Faça um favor a si mesmo e aperte o play enquanto lê a entrevista.
[GameBlast] Boa noite! Primeiro, eu gostaria de agradecer mais uma vez pela paciência e boa vontade em responder a nossas perguntas.
[Lucas Godoy] Fica tranquilo, pra mim é um prazer e eu agradeço pelo espaço e oportunidade.
A primeira delas é, quais games você jogava na sua infância? Bom, meu primeiro contato, obviamente, foi com o Atari. Eu ficava horas jogando Enduro e achava o máximo. Mas o negócio ficou sério mesmo na época do SNES. Ali eu peguei gosto pela coisa.
Pois é, dá pra perceber que você é um gamer "das antigas". Quais os jogos que você mais jogava, nessa época? Com certeza. Eu não tive todos os videogames, mas os que tive fui realmente fundo nos jogos. Tive nessa ordem: Atari, NES, Mega Drive, SNES, PS, PS2 e X Box 360, que jogo até hoje. Na época do Atari era Enduro o dia inteiro! Na época do SNES, era Top Gear, Street Fighter e as versões da Konami de futebol.
Percebe-se que o seu gosto passa por jogos de multiplayer, competitivos. Esse é um dos fatores mais fortes na geração atual. O que você tem jogado, ultimamente?
Hoje em dia a minha vida gira ao redor de First Person Shooter (FPS). Tenho uma paixão enorme por todos os Call of Duty, especialmente a sequência Modern Warfare. Semanalmente, me junto com meu primo e fazemos um system link com 4 consoles e jogamos Left 4 Dead com 4 TVs em Co-Op. O jogo pode não ser o melhor em gráfico, mas é amigável demais e as campanhas são relativamente curtas.
Eu nunca joguei nada no computador, só Doom, há muito tempo. Mas, pra mim, a série Modern Warfare forma a melhor sequência de jogos da história! Eu acho demais!
[Lucas Godoy] Fica tranquilo, pra mim é um prazer e eu agradeço pelo espaço e oportunidade.
A primeira delas é, quais games você jogava na sua infância? Bom, meu primeiro contato, obviamente, foi com o Atari. Eu ficava horas jogando Enduro e achava o máximo. Mas o negócio ficou sério mesmo na época do SNES. Ali eu peguei gosto pela coisa.
Pois é, dá pra perceber que você é um gamer "das antigas". Quais os jogos que você mais jogava, nessa época? Com certeza. Eu não tive todos os videogames, mas os que tive fui realmente fundo nos jogos. Tive nessa ordem: Atari, NES, Mega Drive, SNES, PS, PS2 e X Box 360, que jogo até hoje. Na época do Atari era Enduro o dia inteiro! Na época do SNES, era Top Gear, Street Fighter e as versões da Konami de futebol.
Percebe-se que o seu gosto passa por jogos de multiplayer, competitivos. Esse é um dos fatores mais fortes na geração atual. O que você tem jogado, ultimamente?
Hoje em dia a minha vida gira ao redor de First Person Shooter (FPS). Tenho uma paixão enorme por todos os Call of Duty, especialmente a sequência Modern Warfare. Semanalmente, me junto com meu primo e fazemos um system link com 4 consoles e jogamos Left 4 Dead com 4 TVs em Co-Op. O jogo pode não ser o melhor em gráfico, mas é amigável demais e as campanhas são relativamente curtas.
Eu nunca joguei nada no computador, só Doom, há muito tempo. Mas, pra mim, a série Modern Warfare forma a melhor sequência de jogos da história! Eu acho demais!
Eu não sou muito fã de FPS, mas já passei algumas noites viradas em lan-houses, jogando Counter Strike. Mudando um pouco de assunto, saindo dos games e indo para a vida real, como e quando você decidiu ser músico, por profissão?
Eu escolhi de tanto ver meus tios tocando moda de viola nas confraternizações de final de ano. Achava legal e entrei na aula de violão. Mas fiquei muito triste e troquei de professor, pois eu queria aprender Nothing Else Matters do Metallica e ela não ensinava, pois não estava na pasta de cifras dela.
Até imagino como isso deve ser frustrante, aprender a tocar por músicas do seu professor. Essa é uma das grandes barreiras que o iniciante encontra ao aprender um instrumento, ser obrigado a tocar músicas que ele não gosta.
Pois é. Eu aprendi a tocar "Cada Macaco no Seu Galho", e mais umas duas do Lulu Santos, e já troquei de professor. Daí sim eu segui firme até os dias de hoje.
