Análise: Retorne a Rapture e descubra mais sobre a bizarra história dessa distopia submarina em Bioshock 2 (PC)

em 30/08/2013

Quando Andrew Ryan desceu até o fundo do oceano atlântico, em meados do século XX, seu plano era a construção de uma utopia onde a ciênc... (por Unknown em 30/08/2013, via GameBlast)


Quando Andrew Ryan desceu até o fundo do oceano atlântico, em meados do século XX, seu plano era a construção de uma utopia onde a ciência e as mentes ávidas de conhecimento poderiam florescer sem as restrições das leis, religião ou moral humana. Seu sonho virou realidade. Mas, bastou pouco tempo e uma dose de ganância e ódio para que sua metrópole do futuro se tornasse um templo da anarquia e destruição. Quando um jovem chega até a cidade em ruínas, descobre seus segredos mais profundos e tenta salvar o pouco de humanidade que ainda resta em seus habitantes, os jogadores são apresentados ao universo incrível de Bioshock, lançado em 2007. Mas claramente, apenas um jogo não seria suficiente para contar todas as histórias que rodeiam o passado, presente e futuro de Rapture, e assim, três anos depois, Bioshock 2 foi lançado para continuar revelando os segredos que essa aventura submarina ainda tinha para revelar aos seus espectadores.

Não há lugar como Rapture

Mais de 8 anos depois dos eventos de Bioshock e da revolução que a chegada do misterioso Jack causou à metrópole submersa de Andrew Ryan, somos convidados a voltar a esse fantástico mundo não tão distante da realidade para descobrir que a história de Rapture ainda não acabou. Dessa vez, no entanto, o jogador vai estar na pele de um Big Daddy, o terrível inimigo de qualquer pessoa que ameaçasse suas preciosas Little Sisters. O grandão, no caso, é Subject Delta, um Big Daddy da linha de desenvolvimento Alpha. Uma das principais características dessa série era que os indivíduos possuíam poucas alterações corporais para se adaptarem às suas roupas de mergulho e combate, em comparação com os modelos posteriores. Talvez esse seja o motivo pelo qual o jogador se sinta controlando mais um ser humano dotado de uma armadura de combate pressurizada do que apenas um monstro transfigurado e sedento por luta. O traje de mergulho reforçado mostra toda  a sua utilidade principalmente nos momentos em que é necessário andar pelo fundo do oceano, enfrentando pressões esmagadoras.

Vista o traje e lute como um Big Daddy. Porque humanos normais são muito mainstream.
O objetivo de Delta é quase o mesmo que Jack tinha em Bioshock (apesar de que o pobre rapaz não tinha consciência de que estava sendo controlado indiretamente até suas metas) e ele precisa deter mais um maluco megalomaníaco que ameça a cidade, já em ruínas e, quem sabe, até a superfície. O louco dessa vez é a Dra. Sofia Lamb. Ela era uma das principais mentes no apogeu da metrópole e, agora, assumindo o controle da sociedade no lugar de Andrew Ryan, deseja completar o seu plano da criação de uma nova utopia. Esse ideal começou anos atrás quando a cientista começou a enviar as temíveis Big Sisters à superfície para sequestrar garotas e transformá-las em aberrações genéticas para completar seu exército de Big Daddies, Big Sisters e Splicers para dominar Rapture e, muito em breve, todo a civilização para levar a humanidade a uma nova era de desenvolvimento. Os seguidores dessa cientista louca só aumentam em números, uma vez que ela criou um culto que beira o fanatismo religioso ao redor de sua imagem, proclamando-se a salvadora das almas perdidas da cidade.

Sofia Lamb agora está no controle do asilo de loucos que Rapture se tornou.
O que motiva Delta a perseguir essa mulher inescrupulosa é que ela sequestrou sua Little Sister, Eleanor, anos atrás, e que por incrível que pareça, era sua própria filha. Eleanor é uma peça fundamental para Lamb concretizar seus planos e Delta vai precisar enfrentar um verdadeiro exército das criaturas mais bizarras e loucas que existem para chegar até sua protegida. Para isso, Delta vai contar com o poder de vários Plasmids já conhecidos e outros novos, além de ajuda de outras Little Sisters que encontrar pelo caminho e que, se forem protegidas, o jogador poderá coletar ADAM dos corpos para aumentar suas energias. Como no primeiro jogo, o poder da escolha de decisões cabe ao jogador e modifica o final da história do jogo pois, depois algum tempo percorrendo Rapture acompanhado de alguma dessas pequeninas, cabe decidir se antes de deixar sua Little Sister partir, é preferível resgatá-la (fazendo-a voltar a ser uma menina normal e pegando pouco ADAM) ou ceifar sua vida (transformando-a em uma lesma grotesca e coletando mais ADAM).

