Análise: Defendendo as suas terras novamente, desbravamos novos territórios em Kingdom Rush Frontiers (iOS)!

em 23/06/2013

A pouco mais de seis meses, publiquei uma Análise de um dos melhores jogos do estilo Tower Defense que já vi, chamado Kingdom Rush . Hoje ... (por Fellipe Camarossi em 23/06/2013, via GameBlast)

A pouco mais de seis meses, publiquei uma Análise de um dos melhores jogos do estilo Tower Defense que já vi, chamado Kingdom Rush. Hoje eu trago a continuação deste jogo que atingiu a App Store este mês, Kingdom Rush Frontiers. O novo jogo da Ironhide Game Studio se mostrou fiel ao seu predecessor, mas talvez fiel demais. “Como isso poderia ser algo ruim?”, podem estar se questionando, e para explicar isso não basta um só parágrafo. Vamos embarcar juntos nesta Análise e ver mais a fundo o que nos aguarda por detrás dessas fronteiras.

Uma nova saga começa

Com uma história semelhante ao do primeiro jogo, Kingdom Rush Frontiers coloca o jogador em um novo território daquele mesmo mundo, numa caçada incessante pelo mago que serviu de vilão anteriormente. Em sua fuga, o feiticeiro deixa um rastro de terror e destruição, com hordas de novos inimigos que devem ser impedidos de atravessar seus territórios e novos aliados para auxiliar em sua empreitada.

O jogo parece uma confusão, mas é fácil de aprender a jogar.
Novamente temos uma história não muito trabalhada, embora um novo adicional sutil e carismático tenha sido adicionado: páginas de quadrinhos retratando a situação antes de capítulos especiais da trama. Teria sido bem melhor se houvesse esta particularidade antes de todas as fases, provavelmente isso daria maior ênfase na história do que somente o pequeno texto antes de adentrar os territórios disponíveis. Bom, ao menos eles fazem questão de lembrar que o jogo tem uma história, diferente da maioria dos Tower Defenses por aí.

Tudo velho, mas tudo novo

Suponho que você, leitor, que está acompanhando a análise de um jogo Tower Defense, saiba do que se trata esse ramo de jogos. Em caso negativo, posso dar uma breve explicação: é um game onde o objetivo é impedir que as hordas inimigas atravessem o campo de batalha utilizando-se de torres, as quais serão distribuídas pelo cenário e atacam de diferentes maneiras os oponentes que passem por seu alcance.

Kingdom Rush utilizava-se de quatro torres principais que podiam evoluir em outros oito tipos, cada uma com suas particularidades. Já aqui, em sua continuação, presenciamos o retorno das quatro torres primordiais, mas com oito evoluções completamente novas. Não temos acesso as do jogo anterior, mas ao menos temos uma justificativa: em novos territórios é preciso novos tipos de soldados para seu exército. Sem mais delongas, analisemos as torres:

Archer: uma torre de arquearia e, portanto, tem como unidade de ataque os arqueiros. Estes ficam em cima da torre e disparam sua incessante rajada de flechas em qualquer oponente que entre em seu alcance. É uma torre de dano pequeno, porém grande velocidade e raio de alcance de seus ataques. Com o passar do tempo se torna possível evoluir a unidade para uma torre de besteiros (que atacam em ritmo mais acelerado e aumentando o alcance de torres aliadas) ou para uma cabana tribal (com guerreiros que atiram machados, que causam alto dano e podem conjurar totens que reduzem as capacidades ofensivas e defensivas de seus inimigos).
Barrack: a torre de infantaria é conhecida por sua capacidade de ganhar tempo, pois pode criar soldados para povoarem o campo de batalha. Sempre em grupos de três, os guerreiros não possuem um dano muito elevado por si só, mas são bons para segurar os oponentes no lugar enquanto as outras torres causam o dano pesado. Futuramente podem evoluir para uma guilda de assassinos (homens ágeis, com alta taxa de esquiva e que podem roubar ouro dos oponentes) ou para uma academia de templários (cavaleiros de armaduras pesadas, grande resistência e dano elevado, em troca de lentidão).
Mage: com a torre arcana é possível disparar magias com seus poderosos magos, técnicas que atravessam a defesa física dos inimigos e costumam carregar grande potencial de dano. Posteriormente surgem adversários com defesa mágica, então é uma torre situacional e que exige cuidado para ser usada, mas de grande utilidade nas mãos de um experiente. Com o investimento certo, é possível transformá-las em torres de arquimagos (capazes de causar danos assombrosos com seus disparos carregados e tornados) ou moradas dos necromantes (que erguem os esqueletos de inimigos derrotados e os fazem lutar ao seu favor).
Artillery: a artilharia e a última torre a ser explicada aqui. É focada no uso de bombas para dano físico elevado. A tecnologia de bombardeio dos anões ressurge com seus golpes de dano em área e de grande capacidade destrutiva, porém com velocidade limitada devido a recarga de seus poderosos projéteis. Com a evolução tecnológica, essa torre pode progredir e se tornar uma escavadeira (torre que dispara terremotos e atingem tudo em sua área de alcance a cada movimento) ou até mesmo robôs (que invadem o campo de batalha e disparam bombas, mísseis e óleo para atrapalhar os inimigos)!
Mas mesmo com este arsenal impecável e com grande abrangência, os inimigos se mostram um verdadeiro desafio dessa vez. Para enfrentá-los, é preciso um pouco mais do que determinação e tática: é preciso de heróis.