[Risos] Eu comecei pelos clássicos do Legião Urbana. E quando foi que a música passou de hobby a "ganha-pão" ?
Foi aproximadamente com uns 18 anos, quando vi que já estava ganhando um dinheirinho dando aula de guitarra pra rapaziada e decidi pegar firme no ramo.
Eu escolhi de tanto ver meus tios tocando moda de viola nas confraternizações de final de ano. Achava legal e entrei na aula de violão. Mas fiquei muito triste e troquei de professor, pois eu queria aprender Nothing Else Matters do Metallica e ela não ensinava, pois não estava na pasta de cifras dela.
Até imagino como isso deve ser frustrante, aprender a tocar por músicas do seu professor. Essa é uma das grandes barreiras que o iniciante encontra ao aprender um instrumento, ser obrigado a tocar músicas que ele não gosta.
Pois é. Eu aprendi a tocar "Cada Macaco no Seu Galho", e mais umas duas do Lulu Santos, e já troquei de professor. Daí sim eu segui firme até os dias de hoje.
Foi aproximadamente com uns 18 anos, quando vi que já estava ganhando um dinheirinho dando aula de guitarra pra rapaziada e decidi pegar firme no ramo.
Que bacana, a transição foi bem natural. Na biografia, presente em seu website, você comenta que chegou a cursar uma engenharia. Qual foi, e porque não levou o curso adiante?
Eu cheguei a cursar Engenharia Elétrica por 2 anos. Não levei pra frente pois tive que escolher entre continuar fazendo aulas de guitarra ou faculdade, por questões financeiras. A opção foi difícil, mas bem lógica.
Que coincidência, eu curso Engenharia Elétrica, o curso realmente demanda uma atenção e esforço absurdos. Falando novamente de música, quais foram as oportunidades que a carreira te trouxe ?
Bem, uma coisa que realmente foi um marco na minha carreira foi eu ter começado a trabalhar pra Line 6, principal empresa de processadores de guitarra da atualidade. Isso me abriu muitas portas, então pude usar parte do meu conhecimento técnico na música. Estou na empresa há quase 8 anos.
A Line 6 realmente é uma empresa fantástica, com uma grande experiência no mercado internacional. Você pode nos contar um pouco sobre o seu trabalho na empresa?
Eu sou Especialista de Produtos. Eu estudo os produtos, estudo os concorrentes, e realizo workshops, cursos e treinamentos comerciais pelo Brasil. Faço suporte aos consumidores, e por aí vai.
Eu cheguei a cursar Engenharia Elétrica por 2 anos. Não levei pra frente pois tive que escolher entre continuar fazendo aulas de guitarra ou faculdade, por questões financeiras. A opção foi difícil, mas bem lógica.
Que coincidência, eu curso Engenharia Elétrica, o curso realmente demanda uma atenção e esforço absurdos. Falando novamente de música, quais foram as oportunidades que a carreira te trouxe ?
Bem, uma coisa que realmente foi um marco na minha carreira foi eu ter começado a trabalhar pra Line 6, principal empresa de processadores de guitarra da atualidade. Isso me abriu muitas portas, então pude usar parte do meu conhecimento técnico na música. Estou na empresa há quase 8 anos.
A Line 6 realmente é uma empresa fantástica, com uma grande experiência no mercado internacional. Você pode nos contar um pouco sobre o seu trabalho na empresa?
Eu sou Especialista de Produtos. Eu estudo os produtos, estudo os concorrentes, e realizo workshops, cursos e treinamentos comerciais pelo Brasil. Faço suporte aos consumidores, e por aí vai.
Caramba, experiência fantástica! E agora, juntando os dois assuntos, quando você percebeu que poderia unir o seu trabalho como guitarrista com o gosto pelos games?
Tudo começou com um trauma meu na infância. Eu lembro que ia pra minha casa de praia com a família e tinha uma pastelaria que tinha uma máquina de Street Fighter II. Eu gastava todo o dinheiro que era pra sorvete e pastel em fichas. E quando meus pais achavam que eu estava jogando demais, eu ficava na praia olhando carros pra ganhar mais dinheiro pra jogar. A pior parte era que o filho do dono da pastelaria era um tremendo de um "filho da mãe". Sempre que eu estava chegando no Balrog ou Vega, ele colocava uma ficha e ganhava de mim e acabava com todo meu desempenho. Eu ficava muito frustrado! Hoje em dia, eu tenho uma máquina de Arcade na minha casa com 1100 jogos, dentre eles todas as versões do Street Fighter, inclusive aquelas malucas que os personagens flutuam na tela. De tanto jogar, comecei a reparar que todas as trilhas dos personagens eram geniais e que todas as pessoas da minha faixa etária se lembravam dos temas. Daí nasceu a ideia do tributo.
