Confira tudo o que sabemos (e o que queremos saber) sobre Kingdom Hearts III (PS4/XBO)

em 11/07/2013

A Square-Enix passou a 7ª geração de videogames inteira cozinhando os fãs de Kingdom Hearts para o lançamento do terceiro capítulo da sé... (por Rafael Neves em 11/07/2013, via GameBlast)


A Square-Enix passou a 7ª geração de videogames inteira cozinhando os fãs de Kingdom Hearts para o lançamento do terceiro capítulo da série. Os temperos foram diversos spin-offs que fizeram os jogadores comprarem todos os portáteis da geração, e o molho, sem sobra de dúvidas, foi muita expectativa. Com certeza a refeição ainda não está no ponto, pois, mesmo uma apresentação na E3 de fazer parar o coração dos fãs, o anúncio foi cedo demais. Ainda assim, tivemos a primeira demonstração da mais nova aventura de Sora e, como sempre, é hora de juntar tudo o que já sabemos de Kingdom Hearts III e deixar as especulações falarem alto.

Esse especial pode conter spoilers de diversos games da série Kingdom Hearts. Leia por sua conta e risco.
Roxas? Ventus?
Não, temos Sora de novo,
e sem o design infantil

Chega de spin-offs

Talvez essa tenha sido a melhor notícia, na verdade. Kingdom Hearts II (PS2) foi lançado em 2005 e, de lá para cá, passamos longos oito anos (sim, é muito mais do que pareceu) curtindo apenas capítulos adicionais da franquia. Não que Birth by Sleep (PSP), 358/2 Days (DS) ou Dream Drop Distance (3DS) tenham sido aventuras enfadonhas, mas é fato que uma coisa é enfrentar Heartless na pele de Sora e na companhia de Pato Donald e Pateta, outra é caçar Unversed controlando personagens totalmente novos. É claro que a proposta de explorar novos personagens é interessante, sobretudo em 358/2 Days, mas a franquia tem suas raízes e uma saga que merece uma conclusão épica.

Mas quais contribuições, afinal, podemos tirar desses spin-offs? Primeiramente, eles foram títulos interessantes e divertidos, isso é incontestável. Mas falando no legado deles para a série, precisamos admitir que talvez "spin-off" não seja sua melhor descrição, pois eles ampliaram e muito o universo da franquia. O enredo estendeu-se quando vivemos o que a Organization XIII fazia enquanto Sora adormecia ao final de Chain of Memories (GBA); um passado oculto foi revelado com Birth by Sleep; o conteúdo da carta ao fim de Kingdom Hearts II foi elucidado com a conclusão de Re:coded (DS) e finalmente Sora e Riku deram seguimento a sua preparação para Kingdom Hearts III com Dream Drop Distance. Na verdade, este último talvez seja o mais curioso dos spin-offs, pois sua contribuição para o enredo foi tanto que acabou deixando os fãs confusos.

Se não fossem os tantos spin-offs, o enredo não teria ficado tão complicado, digo, complexo
Nesse ponto, Kingdom Hearts III tem a tarefa de amarrar as tantas pontas soltas, concluir a batalha contra Xehanort e, possivelmente, nos apresentar o rumo que as novas sagas de Kingdom Hearts tomarão daqui para frente. A outra contribuição é inegavelmente a jogabilidade. É incrível como esses spin-offs conseguiram explorar tantas mecânicas novas, como se estivessem testando o que poderão implementar seguramente em Kingdom Hearts III. Re:coded, por exemplo, embora tenha sido um título tímido, experimentou tantas variações de jogabilidade (até mesmo lutas em turnos) que ficamos nos perguntando o que os desenvolvedores levarão para o aguardado terceiro capítulo.

Incríveis elementos de gameplay foram implementados por esses laboratórios de ideias apelidados de spin-offs
Mas provavelmente é Birth by Sleep e Dream Drop Distance que conseguiram consolidar de verdade elementos duradouros na franquia. O título para PSP trouxe o Command Deck, essencial para diversificar as batalhas do jogo; e a aventura em três dimensões implementou o Flow Motion, que tornou a movimentação pelos cenários e as batalhas muito mais dinâmicos e cinematográficos.

E agora?

Prever o que virá com Kingdom Hearts III exige uma análise minuciosa dos pequenos detalhes escondidos em sua curtíssima demonstração. Se quiser dar mais uma assistida para acompanhar-nos, é só dar play no trailer acima. Primeiramente, tivemos uma retrospectiva da série (momento em que vimos games de DS e 3DS aparecendo na conferência da Sony). É comum os jogos da franquia iniciarem com uma rememoração de sua trajetória, mas dessa vez tivemos isso em um trailer, então, ao que parece, a proposta é mesmo amarrar todas as pontas e completar a saga Xenahort. Procurando por informações do enredo do jogo, o site da Square Enix traz uma descrição genérica, mas com alguns pontos importantes:

"Acreditando que luz e trevas devem estar balanceados, Mestre Xehanort almeja deflagrar guerra contra a "tirania da luz" para restaurar o equilíbrio. Para frustrar o plano de Xehanort, Sora, Donald e Pateta procuram os sete guardiões da luz e a "Key to Return Hearts", enquanto Rei Mickey e Riku procuram por antigos donos de Keyblade."
O que podemos concluir disso? Primeiramente, Sora estará engajado na batalha (que não parece ter sido prejudicada pelo fracasso no exame Mark of Mastery durante Dream Drop Distance). Felizmente, teremos Donald e Pateta como aliados, algo que ficou claro no trailer também, assim como a participação dos Heartless como inimigos outra vez. Mas o que seria essa Key to Return Hearts? É um termo novo na série, então não podemos afirmar nada. E os sete guardiões da luz? Sabemos que são sete donos de Keyblade que, unindo suas forças, criarão a X-blade. Até agora temos Sora, Riku e Mickey na lista, mas e os outros quatro? Como Lea misteriosamente obteu a arma lendária também, talvez ele seja um dos guardiões. Ainda assim, ficamos com três desconhecidos... Alguém se lembrou de Ventus, Aqua e Terra? Se Mickey e Riku estão procurando por donos de Keyblade anteriores, talvez o trio de Birth by Sleep seja a chave.
Dream Eaters? Aposto que o sonho de vocês foi mesmo ter esses dois aliados de volta
Falando em Keyblade, a versão da arma que Sora pega na areia da praia durante o trailer é a Master Keeper, uma espada empunhada no passado pelo Mestre Eraqus. Fui só eu quem achou estranho não apenas essa Keyblade reaparecer, mas estar simplesmente dando sopa numa praia qualquer? Ok, essa Keyblade só pode ser empunhada por Keyblade Masters, então como Sora a carregou se falhou no Mark of Mastery? Tudo o que sabemos é que, posteriormente, quando vimos Sora correndo pelas ruas de Twilight Town, ele estava empunhando uma genérica Kingdom Key. Até agora, os mistérios só fazem transbordar. 

Keyblades em alta definição!

Outro ponto interessante de Kingdom Hearts III é que é a primeira vez que temos uma definitiva mudança na engine gráfica do game (excluindo Chain of Memories, é claro). Desde Kingdom Hearts II, os modelos de animação, menus e texturas foi copiado e colado para o PSP e 3DS e adaptado às capacidades do DS. Embora seja uma engine muito boa, já estava ficando maçante vê-la toda vez. Mesmo 1.5 Remix (PS3), que será a primeira vez que Sora e a alta definição se encontrarão, não apresentou mudanças nas texturas ou nas animações. Já em Kingdom Hearts III, temos um visual mais cel-shading (na verdade, parece que alguém colocou o brilho e o contraste no máximo durante o trailer do jogo), que provavelmente usará bastante as capacidades do Xbox One e PS4, pois nem uma versão para Wii U será feita.

Mamãe, estou em alta definição!
Quando Sora é perseguido por Heartless, a câmera mostra-se muito mais dinâmica. Além disso, o herói realiza acrobacias pelas paredes da cidade, o que indica uma utilização do Flow Motion - embora sem os exagerados efeitos de luz. Infelizmente, o Command Deck parece que não será reaproveitado. A interface do game mostra as barras de HP e MP, ou seja, provavelmente a limitação do uso de magias voltará a ser como em Kingdom Hearts (PS2) e Kingdom Hearts II. Temos também uma barra amarela e laranja com as letras "EX". O que será que isso significa? Provavelmente alguma habilidade especial, ainda mais porque podemos ver um número três ao lado da barrinha. Pessoalmente, sou um grande fã do Command Deck, pois permite muito mais magias, habilidades e ataques especiais, mas esperamos que a decisão de voltar ao tradicional MP seja justificada.

Uma visão geral da interface de batalha. Alguém notou a interrogação alí na lista de comandos?

Algo mais?

Ah, é claro, os mundos da Disney! Como Dream Drop Distance apresentou uma gama de universos inéditos na série, é de se esperar que Kingdom Hearts III dê continuidade a essa prática. Agora que a Marvel e a Lucas Arts são propriedades Disney, até mesmo Tetsuya Nomura (diretor da franquia Kingdom Hearts) mostrou-se interessado em incluir os mundos das HQs de super-herói e a galáxia muito muito distante no novo jogo. Outro ponto interessante é uma possível divisão do jogo em dois grupos de personagens, conforme mostrado na descrição do enredo. De um lado, controlaríamos o trio Sora, Pateta e Donald e, do outro, teríamos a jornada de Riku e Mickey. Vimos algo parecido em Dream Drop Distance e mesmo Kingdom Hearts II com a participação de Roxas, então não é algo tão impossível de acontecer.

A imagem pode até ser fake, mas a esperança de que essa ideia se concretize com certeza não é
Kingdom Hearts III faz chover dúvidas e mistérios nas cabeças dos fãs da série. E nós não estamos reclamando, pois a expectativa é de que isso regue bons frutos. Trata-se de um jogo aguardado por toda uma geração e que finalmente dá as caras. Mesmo que ainda leve alguns anos para ser lançado, tem tudo para fechar de maneira épica a primeira saga de Kingdom Hearts e dar o primeiro passo em direção à próxima. Preparem-se, pois essa pode ser a despedida de Sora, Riku e companhia.


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