Assassin's Creed é uma série conhecida por ter várias reviravoltas em sua história, mas a maior com certeza é a de
Juno, uma deusa proveniente da Primeira Civilização. Na maior parte a vemos como uma personagem secundária, mas em
Assassin's Creed III ela de imediato passa a ser uma peça fundamental, guiando Desmond Miles em a sua missão de salvar o mundo. Que tal conhecer mais a deusa e as as suas aparições para os Assassinos?
Atenção: esta matéria contém diversas informações que podem ser consideradas
spoilers caso você tenha deixado de jogar algum jogo da série
Assassin's Creed. Continue lendo por sua própria conta e risco.
Juno e a Primeira Civilização
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Juno |
Há muito tempo atrás
em uma galáxia muito, muito distante, mais do que o homem é capaz de imaginar, deuses caminhavam pela Terra. Ou, como eles gostam de chamar a si mesmos,
Aqueles Que Vieram Antes (ou
Primeira Civilização). Para suprir as suas necessidades, construir seus lares e fazerem o seu trabalho, eles construíram a partir de sua própria imagem os seres humanos, para que esses fossem seus escravos. Isso era possível graças aos Pedaços do Éden, que serviam para controlar a mente humana. Porém, alguns humanos como
Adão e
Eva eram imunes aos poderes transmitidos por esses artefatos por serem híbridos da Primeira Civilização e dos humanos. Sendo assim, Adão e Eva usaram suas habilidades de escalar, semelhantes a dos Assassinos, para poderem roubar uma Maçã do Éden. Graças a esse acontecimento, aconteceu uma grande guerra entre deuses e homens.
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Adão e Eva |
É certo que Aqueles Que Vieram Antes eram muito mais poderosos do que os humanos, mas esses últimos estavam em um número muito maior, o que deu um certo equilíbrio ao confronto entre as duas raças. Mal sabiam elas duas que enquanto duelavam pelo domínio do planeta, uma grande catástrofe estava por vir e que daria fim aquilo tudo, e provavelmente às duas espécies. A fim de evitar isso, Juno, ao lado de Júpiter e Minerva (os três mais sábios e poderosos deuses) começaram a construção de templos subterrâneos para impedir o fim do mundo. Todas as informações deles eram enviadas a uma fonte de conhecimento maior, o
Grande Templo. Após inúmeras tentativas, o resultado quase foi obtido, mas já era tarde; a Terra estava condenada.
"A Terra sacudiu por dias, os incêndios queimaram por semanas, e quando as cinzas se apagaram, menos do que dez mil da sua espécie haviam sobrevivido, e muito menos da nossa. Mas nós continuamos, juntos...".
- Júpiter em diálogo com Desmond Miles
O planeta estava arrasado após o Sol jogar toda a sua ira sobre ele. Agora a Primeira Civilização e os humanos, ao invés de estarem lutando um contra o outro, se juntaram para reconstruírem tudo o que foi levado pela catástrofe. Ao longo dos anos, os humanos foram se reproduzindo e logo voltaram a estar na casa dos milhões, enquanto os deuses iam se extinguindo junto com os relatos de suas aparições e convivência na Terra. Mas Juno de alguma forma ainda estava viva.
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Clay Kaczmarek |
A missão do Sujeito 16
Agora voltamos a 2012, quase 80.000 anos depois da Catástrofe Toba.
Clay Kaczmarek, o Sujeito 16 das Indústrias Abstergo, estava sozinho. Sua missão designada pelos Assassinos era infiltrar-se na sede dos Templários para obter informações sobre o Projeto Animus, um aparelho que podia reviver memórias dos ancestrais de uma pessoa.
Lucy Stillman, outra Assassina infiltrada, seria a responsável por tirar ele lá de dentro, mas ela não apareceu. Em uma de duas sessões na Animus, Clay recebeu a visita de Juno, alegando que ele tinha uma missão muito especial: a de guiar
Desmond Miles. O rapaz não fazia nem ideia de quem ele era e no início se negou a isso. Mas Juno lhe contou a verdade.
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O inconsciente de Clay, onde lhe foi dita a verdade |
Lucy Stillman foi convertida e convencida pelo doutor
Warren Vidic a se tornar uma Templária. Ela nunca deixaria o Sujeito 16 escapar da Abstergo, agora que todos lá sabiam que ele era um Assassino. Clay se conformou com o seu destino, mas não sabia como ajudar Desmond se ele não tinha escapatória. A saída? O suicídio. Sim, Kaczmarek tomou coragem e se matou para que não explorassem mais as suas memórias e não descobrissem as localizações de mais Maçãs do Éden. Antes desse acontecimento, ele foi capaz de hackear a Animus e arranjar uma maneira de ficar vivo dentro dela. Seria assim que ele poderia guiar Desmond.
Desmond, o salvador do mundo
O primeiro encontro de Juno com Desmond não foi nada, digamos, agradável. Ela falava coisas sem sentido para ele, enquanto o Assassino trilhava um caminho embaixo de um templo para achar uma Maçã do Éden guardada por
Ezio Auditore. Ao chegar lá, Desmond, acompanhado de Lucy de seus amigos
Shaun e
Rebecca, tocou na Maçã e o tempo foi congelado. Desmond foi forçado a matar Lucy graças a Juno, que dizia que agora nada mais o atrapalhava em sua missão para salvar a Terra. Após isso, o rapaz entrou em coma, enquanto o tempo corria e o dia 21 de dezembro se aproximava.