O retorno dos heróis

Os avatares do pináculo do poder humano ressurgem nesta continuação. Entretanto, desta vez eles não são os mesmos, e possuem ainda mais variedade entre si – e até mesmo em comparação aos antigos! A princípio podemos controlar apenas um guerreiro especial, mas liberamos mais dois no decorrer da trama e podemos adquirir outros seis pagando um certo preço (em dólares). Não é preciso adquirir os outros companheiros para concluir a trama, mas eles ajudam – e muito!
Alric: o cavaleiro do deserto, este herói carrega sua lâmina para o campo de batalha para ceifar seus oponentes. É o mais equilibrado dos personagens, com boa resistência, dano e ainda pode invocar soldados de areia para acompanhá-lo em seus embates.
Mirage: a assassina ilusionista é especialista no uso de adagas, atacando à média e curta distância e confundindo seus adversários com clones, ilusões e lhes arrancando seus últimos suspiros com ataques precisos e mortais.
Cronan: o homem das selvas (e último herói gratuito) é conhecido por ter adquirido o dom de domar qualquer fera que conheça. Desta maneira, o homem do chicote compensa sua baixa defesa ao invocar javalis, rinocerontes e águias para atacar qualquer um que ouse passar pelo seu caminho.
Captain Blackthorne: o capitão pirata é o primeiro herói disponível para ser comprado com dinheiro real. O corsário é especialista em causar danos em área com suas bombas, além de não negar o instinto pirata e saquear cada oponente que cai para sua lâmina.
Nivus: o grande feiticeiro é o representante dos mágicos aqui, causando danos elevadíssimos com seus golpes e podendo até mesmo desintegrar inimigos com apenas um comando de seu grimório. É alguém valioso para se ter ao lado, e temido de se ter como oponente.
Dierdre: a sacerdotisa inova ao se mostrar uma personagem do tipo suporte, recuperando a energia de aliados e elevando suas capacidades defensivas e ofensivas. Se gostar de jogar com a infantaria, é a personagem ideal para o seu time.
Grawl: o temido golem cavernoso é a grande muralha que protege seu território. Com golpes em área poderosíssimo também causa terremotos com seus socos. Sua imponência é transmitida por seus golpes, e poucos oponentes não tremem ao vê-lo se preparando para atacar.
Sha’tra: até mesmo os alienígenas tomam partido neste embate, onde o caçador dos céus usa de sua tecnologia única para extinguir aqueles que vão contra os seus interesses. Podendo até mesmo chamar naves para lhe dar suporte, este misterioso herói faz a diferença em batalha.
Ashbite: e cá está o mais caro dos heróis disponíveis, talvez por não ser um reles humanoide, mas um verdadeiro dragão. O reptiliano voador incinera cada inimigo com suas rajadas de fogo, derrubando meteoritos e destruindo tudo em seu caminho, às vezes tornando as telas até sem graça tamanho o seu poder destrutivo.
Foi no arsenal de heróis que a Ironhide se mostrou mercenária de verdade; enquanto o jogo em si custa U$ 2,99 (ou U$ 4,99 na versão para iPad), caso o jogador queira a coleção completa de guerreiros, terá de desembolsar mais U$ 31,00. Apesar de tornarem o jogo mais dinâmico, a aventura curta faz pensar se realmente compensa a aquisição dos companheiros mais poderosos (ainda mais levando em conta que certos modos que elevam o fator replay, com dificuldades maiores, nem permitem o uso de heróis).

Um verdadeiro teste de ferro

Diferente de seu predecessor, Kingdom Rush Frontiers carrega um desafio muito maior devido a sua grande variedade de oponentes. As diversas raças disponíveis no exército inimigo fazem com que o jogador precise pensar bem nas torres que vai construir, já que um único erro pode lhe custar toda a jogatina. Mesmo com a loja de itens interna no game, que permite a aquisição de artefatos que facilitam nos combates, as lutas ainda são tensas e arrancam umas boas tentativas do jogador até aprender como agir em cada situação.

A variedade de inimigos força o jogador a pensar bem antes de criar uma torre.
Seu estilo gráfico e as falas dos personagens são apenas um bônus para sua jogabilidade interessantíssima. Os traços da versão para iPad ficam lindos independente de qual versão do aparelho estiver utilizando, e é sempre hilário ouvir as provocações dos personagens quando atacam seus inimigos com precisão. Talvez o único pecado que o jogo tenha é ser demasiadamente curto, mesmo levando em conta as versões mais difíceis de telas já visitadas. Bom, isso e o preço abusivo dos heróis.

Mas os heróis não são obrigatórios pra vencer, só ajudam. Muito.
Kingdom Rush Frontiers é um must have da biblioteca de um jogador fã de Tower Defenses, fazendo jus ao legado deixado pelo jogo anterior e garantindo umas boas horas de diversão (e dor de cabeça) para qualquer um que tenha coragem de desbravar essa fronteira!

Requisitos:

  • iOS 4.3 ou posterior: tanto na versão normal quanto a versão HD (exclusiva para iPad).

Prós:

  • Jogabilidade instintiva e ainda assim dinâmica;
  • Muitas formas de se vencer a mesma fase, explorando a criatividade do jogador;
  • As novas torres são muito mais complexas e exigem cuidado para serem usadas ao máximo.

Contras:

  • Campanha demasiadamente curta, com apenas quinze fases;
  • Preço abusivo dos seis heróis extras.

Kingdom Rush Frontiers – iOS – Nota: 8,5

Revisão: Ramon Oliveira de Souza
Capa: Wellington Aciole

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