Passando para as questões mais técnicas, quais foram as dificuldades em adaptar as músicas e executar os arranjos?
A primeira dificuldade foi manter o andamento. Se você reparar, em todos os temas eu mantive o andamento original do jogo. Teria sido mais fácil adaptar, mas optei por deixar igual. A outra dificuldade foi fazer um arranjo de rock para músicas que representam diversos estilos. O tema do Blanka tem um clima totalmente diferente, por exemplo. Alguns eu pude usar sons mais pesados, como o tema do Sagat. Em outros, eu abusei de harmonizações, como o tema do Guile. Os temas são fáceis, mas criar as camadas de sons dos outros instrumentos realmente foi um processo trabalhoso.
Tudo começou com um trauma meu na infância. Eu lembro que ia pra minha casa de praia com a família e tinha uma pastelaria que tinha uma máquina de Street Fighter II. Eu gastava todo o dinheiro que era pra sorvete e pastel em fichas. E quando meus pais achavam que eu estava jogando demais, eu ficava na praia olhando carros pra ganhar mais dinheiro pra jogar. A pior parte era que o filho do dono da pastelaria era um tremendo de um "filho da mãe". Sempre que eu estava chegando no Balrog ou Vega, ele colocava uma ficha e ganhava de mim e acabava com todo meu desempenho. Eu ficava muito frustrado! Hoje em dia, eu tenho uma máquina de Arcade na minha casa com 1100 jogos, dentre eles todas as versões do Street Fighter, inclusive aquelas malucas que os personagens flutuam na tela. De tanto jogar, comecei a reparar que todas as trilhas dos personagens eram geniais e que todas as pessoas da minha faixa etária se lembravam dos temas. Daí nasceu a ideia do tributo.
Passando para as questões mais técnicas, quais foram as dificuldades em adaptar as músicas e executar os arranjos?
A primeira dificuldade foi manter o andamento. Se você reparar, em todos os temas eu mantive o andamento original do jogo. Teria sido mais fácil adaptar, mas optei por deixar igual. A outra dificuldade foi fazer um arranjo de rock para músicas que representam diversos estilos. O tema do Blanka tem um clima totalmente diferente, por exemplo. Alguns eu pude usar sons mais pesados, como o tema do Sagat. Em outros, eu abusei de harmonizações, como o tema do Guile. Os temas são fáceis, mas criar as camadas de sons dos outros instrumentos realmente foi um processo trabalhoso.
Eu já esperava uma resposta como essa. Eu gosto muito de músicas de videogames, e fiz um arranjo do tema do Guile e do tema do Ken, somente pelas suas versões. Acredito que a do estágio da Chun Li tenha dado um trabalho imenso. Qual foi a faixa que te deu mais trabalho?
Que legal! Fico feliz que tenha incentivado! As versões que fiz valorizam muito a guitarra e isso facilita o trabalho de quem tinha vontade de tocar as músicas e não conseguia sacar o que estava rolando. O tema da Chun Li é lindo, mas um pouco difícil, pois as digitações definitivamente não foram compostas para guitarra. É um dos meus temas favoritos, mas o posicionamento dos dedos da mão esquerda é meio chatinho.
O tema claramente não foi feito pra guitarra, é possível perceber um timbre característico de músicas orientais. Quais foram as guitarras usadas na gravação do álbum?
Usei apenas uma guitarra, minha Gibson Les Paul STD Root Beer, que para mim possui o melhor som de guitarra que já ouvi.
O tema claramente não foi feito pra guitarra, é possível perceber um timbre característico de músicas orientais. Quais foram as guitarras usadas na gravação do álbum?
Usei apenas uma guitarra, minha Gibson Les Paul STD Root Beer, que para mim possui o melhor som de guitarra que já ouvi.
Guitarra usada por Lucas na gravação do álbum |
Percebi que você é um pequeno entusiasta desse modelo. Eu, particularmente, gosto de Flying V, mas sem dúvida o modelo Les Paul é muito confortável.
Eu amo Les Paul e não possuo outros modelos porque as boas custam realmente caro aqui no Brasil. Eu me apaixonei por elas por causa do som. Tocar em Les Paul é um caminho sem volta.
