de jogos por usuário é algo bom, mas... poderíamos ver antes de criticar? Pode ser que estejamos sendo cegos e ignorantes demais. Ninguém escolhe errar, principalmente uma empresa com tanta experiência. E se tudo mais der errado, é um console a menos no mercado.
O Xbox One ainda é um mistério. A Microsoft apresentou uma ideia inovadora demais para os dias atuais. Infelizmente, focar tanto em outros pontos de entretenimento ao apresentar aquilo para um publico "gamer" foi realmente uma jogada errada. Mas o console tem potencial. Mesmo cada vez mais perto de seu lançamento e já sendo possível testá-lo em alguns eventos fechados, ainda não temos tantos detalhes e a ausência de jogos exclusivos deixa os fãs da caixa com receio. Bem, o Wii U também começou sem jogos e está ganhando espaço, talvez o começo do Xbox One seja fraco, mas ele conquiste mercado com o tempo.
Revisão: Ramon Oliveira de Souza
Capa: Felipe Araujo