Análise: Use as forças da natureza, cuide da civilização e brinque de Deus por algumas horas em Reus (PC)

em 26/07/2013

Jogos de simulação como a série Civilization , The Sims, Spore ou Roller Coaster Tycoon possuem aspectos diferentes mas sempre se conce... (por Unknown em 26/07/2013, via GameBlast)


Jogos de simulação como a série Civilization, The Sims, Spore ou Roller Coaster Tycoon possuem aspectos diferentes mas sempre se concentram na mesma ideia: o jogador tem poderes quase divinos, podendo manipular cada detalhe de sua obra e moldar qualquer objeto a sua vontade. Mas, como toda boa divindade virtual, cabe ao jogador também cuidar da população de seu novo mundo, gerenciar cidades e garantir o progresso da civilização. Tarefas que não são nada fáceis de administrar. O jogo independente Reus, utiliza os conceitos desses títulos de grande sucesso e os explora além da perspectiva de apenas “simular” ambientes e indivíduos. Em um mundo vazio de vida, o jogador é convidado a comandar as forças da natureza e desenvolver o planeta e seus habitantes, levando-os ao progresso e sucesso ou impedindo sua destruição, ganâncias e guerras.

Cultivando os frutos da Criação

Um planeta todo seu para cultivar. Cuide dele com muito cuidado!

Logo ao iniciar o jogo, temos a opção de iniciar um tutorial para compreendermos as características do gameplay do título. Essa é uma opção quase que indispensável em um jogo de simulação, pois com ela podemos aprender todos os passos necessários para aproveitar a experiência ao máximo. No tutorial de Reus, o jogador é apresentado às entidades que ele irá controlar para moldar um pequeno planeta estéril. São quatro gigantes representando as forças da natureza (no melhor estilo dos titãs da mitologia grega). Cada um possui poderes específicos capazes de moldar a superfície do planeta de formas diferentes, além de serem capazes de interagirem sobre um mesmo território com um resultado diferente para cada tipo de combinação de habilidades. Abaixo, podemos ver mais sobre as características de cada um desses gigantes:
  • Gigante de Pedra: Esse grandalhão feito de pedra e maior que qualquer montanha que exista é capaz de gerar minerais e outras riquezas em qualquer tipo de solo. Suas criações geram altos níveis de riqueza e tecnologia para qualquer vilarejo que esteja próximo às cavernas repletas de minérios. Além disso, o gigante pode erguer montanhas, que geram desertos, ou criar terremotos para impedir o avanço de algum exército invasor.
  • Gigante do Oceano: Com a aparência de um caranguejo gigante, esse gigante azul é recomendavelmente o primeiro que o jogador deve utilizar para moldar seu planeta. Ele é capaz de criar oceanos inteiros apenas com a força de seus punhos. Sua habilidade de enriquecer minérios, plantas e ervas também são muito úteis, pois assim é possível diversificar os tipos de produção de um vilarejo.
  • Gigante da Floresta: Se a Mãe Natureza realmente existir, ela deve ser muito parecida com esse gigante. Com a aperência de uma simpática árvore gigante, ele pode fazer florestas inteiras brotarem do chão, além de germinar frutas simples ou de modificar plantas comuns para se tornarem fontes ricas de alimentos para povos próximos de seus domínios.
  • Gigante do Pântano: Ao dar de cara com esse gigante que mais parece uma bola de meleca, não conseguimos imaginar o que um gigante do pântano poderia oferecer para o desenvolvimento de um planeta. Porém, ao começar a utilizar suas habilidades, percebemos que sua capacidade de gerar terrenos pantanosos, ervas e até animais exóticos, traz grandes benefícios a curto e a longo prazo para qualquer povo que instale seu vilarejo próximo ao olhar desse gigante.
Os quatro gigantes. As forças da natureza são poderosas neles!

Através de comandos simples com o teclado e o mouse, o jogador pode planejar sua estratégia e construir áreas férteis ou desertos para serem povoados pelos grupos de nômades que se aproximam. Para alterar um terrório específico, o procedimento é simples, basta selecionar um pedaço de terra e modificá-lo através do poder de um gigante. O jogo é bastante instrutivo na tarefa de informar ao jogador quais áreas serão afetadas por poderes e quais não serão.