Pois é, se você quiser adotar uma Little Sister, vai ter que passar por cima desse grandalhão aí.

“Every Day is Daddy’s Day”

O combate em Bioshock 2 ganha outras proporções e melhora diversos aspectos presentes no título antecessor. O arsenal de armas disponíveis para o jogador aumentou e, além disso, ele conta com o poder da gigantesca furadeira acoplada no braço de Delta, com ataques ferozes que o Big Daddy pode causar nos inimigos. Uma das grandes mudanças na jogabilidade foi no novo método para se hackeaer máquinas que agora testa mais a coordenação do jogador para acertar frequências do que resolver puzzles envolvendo encanamentos, como no jogo anterior. Todos os Plasmids que já eram conhecidos estão de volta com ainda mais melhorias para serem conquistadas e com o acréscimo de mais alguns outros que tornam a experiência do combate mais empolgante. E o jogador vai precisar planejar muitas estratégias de luta com cuidado, pois seus principais inimigos dessa vez não são apenas os atormentados Splicers mas os inúmeros Big Daddies que povoam Rapture e caçam Delta sem descanso por ordem de Sofia Lamb.

Batalhas com poderes fantásticos e armas poderosas. Tem como ficar melhor?
O pior de tudo é que, apesar de Sofia Lamb ser a pedra na bota de mergulho de Delta, sua maior preocupação nessa jornada pelos lugares mais inóspitos e desolados de Rapture, são as Big Sisters. Essas versões femininas, mais ágeis e mais mortais do que qualquer Big Daddy são frutos de experiências de Lamb com Little Sisters amadurecidas artificialmente. Com as mentes destorcidas e totalmente suscetíveis às ordens de seus mestres, esses monstros percorrem Rapture coletando ADAM e se livrando de qualquer inimigo, seja ele um Splicer ou um Big Daddy. Para se livrar delas, Delta precisa caprichar na colocação de armadilhas e ser rápido no gatilho porque, uma vez em combate, as Big Sisters não dão descanso.

Não tirea a Big Sister da mira. Ela pode ser mais rápida do que você imagina.
O jogo ainda conta com a presença de um item que, para os fãs do primeiro jogo talvez seja desnecessário pois a história envolvente cumpre um papel grande e importante no título, mas para outros, sua falta realmente foi sentida. Estamos falando do multiplayer. Em “Fall of Rapture”, os jogadores assumem os papéis de grupos de combates opostos durante a Guerra Civil de Rapture, cerca de um ano antes dos eventos de Bioshock. Com várias opções de personagens a se escolher, os combatentes podem travar batalhas gigantescas e mortais, gerando rankings de pontuação além de ganhar mais ADAM para trocar por novos Plasmids ou novas habilidades. A experiência é muito útil principalmente para aqueles jogadores que não são muito bons no estilo FPS e desejam praticar um pouco com os amigos antes de enfrentar a longa jornada perigosa do Singleplayer.

Vários inimigos, armas e Plasmids para praticar sua mira no multiplayer.
Um dos DLCs mais interessantes do jogo fica por conta de “Minerva’s Den”. O conteúdo especial conta a curiosa história da Central de Computação de Rapture e da misteriosa máquina “The Thinker”. No papel de outro Big Daddy da série Alpha, Subject Sigma, o jogador deve se aventurar por um nível especial descobrindo mais detalhes sobre a história desse setor esquecido da cidade, além de enfrentar vários inimigos com um novo tipo de arma e um novo tipo de Plasmid.

Descubrindo os segredos do incrível "The Thinker".
Mesmo não tendo uma história tão surpreendente e envolvente quanto seu antecessor, Bioshock 2 é uma grande continuação de um jogo que foi eleito o melhor FPS de todos os tempos. A obra consegue estender o mundo de Rapture a uma proporção nunca antes imaginada, mostrando mais detalhes da cidade, sua história, seus personagens e enriquecendo o universo dessa metrópole submarina da ficção. Não hesite em mergulhar fundo nessa aventura e revisitar Rapture porque, como dizia o letreiro do Centro de Recepção da Cidade: “Todas as coisas boas fluem através dessa cidade”. Afinal, Splicers maníacos, Big Daddies irritados e Big Sisters mortais são apenas detalhes do gameplay, não é mesmo? Rapture sempre será o personagem principal dessa história.

Prós

  • Belo visual e ambientes maiores para explorar
  • Jogabilidade refinada
  • Multiplayer divertido e bem estruturado

Contras

  • Enredo não tão cativante quanto antecessor
  • Falta da trilha sonora clássica dos anos 50
  • Sequências embaixo d’água mal aproveitadas
As Little Sisters cresceram e, definitivamente, apareceram.

Bioshock 2  - PC - Nota: 8.5

Revisão: Marcos Silveira
Capa: Daniel Silva


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