Square Enix ou Enix Square?
Ao contrário do que muita gente pensa, e sugere o próprio título do post, não foi a Square que absorveu sua eterna concorrente Enix. A fusão se realizou com a Enix como empresa "sobrevivente", ainda que o quadro de funcionários e diretoria da Square Enix tenha sido majoritariamente ocupada por antigos empregados da Square, incluído aí Yochi Wada, apontado como presidente, ao passo que o presidente da então Enix, Keiji Honda, assumiu a vice-presidência. No entanto, no momento da junção, as ações da Square valiam 85% em relação às ações da Enix, e, desta forma, o fundador da Enix, Yasuhiro Fukushima, se tornou presidente de honra da empresa, assim como seu maior acionista.
Ainda em 2003, chegou o jogo Drakengard, desenvolvido pela Cavia, o game, um RPG de ação, conseguiu desenvolver uma "cara própria" e chamar a atenção de muita gente, o que é justo, visto que trata-se de um belíssimo jogo. A série Front Mission, adorada no Japão, recebeu dois títulos: Front Mission 1st para PlayStation é um remake do primeiro título da série, enquanto Front Mission 4, para PlayStation 2, é um RPG tático dos melhores que já joguei, com uma história interessante e bem desenvolvida, um sistema de batalha muito bom e uma boa dose de desafio.
Além desses títulos mais convencionais, a Square Enix publicou um intressante jogo. Kenshin Dragon Quest: Yomigaerishi Densetsu no Ken não precisava de console para ser jogado. Isso mesmo! O game era vendido e deveria ser ligado diretamente na televisão, junto com ele vinham alguns acessórios, como uma espada que era empunhada pelo jogador para vencer os monstros.
Outro RPG de ação, desta vez para o PS2, foi Fullmetal Alchemist and the Broken Angel. Baseado no maravilhoso mangá e anime, o game contava com a grande quantidade de fãs para alcançar boas vendas. Continuando no assunto das animações, o estúdio responsável pelo filme Final Fantasy: The Spirits Within também criou um dos capítulos do excelente filme Animatrix. The Last Flight of Osiris não é nem de longe o curta mais interessante da compilação, mas serve como ponte entre o primeiro e o segundo filme da série, além de apresentar, mais uma vez, uma capacidade absurda de animação.
Já em janeiro de 2004, antes do primeiro aniversário da Square Enix, foi publicado a versão de diretor de Star Ocean: Till the End of Time. O terceiro título da série Star Ocean representou alguns retrocessos de conteúdo e narrativa em relação ao segundo título da franquia, mas conseguiu polir ainda mais o já incrível sistema de batalha, tudo isso aliado a uma óbvia evolução gráfica. Somadas as publicações japonesas e ocidentais, o título conseguiu superar a marca de 1 milhão de unidades vendidas.
O primeiro ano de Square Enix
Os dois primeiros jogos lançados sobre o novo selo foram Hanjuko Hero Tai 3D e All Star Pro-Wrestling III, ambos publicados para PS2 e somente na terra do sol nascente. Para o Gamecube, a Square Enix publicou um novo spin-off de sua principal série, Final Fantasy Crystal Chronicles, um RPG de ação que foi bem recebido pela crítica e conseguiu agregar um bom número de fãs, chegando a marca de mais de 1 milhão de cópias vendidas. Dando continuidade a nova parceria com a Nintendo, publicou para o Game Boy Advance o jogo Sword of Mana, desenvolvido pela Brownie Brown, o game é um remake do primeiro título da série, que jamais havia chegado ao Ocidente.Ainda em 2003, chegou o jogo Drakengard, desenvolvido pela Cavia, o game, um RPG de ação, conseguiu desenvolver uma "cara própria" e chamar a atenção de muita gente, o que é justo, visto que trata-se de um belíssimo jogo. A série Front Mission, adorada no Japão, recebeu dois títulos: Front Mission 1st para PlayStation é um remake do primeiro título da série, enquanto Front Mission 4, para PlayStation 2, é um RPG tático dos melhores que já joguei, com uma história interessante e bem desenvolvida, um sistema de batalha muito bom e uma boa dose de desafio.
