Assassin’s Creed III foi lançado em outubro do ano passado e, mesmo sendo promissor na época, foi alvo de alguns desapontamentos, como um protagonista sem carisma algum ou os diversos bugs que nos perturbavam durante a nossa aventura na Revolução Americana. Eu mesmo esperei muito do título, e isso foi um erro, porque até agora nenhum outro Assassin’s Creed superou a trilogia do Ezio. E então, como corrigir isso? Mesmo após o recente lançamento de AC3, a Ubisoft resolveu não perder tempo e anunciou
Assassin’s Creed IV: Black Flag. Será que vem por aí a renovação da franquia ou só mais do mesmo?
Yarr!
A História é realmente fascinante, e a Ubisoft foi certeira ao escolher esse tema para tratar em Assassin’s Creed. Na franquia ela é manipulada de uma maneira que faz os jogadores se questionarem como seria o mundo se tudo aquilo tivesse mesmo ocorrido. Desta vez nós seremos levados a uma época não muito antes do início da Revolução Americana: a Era de Ouro dos piratas.
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Barba Negra e Edward Kenway, ambos capitães |
O protagonista é avô de Connor Kenway e pai de Haytham Kenway, ambos figuras principais do game anterior.
Edward Kenway fora uma vez parte da Marinha Real Britânica e levado para servir no Caribe. Porém, a vida de glória, ouro e mulheres levaram ele a quitar o ofício para poder se juntar à pirataria, crime não só hoje mas bem como no século 18. Foi nessa nova fase que ele foi introduzido à Ordem dos Assassinos. Pelo trailer de anúncio de Black Flag, Edward promete ser tão bem-humorado quanto foram Ezio e Desmond. Altaïr e Connor foram ambos muito bons assassinos, mas o silêncio e o dever deixaram-nos muito sem graça.
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De quem será que Connor e Haytham herdaram tanta habilidade? |
Se deu certo, faz de novo
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Edward Kenway |
A maior novidade em Assassin’s Creed III certamente foi a adição das batalhas navais. Nelas, Connor é o capitão e possui controle total sobre o navio, podendo direcionar a sua rota, disparar os canhões e navegar em meia vela ou em vela cheia. Como essa foi a maior atração do game, é claro que a Ubisoft iria usá-la de novo. Black Flag terá a história focada em piratas, a exploração de águas misteriosas e a busca por navios afundados (e, pela primeira vez, o protagonista poderá mergulhar), e lógico que o nosso tempo no mar será muito maior do que anteriormente -
a ideia da Ubisoft é de que seja 40% do jogo na proa dos navios e 60% em terra firme.
Mas o bom de Assassin’s Creed é poder sair correndo e escalando, então como podem nos colocar tanto tempo em água? Para isso haverá
sidequests em alto mar também. Podemos resgatar um pirata, caçar baleias ou ancorar o navio para que o protagonista possa buscar por tesouros perdidos abaixo da superfície, como relatamos no parágrafo anterior. Inclusive veremos combate submerso, como Edward tentando evitar que um tubarão o pegue. Se a premissa do tempo navegando for tão boa quanto a de andar pelo solo, pode surgir algo bom daí.
E, dando uma palavrinha sobre o multiplayer - que já fora confirmado para Black Flag -, fique sabendo que não haverá batalhas navais no PvP (jogador contra jogador). Sim, é triste saber isso, visto que o foco de AC4 é em navios e o modo multijogador não terá eles. Meio contraditório isso, não?
Vida de pirata não é fácil
Fomos apresentados a uma exploração muito abrangente em Assassin’s Creed III. Além de podermos visitar grandes cidades da época (que são até hoje), como Boston e Nova Iorque, ainda tínhamos a Fronteira e a Fazenda Davenport, ambas contendo muitos animais para caçar e árvores para poder escalar.
Assassin’s Creed IV: Black Flag promete expandir ainda mais esse ambiente que a Ubisoft foi capaz de criar. Teremos cerca de 50 localizações no título, como enormes cidades-porto (Havana, Kingston e Nassau), ruínas maias, templos, florestas, vilarejos de pescadores e muito mais. Ainda podemos pegar o navio de Edward - o “Jackdaw” (“gralha”, em português) - e explorar tudo o que o oceano tem a oferecer.
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O "Gralha" tem 26 velas e pode suportar até 56 canhões |
O combate, mesmo sendo parecido com o de AC3, irá trazer algumas mudanças, como a mira livre (não precisamos mais mirar em inimigos para atirar) e a adição de novas armas. Espadas duplas, pistolas quadrúplas, zarabatana com vários tipos de projéteis e a volta das cordas-gancho e da Lâmina Oculta se encaixam no arsenal de Edward Kenway, que mais parece estar preparado para uma guerra.
"Vamos estragar só uma coisinha"
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Desmond Miles |
Provavelmente foi esse o pensamento da Ubisoft quanto à história do presente. Estávamos acostumados com Desmond Miles, mas, devido ao final de Assassin’s Creed III, não poderemos controlá-lo novamente. Desta vez será um templário que irá explorar as memórias dos antepassados do antigo protagonista da série. Sim, completamente estranho isso. Essa possibilidade existirá porque ele é um contratado da Abstergo e, graças ao DNA adquirido do Desmond pela empresa, o homem entrará na Animus e viverá a experiência dos piratas.
Não se sabe qual a intenção da Abstergo em saber da vida de Edward Kenway, mas certamente ele tinha algo que é vital para o plano de domínio mundial dos vilões. E a continuação do final de Assassin’s Creed III, onde fica? Todo mundo está ansioso para ver, mas parece que ela está em uma gaveta da Ubisoft. Por que não tirar então o “IV” do título, se ele não vai ser uma sequência dos eventos vistos anteriormente? É, meus amigos, o pensamento da Ubi certamente é o mesmo da imagem abaixo:
Assassin’s Creed IV: Black Flag com certeza irá trazer muitos aspectos novos que prometem empolgar qualquer um, mas é bom ter cuidado para não vermos a repetição da fórmula de Assassin’s Creed III: mostra um trailer bonitinho, gameplay e imagens bacanas e o jogo final é pouco satisfatório. Não estou dizendo que ele é um jogo péssimo, mas o hype foi tremendo para uma história e missões que não superaram as dos antecessores.
Revisão: Vitor Tibério