Análise: música e correria misturam suas batidas no ritmo acelerado de Rush Bros. (PC/Mac)!

em 30/06/2013

Além de um amante de jogos, também sou grande apreciador de música. Qualquer música bem trabalhada (apesar da minha preferência pelo rock)... (por Fellipe Camarossi em 30/06/2013, via GameBlast)

Além de um amante de jogos, também sou grande apreciador de música. Qualquer música bem trabalhada (apesar da minha preferência pelo rock) agrada meus ouvidos e uma das coisas que presto atenção antes de tudo num jogo é em sua trilha sonora. Com isto dito, o que se pode esperar de um jogo que mescla a beleza das músicas com uma jogabilidade em plataforma e de passo rápido? Bom, devo dizer que esperava um pouco mais de Rush Bros. (PC/Mac), o jogo da nossa Análise de hoje.

Na teoria, uma sinfonia perfeita...

Em um mundo onde a música eletrônica predomina e as festas são constantes, é natural que DJs sejam celebridades conhecidas mundialmente por sua arte renomada. Dentre estes, dois se destacam, um par de irmãos que se complementam totalmente em suas habilidades, perícias e estilos. Infelizmente, os irmãos acabam por discutir e tomar rumos separados, numa disputa constante de rivalidade para ser o melhor DJ de todos os tempos.

A premissa única do título coloca o jogador em telas onde o neon pulsante reluz no ritmo das batidas. A música eletrônica que preenche cada fase faz com que o próprio jogo dance ao seu redor, refletindo cada batida e nota musical de modo a ajudar ou atrapalhar o jogador conforme este trilha seu caminho para se tornar o maior dos DJs. As batidas graves podem acionar certas plataformas, enquanto as agudas podem fazer reluzir determinadas pontos, fazendo com que a mesma parte da fase seja diferente dependendo da música que está tocando.

O visual radiante impressiona pelas cores vibrantes.
A jogabilidade é simples, como é normal em jogos do estilo plataforma. Com um botão você pula, com outro aciona alavancas e afins e com os direcionais, se move. Parece simples, não? Combine isso com os famosos “wall jumps” (saltos usando a parede para se propelir) e terá o dinamismo perfeito que um jogo de passo rápido no maior estilo Sonic the Hedgehog  precisa para dar a missão de chegar até o fim da fase no menor tempo possível. Unindo isso a musicalidade, o jogo tem tudo para ser perfeito, não? Pena que não é bem assim.

...mas na prática, as notas não batem

Enquanto a proposta de Rush Bros. é uma das mais criativas que já vi, ela não foi aplicada da melhor maneira. A história, embora não seja fator determinante, é apresentada no início e depois praticamente não se toca mais no assunto. O jogador simplesmente toma o controle do DJ e sai pulando pelas fases sem entender porque aquilo vai ajudá-lo a ser o melhor do mundo ou o por quê ele está atravessando territórios industriais com pistões e estacas enquanto deveria estar praticando em seu pick-up.

"Treinar a destreza nos discos? Nem, vou pular uns espinhos em parques industriais."
A própria jogabilidade envolvendo música é também algo que condena o título. Como eu disse, a tela dança no ritmo e na batida do que estiver tocando, porém ela não é tão precisa assim. Por vezes você vai levar uns bons minutos pra identificar qual compasso cada parte da tela está seguindo (sim, nem sempre é uniforme), minutos estes que podem lhe custar o tempo perfeito que você queria. Levando isso em consideração, lembre-se que disse anteriormente que o mesmo estágio pode ser diferente dependendo da música que está tocando. É, você levou um tempo para aprender o timing dessa tela nessa música, e não com todas. Entende o problema?

Atentem que não estou dizendo que o jogo é ruim, porque não é. É um título de excelente proposta, mas com alguns problemas em sua execução – algo que pode ser reparado com atualizações e/ou DLCs – e, ainda assim, consegue entreter com o seu estilo único. Além disso tudo, a principal graça de Rush Bros. eu nem mesmo citei ainda, que é o multiplayer.

A rivalidade te leva mais longe

Esse é o tipo de jogo em que jogar com mais de uma pessoa pode tornar tudo muito melhor – ou pior, se você não é bom nele. Rush Bros. tem um multiplayer competitivo interessante que envolve uma corrida até o fim do percurso o quanto antes. Esse modo é tão valorizado pelos produtores que, se a opção estiver ativa, qualquer um pode te desafiar enquanto mesmo enquanto estiver em sua jogatina normal.