Front Mission 4 (PS2) é um jogo muito bacana |
Outro RPG de ação, desta vez para o PS2, foi Fullmetal Alchemist and the Broken Angel. Baseado no maravilhoso mangá e anime, o game contava com a grande quantidade de fãs para alcançar boas vendas. Continuando no assunto das animações, o estúdio responsável pelo filme Final Fantasy: The Spirits Within também criou um dos capítulos do excelente filme Animatrix. The Last Flight of Osiris não é nem de longe o curta mais interessante da compilação, mas serve como ponte entre o primeiro e o segundo filme da série, além de apresentar, mais uma vez, uma capacidade absurda de animação.
Já em janeiro de 2004, antes do primeiro aniversário da Square Enix, foi publicado a versão de diretor de Star Ocean: Till the End of Time. O terceiro título da série Star Ocean representou alguns retrocessos de conteúdo e narrativa em relação ao segundo título da franquia, mas conseguiu polir ainda mais o já incrível sistema de batalha, tudo isso aliado a uma óbvia evolução gráfica. Somadas as publicações japonesas e ocidentais, o título conseguiu superar a marca de 1 milhão de unidades vendidas.
Uma empresa multiplataforma
Dragon Quest V: Hand of the Heavenly Bride chegava, somente no Japão, em forma de remake para o PlayStation 2 (chegaria ao Ocidente a partir do Nintendo DS, em 2008). Ainda para o console da Sony, Fullmetal Alchemist 2: Curse of the Crimsom Elixir trouxe o retorno dos irmãos alquimistas em mais um Action RPG. Para o Game Boy Advance, o ano de 2004 reservou a publicação de Final Fantasy I & II: Dawn of Souls, como sugere o nome, um remake dos dois primeiros títulos da série, com conteúdos adicionais. Outra série da companhia fazia sua estreia em um console da Nintendo, Kingdom Hearts: Chain of Memories trouxe mais uma ótima aventura da turma de Sora.
O grande lançamento daquele ano foi, no entanto, um jogo que pertencia à Enix anteriormente à fusão. Dragon Quest VIII: The Journey of the Cursed King chegou em 2004 às lojas japonesas. Desenvolvido pela brilhante Level-5 e agraciado por toda a fantástica mitologia da série, o game é de uma beleza singela. Uma estória cativante, com personagens únicos criados pelo mestre Akira Toriyama. Um jogaço que chegou ao Ocidente em 2005 com algumas modificações para agradar este lado do globo, como um menu mais "chamativo" e a animação dos personagens na batalha. Além disso, a versão americana trouxe um momento muito simbólico para o mercado japonês: um demo de um título Final Fantasy (XII) acompanhava um jogo da franquia Dragon Quest.
Curtindo a vista em Dragon Quest VIII (PS2) |
Em 2005 foi o momento da chegada de mais um jogo proveniente da Enix, ou melhor, da excelente Tri-Ace, Radiata Stories é um daqueles jogos maravilhosos que receberam muito menos atenção do que realmente mereciam aqui deste lado do mundo. Um RPG de ação sensacional, cheio de possibilidades e de uma grata narrativa. Pelo lado da Square, Musashi: Samurai Legend também não foi um grande lançamento. Apesar de ser um bom jogo, o sucessor do fantástico Brave Fencer Musashi não obteve vendas expressivas.
Drakengard 2 trouxe o retorno da série ao PS2, desta vez ainda mais rebatido pela critica especializada. Grandia III, da Game Arts, foi publicado pela Square Enix para o mesmo console. Trata-se da sequência de um ótimo RPG que se iniciou na era do PlayStation com o fantástico Grandia. Para além dos consoles de mesa, 2005 trouxe a estreia da Square Enix no Nintendo DS: Egg Monster Hero, um game lançado somente no Japão. Os últimos lançamentos da SE para o GBA foram as versões Advance dos três títulos Final Fantasy do SNES, Final Fantasy IV Advance, Final Fantasy V Advance e Final Fantasy VI Advance.
