Análise: Vector (Android/iOS)

em 22/02/2013

Se houve um título que conseguiu não só me animar mas também me mostrar que ainda há muito o que se explorar na indústria dos games nos úl... (por Ok em 22/02/2013, via GameBlast)

Se houve um título que conseguiu não só me animar mas também me mostrar que ainda há muito o que se explorar na indústria dos games nos últimos anos, este foi Mirror's Edge, jogo em primeira pessoa que conseguiu reinventar o já batido FPS explorando diversas habilidades do parkour. O game do qual falaremos hoje não tem muito a ver com Mirror's Edge, mas também leva o parkour como foco.

Corra de tudo

Vector, título da desenvolvedora Nekki, nos mostra um mundo onde tudo e todos estão sob constante supervisão do Grande Irmão, uma figura ditatorial centralista e avassaladora que rege e controla o mundo à sua própria maneira, fazendo de tudo para que a humanidade não precise sentir nada, trabalhando em prol de um mundo onde a única coisa que um indivíduo deve fazer é obedecer - o que ele destaca com um ressonante "obbey".

Nosso protagonista, no entanto, parece ter alguma dificuldade em aceitar o mundo como ele é e, desvencilhando-se de um dispositivo que parecia manter o controle sobre ele, começa a correr. Correr de tudo e de todos aqueles que querem levá-lo de volta ao regime ditatorial do Grande Irmão. Ele parte em uma intensa busca por um mundo onde possa viver sob seus próprios ideais, mas os Caçadores do Grande Irmão estão sempre na sua cola, forçando-o a continuar correndo. Utilizando-se de diversas técnicas retiradas diretamente do parkour, ele deve ludibriar e despistar os Caçadores, ao mesmo tempo em que recolhe dinheiro para adquirir novas habilidades (?).

Um jogo de sombras

Neste game, você tem uma perspectiva lateral tanto do cenário quanto dos personagens, tomando emprestado diversos elementos dos títulos de plataforma. No entanto, Vector não chega a ser um jogo nesse gênero, podendo ser comparado a um corrida infinita, pelo fato de que você só pode parar em caso de colisão. 

"Vá pela sombra".

É claro que uma ação frenética como essa acabaria dificultando um bocado na hora de distinguir os elementos que estão em primeiro plano e aqueles que ficam ao fundo. Pensando nisso, o game se utiliza daquele estilo noir já bem comum nos títulos de hoje em dia, deixando tudo o que está em primeiro plano, como os personagens e obstáculos, em uma sólida cor negra, enquanto o fundo gera um espetáculo a parte com suas cores vivas e vibrantes. O clima de fuga e perseguição em um mundo ditatorial é muito bem salientado por esse aspecto.

Um deslize que pode custar sua vida

A jogabilidade foi perfeitamente adaptada às telas sensíveis ao toque dos tablets e smartphones aos quais o game é destinado. Precisa fazer o protagonista pular? Nada de apertar botões: basta deslizar o dedo para cima na tela. Para fazê-lo escorregar pelo chão basta deslizar o dedo para baixo. Em momentos especiais, algumas setas aparecerão na tela, como em momentos em que é preciso correr mais rápido, ou logo antes de executar manobras especiais. Neste caso, basta deslizar o dedo na direção da seta no momento certo.

Um errinho e lá está seu bônus ficando para trás.

Infelizmente, quando eu falo de "momento certo" eu quero dizer isso mesmo. No caso da aceleração você dispõe de um bom espaço para executar a manobra. Mas nos movimentos de parkour, que dão a graça ao jogo, é necessário ser muito preciso, pois o game não aceita comandos antecipados ou tardios demais. Assim, prepare-se para retornar à mesma fase várias vezes se quiser conseguir as três estrelas do nível.

Conforto ou tensão - depende da música

Quanto à trilha sonora, pode-se dizer que tem seus altos e baixos - quase literalmente. Em alguns momentos, ela combina perfeitamente com o clima do jogo, trazendo um suave ritmo de jazz que permite que você se concentre no que está fazendo, ao mesmo tempo que dá realismo ao ambiente, ornando, inclusive, com os movimentos graciosos do protagonista. 

"Sai de cima dessa mesa, moleque!"

No entanto, algumas músicas simplesmente não combinam com o game. Quero dizer, um pesado som de guitarras distorcidas serve muito bem para uma perseguição, mas o ambiente noir e os movimentos de parkour destoam completamente de músicas assim. Em alguns momentos, você vai querer simplesmente desligar o som e colocar algo de sua coleção para tocar.

Um game muito interessante que não deixa de recordar diversos títulos de peso, como Mirror's Edge, Temple Run e até Super Mario Bros, e que pode trazer uma boa diversão para aqueles momentos de tédio: este é Vector. O download do título é gratuito no Google Play, com um desbloqueio no singelo valor de R$2,00 que realmente melhora - e muito - a experiência de jogo, e custa apenas $0,99 na iTunes Store.

Prós


  • Jogabilidade simples e fácil, com diversos elementos de games de peso embutidos;
  •  Movimentos fluidos e graciosos, baseados no parkour;
  • Uma história fascinante, com direito ao Grande Irmão e tudo o mais;
  • A compra não pesa no orçamento.

Contras

  • Apenas metade da trilha sonora combina com o clima noir do game;
  • Alguns movimentos exigem uma precisão extrema por parte do jogador.

Vector - Android/iOS - Nota Final: 9


Revisão: Bruna Lima

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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