Blast from the Past: Desert Speedtrap (Master System)

em 31/01/2013

Quando eu era moleque, adorava desenhos animados, não importando o tipo, e foi isso que me fez gostar tanto de animes mais tarde. Mas de t... (por Ok em 31/01/2013, via GameBlast)

Quando eu era moleque, adorava desenhos animados, não importando o tipo, e foi isso que me fez gostar tanto de animes mais tarde. Mas de todos os desenhos os que eu mais gostava eram os dos Looney Tunes, conhecidos como a turma do Pernalonga. Mas o desenho que realmente me fazia vibrar e torcer a cada novo episódio e a cada nova cena era o do Papa-Léguas. E quando eu, que, na época, possuía um Master System, descobri que existia um game do meu personagem favorito para o console, não descansei enquanto meus pais não o compraram para mim.

Como num desenho animado

"É um pássaro? É um avião?"
O jogo em questão tem por nome "Desert Speedtrap", que, traduzido, fica algo como "Pardal Eletrônico do Deserto", ou mesmo "Armadilha do Deserto". Foi ele o responsável por trazer ao joystick de meu Master System toda aquela diversão que eu conhecia das tardes da TV. Isso porque o game tenta ser o mais fiel possível ao desenho animado. Ou tão possível quanto um game de plataforma permitisse, já que muitos inimigos estranhos foram adicionados à trama.

Mas o objetivo ainda é o mesmo que no desenho: no game, você controla o Papa-Léguas, e tem que se virar para conseguir o alpiste nosso de cada dia e ainda escapar das artimanhas do Coiote, que se utiliza das mais variadas máquinas e engenhocas - fabricadas pela eterna ACME - para tentar se dar bem no jantar.

Além disso, a trilha sonora em si pode não ser lá grande coisa, mas a grande maioria dos efeitos sonoros foram inspirados nos desenhos animados. Imagine a sensação de ouvir aquela famosa vinheta dos desenhos de Looney Tunes a cada nova fase iniciada. Certamente algo de dar água na boca - ou nos ouvidos, vai saber?

Ou quase

Este robô não é da ACME.
Assim como na trama animada, os únicos personagens que você encontrará no game são o próprio Papa-Léguas e seu eterno arqui-inimigo, o Coiote. Mas isso não quer dizer que outras criaturas não estejam lá para atrapalhar a sua vida e ajudar a do Coiote.

Como dito anteriormente, o jogo segue o estilo plataforma, consagrado por nomes como Mario e Sonic. Ora, um game de plataforma sem nenhum inimigo não seria a mesma coisa, certo? Por isso, foram adicionados urubus, caranguejos e até mesmo robôs em meio aos cenários para conceder ao jogador um desafio a mais antes de encontrar o Coiote em pessoa - ou melhor, em lobo.

É bem verdade que é um pouco frustrante ver a imagem do Coiote se preparando para o jantar mesmo sabendo que o animal que lhe fez perder a vida nada tem a ver com o personagem, mas este desafio concede uma maior longevidade ao game, forçando o jogador a repetir algumas fases várias vezes e, dependendo de sua sorte e habilidade, chegar a um triste Game Over - que não chega a ser tão triste, já que o tema de Looney Tunes começa a tocar logo em seguida, dando-lhe uma nova oportunidade de chegar ao fim do jogo.

Para os fãs

Uma cena constante.
Na época em que joguei Desert Speedtrap, tudo era muito diferente, e o simples fato de ser um jogo do Papa-Léguas já me deixava empolgado. Quando peguei o cartucho para jogá-lo novamente em meu antigo videogame, comecei a perceber uma série de detalhes que, até então, não me deixava tão frustrado. O principal deles é, com certeza, a falta de controles precisos para este game. Acredite: se você se acostumou com os games de plataforma de hoje em dia, mal vai conseguir passar da segunda ou terceira fase sem sentir uma vontade imensa de desligar o console e ir fazer outra coisa.

Mas o saudosismo me fez chegar ao final mais uma vez. Mesmo que, por vezes, o pássaro caísse exatamente no lugar que eu tentava evitar, poder ver o Coiote se esborrachando na parede com seu foguete, entrando em um túnel com seu ônibus e voltando apenas com o volante nas mãos, entre outras confusões em que o carnívoro se metia tentando conseguir um bom jantar já fizeram a tentativa valer a pena novamente.

Porém, se você não tem um passado, ou mesmo um presente, relacionado ao astro da Warner Bros., talvez seja melhor pensar duas vezes antes de jogá-lo. Para a época, o game é excelente e conta com um fator nostalgia muito grande, apresentando, inclusive, com gráficos surpreendentes para o console de 8 bits. Mas compará-lo com um game como Super Mario Bros., por exemplo, chega a ser crueldade.

Revisão: Catarine Aurora

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