No fim de 2005, chegaram dois títulos fenomenais e muito distintos. O primeiro, Front Mission V: Scars of the War, trouxe o retorno do maravilhoso e desafiante RPG tático de Mechas (robôs de guerra), mas apenas para o Japão, aonde foi aclamado pela crítica e obteve vendas muito boas. O segundo game, o arrasa-quarteirão Kingdom Heats II, conseguiu trazer um progresso grande em todos os aspectos do ótimo Kingdom Hearts. Além de uma narrativa complexa, apoiada tanto no carisma dos mundos e personagens da Dinsey, como nos personagens originais da série (Sora, Riku, os treze), o game contou com um sistema de batalha fantástico ainda mais lapidado e cheio de possibilidades. Vendendo mais de 3 milhões de unidades ao redor do mundo, o game de Tetsuya Nomura elevou ainda mais o status da série, colocando-a como uma das principais referências tanto da empresa quanto da própria geração do PS2.
Com as trutas a gente enfrenta mil tretas (Kingdom Hearts II - PS2) |
Em 2006, quatro jogos de grande peso foram publicados no Japão e no Ocidente. Dirge of Cerberus: Final Fantasy VII, Valkyrie Profile 2: Silmeria, Final Fantasy XII e Dawn of Mana. O primeiro fazia parte da compilação Final Fantasy VII, assim como o maravilhoso filme Final Fantasy VII: Advent Children, e foi uma incursão da empresa nos jogos de tiro em terceira pessoa. Contando um pouco mais da estória do sinistro Vincent Valentine, o jogo trazia uma série de desafios. Com um ótimo trabalho gráfico e com o fenômeno do JPOP, Gackt, marcando presença com um single, o game vendeu bem.
Já a segunda incursão da série Valkyrie Profile, tentou atualizar vários aspectos do primeiro game da franquia. O jogo teve um trabalho gráfico primoroso, mas pecou em outras especificidades, e não conseguiu cativar como seu antecessor. Além disso, obteve vendas tímidas no Ocidente. O primeiro jogo da série recebeu um port para o PlayStation Portátil (PSP) também em 2006, Valkyrie Profile: Lenneth, que recebeu alguns prêmios de RPG do ano para o PSP, mas também não foi bem nas vendas.
Valkyrie Profile 2: Silmeria |
Dawn of Mana, primeira aparição totalmente em 3D da série, vendeu muito mal no Ocidente, apesar das boas vendas no Japão. Com uma proposta estranha e com uma série de problemas de jogabilidade, o jogo foi avacalhado pela crítica. Outro jogo da série, Children of Mana, foi publicado para o Nintendo DS, sendo um sucesso no Japão. Ambos os jogos fazem parte da compilação World of Mana.
A grande aposta da empresa para o ano foi, como era de se esperar, Final Fantasy XII. Com mudanças na equipe de desenvolvimento e um tempo de produção muito maior que seus anteriores, assim como seu custo, o game trouxe grandes mudanças, como um sistema de batalha diferenciado e uma série de evocações distintas das antigas e consagradas. Para além das diferenças, FFXII trouxe uma ambientação fantástica, aliada a gráficos estonteantes, e muitas side-quests. O Jogo foi bem recebido pela crítica, dividiu opinião dos fãs da série, mas, independente de qualquer coisa, foi muito bem nas vendas. O game faz parte da compilação Ivalice Alliance.
Seu recalque bate no meu cristal e volta pra você dando 9999 de dano |
Como podemos acompanhar, e veremos mais adiante, a Square Enix apostou em uma estratégia comercial focada em compilações. De acordo com o então presidente Yoichi Wada "já não era fácil, como foi outrora, conseguir sucesso no mercado de games. Quando o sucesso aparece, devemos espremer a maior quantidade de suco possível".
Além desta estratégia, ficou evidente o movimento multiplataforma realizado pela Square Enix, processo que culminou em dois lançamentos, ainda em 2006, para o Xbox360. Uma versão de Final Fantasy XI, e um simulador de naves espaciais exclusivo para o console da Microsoft, Project Sylpheed.