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Clay salvando Desmond |
Desmond estava consciente dentro da Animus, e foi lá onde ele encontrou o famoso Sujeito 16. Este lhe falava algumas palavras de sabedoria, mas não designou um papel muito importante. Mas ele ainda não havia cumprido a sua missão dada por Juno. Desmond estava saindo do coma, mas o ambiente virtual da Animus estava desmoronando e ele poderia morrer lá. Clay Kaczmarek empurrou Desmond para um portal enquanto ele ficava lá, morrendo junto com as suas memórias. Seu destino foi cumprido, e o salvador do mundo estava consciente novamente.
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Juno em uma aparição a Connor |
Agora com a ajuda de seu pai,
William Miles, além da de Shaun e Rebecca, Desmond se dirigiu ao lugar onde ele conseguiria evitar novamente o fim do mundo, de acordo com as palavras de Minerva, Júpiter e Juno: o Grande Templo, aquele local de grande sabedoria construído há milênios pela Primeira Civilização. O local não estava funcionando totalmente, pois ainda faltavam chaves para abrir a porta que continha as respostas que os Assassinos precisavam. Desmond viajou alguns lugares mundo afora, incluindo o Brasil, afim de recuperá-las. Nesse tempo, alguns membros importantes da Abstergo foram mortos pelo rapaz. Ele também reviveu as memórias de
Connor Kenway afim de obter a chave principal, e descobriu que Juno também havia visitado o Assassino no passado para contar a sua missão de guardar o objeto para Desmond.
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Desmond em sua missão no Brasil |
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O grupo de Desmond
no Grande Templo |
Enquanto estava no Templo, Desmond teve alguns encontros com Juno. Em um deles, a deusa conta que uma das soluções que a Primeira Civilização tentou para salvar o mundo foi construir uma espécie de armadura para os seres, que seria inatingível às manchas solares. O marido de Juno,
Aita, foi cobaia desse teste, mas que acabou falhando e ela se viu obrigada a matá-lo para acabar com seu sofrimento. Em um dos e-mails que ela enviou para Desmond (ela podia enviar ondas eletromagnéticas dentro do Grande Templo, o que provava que ela ainda estava viva de alguma forma), ela culpa a raça humana pela morte de seu amor. Foi no Templo também onde Desmond contou à Rebecca que ele não foi obrigado a matar Lucy, mas sim por vontade própria; ele disse que viu o que aconteceria com o mundo caso a Maçã fosse tomada dele pelos Templários.
Salve a Terra ou deixe-a morrer
Com todas as chaves reunidas, estava na hora de descobrir como salvar o mundo. Desmond e seus companheiros se dirigiram a uma sala que continha um pedestal, e lá Juno apareceu para eles novamente. Ela pediu para que Desmond tocasse no pedestal, e só assim o mundo sobreviveria. Quando ele ia fazer isso, Minerva apareceu, para a surpresa de Juno.
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Minerva |
A deusa disse ao Assassino que ele não podia fazer isso senão o mundo corria um grande risco. Ela contou que na época em que a Primeira Civilização tentava salvar o mundo, Juno tentou usar a tecnologia avançada deles para controlar o planeta e o tomar para si próprio. Para pagar pelos seus crimes, Minerva e Júpiter a aprisionaram no Grande Templo, o que provava que ela ainda estava viva (mas que não podia sair de lá a não ser por forma de hologramas, que só servem para comunicação). Minerva disse que a Terra não tinha mais salvação, já que os Assassinos e Templários lutaram por anos e não quiseram ouvir Aqueles Que Vieram Antes. A solução dada por ela era que Desmond deixasse o planeta ser atingido pelas inúmeras e grandes manchas solares, e que após isso o Assassino seria um novo Messias, admirado por todos e que guiaria os humanos na reconstrução do mundo, tal como já aconteceu anteriormente. Para isso acontecer, bilhões de pessoas teriam que morrer.
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Desmond prestes a tocar
no pedestal |
Desmond Miles não concordou com a ideia proposta, já que inocentes perderiam a vida no processo. Ele explicou que soltaria Juno e que alguém acharia uma forma de detê-la. Antes de tocar no pedestal, ele ordenou que seu pai e seus amigos corressem o mais rápido possível para fora do Grande Templo, senão morreriam com ele junto no processo. Ele toca no objeto, sofre uma grande descarga de energia e cai morto no chão. Os noticiários mostram que uma enorme aurora boreal cobriu o planeta Terra e que apenas algumas manchas solares a atingiram, sem grandes estragos. Juno cumpriu a sua parte do acordo de salvar o mundo. Ela caminhava para fora de sua prisão, livre e em carne e osso, e passou por Desmond. Ela olhou para o corpo do morto e disse que ele cumpriu bem o seu papel, e que agora era a hora dela cumprir o seu. Ezio, Connor, Desmond, todos foram manipulados pela deusa, que os guiou para um propósito verdadeiro, mas nem tanto. Quem será capaz de detê-la agora, a verdadeira e grande vilã de
Assassin's Creed?
Aparições de Juno
- Assassin's Creed: Brotherhood
- Assassin's Creed: Revelations
- Assassin's Creed III
Revisão: Leandro Fernandes