Análise: A corrida infinita encontra os zumbis em Into the Dead (Android/iOS)

em 24/08/2013

Jogos de zumbis não faltam hoje no mercado. São tantas opções que fica difícil escolher uma para exemplificar, com títulos indo desde o... (por Ok em 24/08/2013, via GameBlast)


Jogos de zumbis não faltam hoje no mercado. São tantas opções que fica difícil escolher uma para exemplificar, com títulos indo desde o clássico survival horror, como Resident Evil e, a certo ponto, Left 4 Dead, até o simpático tower defense de Plants vs. Zombies, as horrendas e maléficas criaturas mortas-vivas já andaram perambulando pela maioria dos gêneros de jogos, senão todos.

Na outra mão, temos os jogos de "corrida infinita", que tiveram seu ponto alto na ascensão dos smartphones e tablets. Jogos já clássicos, como Temple Run e Pitfall!, e outros mais obscuros, como Nosferatu - Twilight fazem a cabeça dos aficionados por "jogos de um dedo só", controlados apenas pelo movimento do próprio dispositivo e de um único dedo do jogador sobre a tela.

Consideramos intrigante o fato de que demoraram tanto para unir as duas coisas em um único jogo. Ou, pelo menos, que tenham demorado tanto para fazer algo nestes moldes com a qualidade de Into the Dead.

Você sobreviveu... Mas para quê?

Ao iniciar um novo jogo, tudo o que você vê é um helicóptero destruído no chão, em chamas. Ou é isso o que você vê até perceber que dezenas de criaturas humanoides estão ao seu redor, vindo em sua direção com um olhar matador na face, aparentemente sedentas por sangue: o seu.

Crash Course, só que com mais zumbis, e mais assustador.

Quem já assistiu Zumbilândia sabe que uma das regras para sobreviver ao apocalipse zumbi é ter um bom condicionamento físico para que você possa correr mais do que os mortos-vivos. E é exatamente o que seu personagem faz: começa a correr como se não houvesse amanhã - porque, se você parar pra pensar, na verdade não há.

A partir daí, a única coisa que você, como jogador, deve fazer, é guiar seu personagem para a esquerda ou para a direita, a fim de escapar dos zumbis, comando que, por padrão, é executado pelo giroscópio do dispositivo. Não é necessário se preocupar com cercas ou obstáculos, pois seu personagem passará por eles sem qualquer ajuda. É somente quando ele encontra uma arma, disponíveis no formato de caixas luminosas ao longo do caminho, que o jogador deve tocar a tela: um toque equivale a um disparo.

Sobrevivendo com armas e dentes... Caninos!

Falando em armas, o game te dá um arsenal até bem condicionado, que vai sendo liberado conforme você completa as missões de jogo - sempre coisas como "mate X zumbis" ou "corra X metros". Alternativamente, o jogador pode optar por desembolsar algumas moedas e desbloquear as armas que quiser, bom para quem gosta de usar um pouco de dinheiro real para acelerar as coisas.

Tem até serra elétrica!

O único problema é que não dá para você saber que arma está dentro de uma caixa até que você pegue. Talvez você dê sorte e consiga uma metralhadora. Talvez você pegue uma pistolinha que precisa de dois disparos para matar um zumbi. Tudo isso pode ser afetado pelas melhorias que o jogo te deixa escolher antes de cada corrida, bastando desembolsar 100 moedas por power-up. Quer mais armas? Escolha "mais caixas". Mais munição? O jogo te dá 50% a mais. Também é possível escolher "início armado" ou "avanço inicial".

Mas uma das melhorias mais legais disponibilizadas recentemente é chamada de "companheiro". Não que ele te ajude muito quando você precisa, atacando zumbis aleatoriamente, mas ter um cão te acompanhando por todo o seu trajeto, rosnando para os zumbis e chorando se um deles te pegar é uma experiência única, dando uma impressão de que alguém se importaria se você morresse ali: o seu melhor amigo.

Uma atmosfera sombria... E quieta demais?

Não se assuste se você acabar parado apenas olhando para a tela de título do game, curtindo uma das músicas tema mais (escolha uma: assustadoras, envolventes, eletrizantes, sombrias) que você já ouviu, casando perfeitamente com o estilo do jogo. A referida música foi extremamente bem composta e trabalhada, com uma melodia quase fúnebre e acordes pesados substituindo uma guitarra limpa e etérea.

Apenas deixe a música fluir...

Só é uma pena que esta seja a única música do jogo inteiro. Ou talvez não: os efeitos sonoros do game também são muito bem feitos. Experimente jogá-lo no escuro com fones de ouvido que tapem o som do mundo real e você saberá quão envolvente o jogo se torna. Ouvir apenas a sua própria respiração, os gemidos dos mortos-vivos e os sons dos próprios passos e dos disparos trazem uma sensação única de imersão.

Agora você pode estar pensando que toda essa imersão seria prejudicada por gráficos pobres e pouco realistas. E você está certo, já que uma grande parcela dos games para dispositivos móveis não tem nos gráficos seu ponto forte. Entretanto, Into the Dead apresenta gráficos excelentes, especialmente levando em conta o fato do game se passar em um ambiente tão escuro, favorecendo o desleixo dos designers, que poderiam simplesmente adicionar gráficos medianos e tortos.

Uma excelente adição ao repertório tanto dos jogos de zumbis quanto dos jogos de corrida infinita, Into the Dead consegue prender o jogador em uma atmosfera sombria enquanto tenta chegar mais longe do que na corrida anterior. O game conta, ainda, com dois modos de jogo diferenciados do tradicional, que não acrescentam muito à jogabilidade, mas ainda servem para diminuir a mesmice. Já teve a oportunidade de pôr as mãos neste mundo de horror e sobrevivência portátil? Aproveite, pois o game se encontra gratuito para jogar, tanto no Google Play quanto na iTunes Store.

Prós

  • Atmosfera sombria e muito bem trabalhada;
  • Uma música tema cheia de atributos essenciais para te introduzir ao mundo de caos e terror ao qual o jogo se propõe;
  • Um bom arsenal, e bem variado também;
  • Gráficos excelentes para um jogo tão escuro;
  • Efeitos sonoros muito bem trabalhados;
  • Um jogo de corrida infinita com zumbis; 
  • Dois modos de jogo diferentes do tradicional;
  • Um cachorro.

Contras

  • Ausência de quaisquer músicas além da tema;
  • Não há como saber que arma você vai pegar até que você a pegue;
  • Os modos de jogo não acrescentam quase nada à jogabilidade, sendo apenas variações do tradicional;
  • Um jogo de zumbis em formato de corrida infinita.
Into the Dead - Android/iOS - Nota Final: 9.5

Revisão: Catarine Aurora
Capa: Stefano Genachi 

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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