Os primeiros momentos uma nova geração
2007 com certeza foi um ótimo ano de parceria da Square Enix com o Nintendo DS. Começando o ano com mais um título da série Mana, Heroes of Mana. Outro título, o inesperado Final Fantasy XII: Revenant Wings, desenvolvido pela Think & Feel, expandiu novamente o mundo de Ivalice. Uma espécie de RTS (Estratégia em tempo real) que acompanhou mais estórias de Vaan, Penelo e companhia. Outro título Final Fantasy a chegar ao DS no ano foi Crystal Chronicles: Ring of Fates.
Destaco outros três jogos publicados pela SE para o Nintendo DS no ano de 2007. O primeiro é The World Ends With You, desenvolvido em parceria com a Jupiter, o game é diferenciado em todos os sentidos. Um jogo maravilhoso que utilizou muito bem as capacidades do DS, fazendo um uso maravilhoso da Stylus (caneta) e das duas telas. Mas, para além disso, o jogo é um show. Um show na parte sonora, na parte gráfica, na jogabilidade e na narrativa. Além de conquistar uma boa base de fãs, o título recebeu muitos elogios da crítica especializada.
Você não sabe, mas o Japão é assim na realidade |
Final Fantasy Tactics A2: Grimoire of the Rift, o segundo game destacado, marca o retorno da série Tactics a um portátil da Nintendo. O jogo potencializou as características presentes em seu antecessor e, com uma quantidade absurda de missões, alcançou uma quantidade de vendas que ultrapassou 600 mil cópias. Por último, Final Fantasy IV, remake desenvolvido pela Matrix Software (a mesma que fizera o remake de Final Fantasy III também para o DS), é, para mim, uma aula de como reaproveitar um jogo antigo. Com mais possibilidades e algumas novidades, dando uma nova característica à arte gráfica do jogo, mas carregando a mesma atmosfera daquela maravilhosa epopeia, o game conseguiu vendar uma quantidade superior a 1 milhão de unidades.
Para o portátil da concorrente, Sony, a Square Enix trouxe, pela primeira vez, o primeiro Star Ocean ao Ocidente. Star Ocean: First Departure é um remake do sensacional game de SNES. Além de um port do FF Tactics de PSOne, Final Fantasy Tactics: The War of the Lions, trazendo animações inéditas e uma série de novos conteúdos ao fantástico e original FFT. O último aqui apontado é Crisis Core: Final Fantasy VII, um bom RPG de ação que conta a estória de Zack, sobre quem falar qualquer coisa é fazer spoiler. O jogo reafirmou o sucesso do FFVII e a quantidade de fãs fiéis que possui e chegou à marca de 3,5 milhões de cópias vendidas.
Crisis Core: Final Fantasy VII (PSP) |
Para o Nintendo Wii, foram dois lançamentos, Dragon Quest Swords: The Masked Queen and the Tower of Mirrors e Final Fantasy Fables: Chocobo´s Dungeon. Para o idoso PlayStation 2 foram, igualmente, duas publicações: Odin Sphere, um bonito RPG desenvolvido pela Vanillaware e publicado pla Atlus, porém publicado pela Square Enix na Europa, e Final Fantasy XII International Zodiac Job System, apenas no Japão.
Para PS3 e X360, a Square em 2007 publicou no Japão um certo jogo da Infinty Ward, publicado pela Actvision no resto mundo, nada menos que Call of Duty 4: Modern Warfare. É interessante ver como se dão as relações no mundo dos games. A Square Enix participou da publicação do jogo que sintetiza o crescimento vertiginoso do FPS nos consoles.
Assim, entre um grande número de séries já consagradas ou próximas de um estrondoso crescimento (GTA, God of War, Uncharted, Gears of War, Halo, Call of Duty) distintas do principal gênero de publicação da Square Enix, os RPGs, a empresa adentra de vez na geração do Wii, PlayStation 3 e Xbox 360. O tempo de produção e os custos de se fazer um jogo aumentaram ao longo dos anos, a facilidade de se fazer sucesso com um JRPG caiu, talvez na mesma medida. Tempos escuros se aproximam da Square Enix.
A SE vende mais do que jogos, desde camisetas e potions (!) até pelúcias maravilhosas |
Não deixe de conferir a última parte da história da Square, nas próximas semanas, aqui no GameBlast.
Revisão: Matheus Pampolha
Capa: Felipe Araujo