A nova geração chegou... mas pode não ser bem o que esperávamos

em 30/05/2013

Depois da geração mais longa já presenciada (que durou oito longos anos desde a chegada do Xbox 360 ), finalmente podemos dizer que estam... (por Unknown em 30/05/2013, via GameBlast)

Depois da geração mais longa já presenciada (que durou oito longos anos desde a chegada do Xbox 360), finalmente podemos dizer que estamos frente a uma nova geração. Entretanto, atitudes cada vez mais estranhas tomadas por produtoras e desenvolvedoras são de arrepiar os cabelos, e impor medo mesmo nos corações mais valentes e esperançosos.

Para muitos, o fraco lançamento do Wii U e as controversas apresentações do Xbox One e do Playstation 4 deixaram na boca um sabor um tanto amargo. A falta de títulos de peso e de foco durante as respectivas apresentações apenas colaboraram com a impressão que muitos jogadores ficaram. Nós não somos mais o foco, talvez nem os jogos sejam.

O mundo está mudando

 Já comentamos aqui no GameBlast sobre as eminentes mudanças na indústria. Com um novo público surgindo, novos ramos de mercado são naturalmente muito visados, mas nem mesmo o mais pessimista estava preparado para o que estamos sendo apresentados.

Enquanto a adição de funcionalidades menores como compartilhamento instantâneo e maior conexão com redes sociais fosse algo esperado (ainda que absolutamente desnecessário), a agressiva postura de controle sobre jogos usados e a evidente tentativa de fazer do One uma central multimídia certamente soaram forçadas.

A pergunta que fica é: foi mesmo a Microsoft que pisou na bola e está atirando para todos os lados, ou seria este apenas mais um sintoma de uma indústria que tenta de todos os modos garantir nosso dinheiro e o monopólio sobre nosso entretenimento?

Funcionalidades estranhas

Uma das grandes características que parece já definir essa nova geração é a busca desesperada por inovação. O sucesso do Wii culminou terminantemente com uma busca quase sacrossanta por diferentes modos de interação, uma coisa realmente boba, visto que estas, para os jogadores, muitas vezes pouco importam.

Comecemos então pelo Playstation 4. Pelo que sabemos, além de contar com o botão de compartilhamento, o console poderá gravar e transmitir vídeos de gameplay durante suas partidas. Quem trabalha com gravação de gameplays sabe o custo e a capacidade de processamento necessários para o esse tipo de coisa. Logo, afinal, quais são os custos dessas brincadeiras? Será mesmo que o grosso do público vai estar interessado em ficar batendo screenshots para justificar a inclusão de um botão exclusivo no controle? Tudo isso custa na fabricação do console e custa para os nossos bolsos.

Vamos para o Xbox One... Bem, por onde começar? Será que alguém realmente achou uma boa ideia promover o console com base na possibilidade de assistir TV, Netflix ou Navegar na internet? O Xbox One depende de uma TV, e para a maior parte do público, suas Smart TVs já fazem tudo isso sem precisar de outro investimento de U$ 450 num console. Ainda assim, até para aqueles que não têm Smart TVs, qualquer TV assiste TV (por mais estúpido que isso soe), Netflix já está disponível até no Wii e todos já possuem outros periféricos para acessar redes sociais e navegar.

Quanto ao Wii U, por mais que eu simpatize com a ideia de poder jogar no meu controle, me pergunto quanto do custo de desenvolvimento e produção não poderia ser melhor empregado em um hardware mais robusto e um refinamento dos controles do Wii.

Demo bonita, mas até agora o console não mostrou nada assim.
Não me levem a mal, sei que a Nintendo, e as outras desenvolvedoras deve mostrar coisas espetaculares em seus consoles, mas, até agora, nada foi suficiente.

O Big Brother está de olho

Enquanto nos computadores e meios digitais a presença de softwares de verificação, controle e propaganda já esta bem estabelecida, a apresentação do novo Kinect — ferramenta que prometeu na geração passada revolucionar o mundo dos jogos — soou um tanto invasiva. Veja, não sou paranoico com segurança virtual, possuo contas em redes sociais, faço compras pela internet etc. Agora, ter uma câmera ligada 100% do tempo na minha sala de estar, sem a qual o console não funciona, me incomoda um bocado.


O que isso significa? voltamos ao primeiro tópico: controle. Controle, controle, controle e controle. Estamos sendo literalmente vigiados. Horários, hábitos, práticas de jogo, o que jogamos, o que compramos, o que vendemos. Esqueça sua privacidade, estamos falando de uma indústria que está tentando de todos os modos saber todos os seus gostos para te fazer consumir mais e mais.

Além disso, enquanto algumas produtoras lutam, quase que desesperadamente, pela liberdade de distribuição de seus jogos, outras parecem lutar pela liberdade de controlar seus jogadores. Companhias como a EA e a Activision vêm sistematicamente desenvolvendo sistemas focados em atrelar produtos a pessoas, quase de modo vitalício.

Isso tudo sem falar na venda parcelada de títulos incompletos, que devem ser preenchidos por inúmeros DLCs... Tempos de trevas, sem dúvidas.

Existe esperança?

Definitivamente sim. Fora o Wii U, ainda estamos para ver o lançamento dos próximos consoles e muita coisa pode mudar. Ainda assim, pelo que foi apresentado, reservo-me o direito de estar apático, prefiro ser surpreendido positivamente do que negativamente.

Procurem vocês o público alvo, criem centrais multimídia completas, enfim, façam o que tiverem vontade, mas, lembrem-se: compramos consoles para jogar. Talvez fizesse bem largar um pouco dessa socialmania que se instalou, eu ficaria realmente feliz em pagar por um console que tivesse apenas jogos.

Saudades de quando era só ligar e jogar.
E você, Daniel San que leu este texto, o que gostaria de ver (ou não) nessa nova geração?

Revisão: Vitor Tibério

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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