Se você construir, eles virão
Uma vez que os vilarejos são construídos e seus habitantes começam a estabelecer sua comunidade, hora de por a mão na massa e cultivar os itens necessários para a sobrevivência de cada povo. Ao longo do tempo de cada partida, que pode variar entre 30, 60 ou 120 minutos, o jogador precisa cumprir uma série de desafios propostos por cada vilarejo. Os desafios podem ser um pouco difíceis, uma vez que é preciso tomar muito cuidado em quais recursos valorizar para não perder outros, ou diminuí-los. À medida que o jogador completa os desafios, novos modos de gameplay são desbloqueados e novas conquistas obtidas, além disso, cada vilarejo começa a gerar Embaixadores que podem se unir a gigantes para desbloquearem habilidades e poderes novos. Ao término do tempo da partida, o jogador tem a opção de salvar seu progresso e iniciar uma nova partida ou permanecer em um gameplay livre de sua partida atual, mas sem desbloquear progressos.

Mais recursos em um território, vilarejos mais desenvolvidos


A questão do tempo em Reus é muito bem construída porque, com tempos curtos para cada partida (no máximo 2 horas) e para cada desafio (variando entre 10 e 15 minutos), o jogo estimula a agilidade do jogador e o força a planejar estratégias elaboradas para completar, às vezes, até 3 desafios em vilarejos diferentes, tudo ao mesmo tempo. Essa é uma diferença grande em comparação a outros jogos de simulação, pois, com um tempo mais curto para cumprir os objetivos, o jogador tem a impressão de que a partida flui mais rápido e consegue perceber que cuidar de uma civilização não é uma tarefa tão simples, ainda mais quando precisa impedir que elas se destruam umas às outras.

Crie áreas diferentes e mantenha vilarejos protegidos erguendo montanhas

Um mundo em constante evolução

Não é o território dele, mas o Gigante da Floresta pode dar um boost ecológico no pântano

Com uma mecânica simples e um visual agradável, Reus consegue criar uma atmosfera rica de possibilidades para o jogador, onde ele precisa decidir rapidamente, mas com cuidado, a melhor maneira de desenvolver a sua civilização. Porém, apesar de os gigantes possuírem grandes poderes de modelagem do mundo, eles perdem energia ao longo do tempo e podem começar a hibernar a qualquer momento da partida, nos forçando a lidar com os problemas dos vilarejos e com desafios que podem não ser completados. Isso sem falar quando a criação decide se revoltar contra o criador, e começam a atacar os gigantes. Por isso, cuide bem de seus vilarejos e mantenha seus habitantes sempre felizes ou será muito triste ter que provocar um terremoto ou uma enchente para eliminar tantas pessoas descontentes.

Os cidadãos podem ser exigentes, mas o progresso precisa de recursos
Certamente, em um jogo desse estilo, não há algo mais interessante do que acompanhar o desenvolvimento, apogeu e queda de sua própria civilização, pois junto aos aspectos incríveis da evolução da raça humana, acompanham os problemas como a ganância, guerra e fome. Os gigantes são criaturas que possuem tanto o poder da criação quanto da destruição, então utilize suas habilidades com sabedoria para proporcionar o melhor mundo possível aos mais diferentes povos, mesmos que as pessoas sejam egoístas e desejem conquistar as riquezas alheias. Afinal, isso são ossos do ofício de uma divindade, não é mesmo?

Combine os poderes dos gigantes para desenvolver os territórios da melhor maneira possível

Prós

  • Mecânica e jogabilidade simples
  • Visual agradável e bem trabalhado
  • Tempo limitado aumenta o nível de estratégia

Contras

  • Falta de mais opções e características para os vilarejos e seus habitantes

A Criação está nas suas mãos
Reus - PC - Nota: 8.5
Revisão: Jaime Ninice
Capa: Sybellyus Paiva

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