De fato, o jogo se torna bem mais empolgante quando se é mais de um jogador na tela. A tensão de ter de ser mais rápido te faz esquecer dos pequenos problemas do título. Jogar no modo competitivo pode ser feito tanto localmente quanto online, com seus amigos ou com outros jogadores ao redor do globo. Mesmo que não tenha muitos contatos, é possível ter um gostinho de como é só jogando sozinho e voltando na mesma tela, pois Rush Bros. conta com o sistema de “Ghosts”, que gravam o seu personagem enquanto atravessa a fase e depois colocam uma reprodução deste para correr contra você, instigando-o a quebrar seus limites.

Você acaba com a amizade, mas com certeza fica mais ágil!
Mas é claro, sempre tem aquele cara que não gosta de multiplayer e prefere jogar sozinho. Bom, ao menos você não foi esquecido; os atrativos não acabam por aqui.

A sobrevivência do mais rápido

Além de uma biblioteca de achievements razoavelmente vasta, os produtores pensaram no jogador solitário ao projetar este título. Com isso, todos os quarenta e um níveis do jogo possuem uma versão Remix e uma versão Survival, os testes definitivos para as habilidades e a paciência de qualquer um que ouse desbravar seus territórios.

Remix permite que o jogador acione o Fast Forward, deixando não somente a música como todo o jogo acelerado. Devo lembrar que Rush Bros. já é naturalmente um título de passo rápido, corrido, e com isso em mente, tentem imaginar como é jogá-lo ainda mais acelerado. O tempo agradece, e todas as armadilhas encontradas no decorrer das fases também.

Difícil é continuar acelerando com esse monte de armadilhas.
Survival é uma palavra conhecida no meio gamer e geralmente vem associada a problemas. Nesse jogo musical, ele é o indicador de que a fase não possui nenhum ponto de restauração (os famosos “checkpoints”) no decorrer da tela, fazendo com que qualquer morte envie seu DJ de volta ao princípio da corrida – o que, convenhamos, pode comprometer aquele seu tempo record que tanto desejava.

Com isso e com um pouco de matemática básica, as quarenta e uma fases se tornam cento e vinte três ao serem jogadas nos diferentes modos – e não estou levando em conta que as próprias telas mudam dependendo da música tocada, mesmo sendo mudanças sutis e às vezes desconexas. Todavia, o número de músicas disponíveis é ligeiramente curto, seria bom se algo pudesse ser feito quanto a isso. Felizmente, foi feito.

Você é o DJ

Mesmo com o arsenal psytrance da banda Infected Mushroom, conhecida no mercado de música eletrônica, existem pessoas que curtem outras bandas ou mesmo estilos musicais e gostariam de ver seu personagem pulando nesses diferentes ritmos. Pensando nessas pessoas, Rush Bros. veio disponível a opção de importar pastas de músicas em formato MP3 para o game, assim permitindo que você jogue com qualquer música que quiser.

Claro, nem tudo são rosas; os problemas previamente citados para as músicas nativas e sua sincronia com as fases se aplicam ainda mais para músicas introduzidas por este meio, exigindo mais algum tempo de análise para ver quais batidas cada armadilha e setor do terreno está acompanhando, mas ao menos a iniciativa é boa.

E ainda há um modo de jogar com os fundadores do Infected Mushroom!
Atenção: é recomendado colocar músicas de estilo mais eletrônico no jogo ao invés de se aventurar em outros estilos. Este que vos fala ousou colocar uma pasta de rock e a confusão era tamanha entre os movimentos e as batidas que fui obrigado a retornar para o ritmo industrial.

Quem sabe no próximo ritmo?

Apesar de suas particularidades únicas, Rush Bros. sofre com a falta de diversidade e com seus pequenos problemas com a música. As telas por vezes vão parecer extremamente semelhantes – embora belas e coloridas – e não há muita variedade nas armadilhas e desafios encontrados, apenas uma diferente disposição destes itens no decorrer do caminho. As incompatibilidades musicais também desanimam um pouco, pois o principal atrativo do jogo parece às vezes deixá-lo na mão.

A produtora diz que pretende disponibilizar mais conteúdo para o jogo, como fases adicionais ou até mesmo músicas, e fica a dúvida se poderão haver atualizações que suavizem estas falhas na compatibilidade fase-música. Bem, só nos resta sonhar com essa batida perfeita, enquanto vamos nos habituando a esse ritmo estranho.

Prós:

  • Estilo único de jogo mesclando música ao cenário plataforma;
  • Desafiante, já que a mesma tela pode ser jogada de muitas formas;
  • Multiplayer divertido e empolgante;
  • Possibilidade de importar sua própria biblioteca musical.

Contras:

  • Problemas de incompatibilidade com determinadas músicas e as fases;
  • Falta de variedade nas armadilhas encontradas na jogatina;
  • Gameplay pouco inovador.
Rush Bros. – PC/Mac – Nota: 7,0

Revisão: Ramon Oliveira de Souza
Capa: Daniel Machado

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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