Eu amo Les Paul e não possuo outros modelos porque as boas custam realmente caro aqui no Brasil. Eu me apaixonei por elas por causa do som. Tocar em Les Paul é um caminho sem volta.
Nos seus vídeos do youtube, você toca com uma guitarra customizada, com uma imagem do Blanka. Como você a obteve?
Ela foi feira por uma oficina de Luthieria de São Paulo chamada Loud. Eles são demais e me fizeram a guitarra dos sonhos! Tenho algumas customizações na parte elétrica também, mas sem dúvida a parte artística é o que chama atenção.
Ela foi feira por uma oficina de Luthieria de São Paulo chamada Loud. Eles são demais e me fizeram a guitarra dos sonhos! Tenho algumas customizações na parte elétrica também, mas sem dúvida a parte artística é o que chama atenção.
Você pretende levar o projeto um pouco mais adiante? Fazendo algum show em evento, ou elaborando um arquivo com as tablaturas das músicas?
Então, a ideia era começar com Street Fighter e talvez algo mais. Quem sabe... Aceito sugestões de outros jogos. Sobre eventos, eu tenho minha banda, que me acompanha. Fizemos um show na Expomusic 2012 e pretendemos viajar conforme pintar oportunidade. O show já está pronto para eventos de games e animes.
Bacana, espero poder vê-los aqui em Vitória. E quem são os outros músicos que te acompanharam na empreitada?
Marcus Dotta (bateria), Gabriel Godoy (baixo) e Tulio Leite (guitarra base). Marcus e Gabriel já tocam comigo na minha banda This Grace Found.
Marcus Dotta (bateria), Gabriel Godoy (baixo) e Tulio Leite (guitarra base). Marcus e Gabriel já tocam comigo na minha banda This Grace Found.
Pretende realizar algum outro projeto como esse? Os jogos da Capcom tem uma excelente trilha sonora, vide Megaman, que têm uma levada bem Heavy Metal.
Talvez. Pretendo dedicar 2013 inteiro para a divulgação desse projeto, e em 2014 gravar mais um álbum solo. Nesse meio tempo, vamos ver se penso em mais algo. Tudo vai depender de como vai ser a aceitação da banda nos shows e workshops.
Falando em aceitação, o público gamer foi bem receptivo?
Até o momento, sim. Preciso cair na estrada e fazer um show em uma feira de games pra sacar a reação imediata. Mas, pelos vídeos, já dá pra perceber que o pessoal gostou muito.
E agora, última pergunta. Você tem alguma história curiosa que gostaria de compartilhar com os leitores?
Bom, minha história curiosa? Seria sobre o dono da pastelaria mesmo. Ele entrava com a ficha contra mim no Street Fighter quando eu estava no final do jogo. Com isso, nunca consegui escrever LUC nos créditos. Eu estou treinando desde os 12 anos. Quem sabe ainda não o encontro pra uma retaliação?
Lucas, muito obrigado por ceder um pouco do seu tempo. Foi uma bate-papo muito agradável. Deixe uma mensagem para os leitores.
Pessoal, obrigado aos que curtiram o tributo! Foi uma singela homenagem ao jogo que marcou nossa infância. Somos todos apaixonados por games e por música! Espero ter contribuído para uma boa recordação dos Shoryukens de cada um!
Talvez. Pretendo dedicar 2013 inteiro para a divulgação desse projeto, e em 2014 gravar mais um álbum solo. Nesse meio tempo, vamos ver se penso em mais algo. Tudo vai depender de como vai ser a aceitação da banda nos shows e workshops.
Falando em aceitação, o público gamer foi bem receptivo?
Até o momento, sim. Preciso cair na estrada e fazer um show em uma feira de games pra sacar a reação imediata. Mas, pelos vídeos, já dá pra perceber que o pessoal gostou muito.
E agora, última pergunta. Você tem alguma história curiosa que gostaria de compartilhar com os leitores?
Bom, minha história curiosa? Seria sobre o dono da pastelaria mesmo. Ele entrava com a ficha contra mim no Street Fighter quando eu estava no final do jogo. Com isso, nunca consegui escrever LUC nos créditos. Eu estou treinando desde os 12 anos. Quem sabe ainda não o encontro pra uma retaliação?
Lucas, muito obrigado por ceder um pouco do seu tempo. Foi uma bate-papo muito agradável. Deixe uma mensagem para os leitores.
Pessoal, obrigado aos que curtiram o tributo! Foi uma singela homenagem ao jogo que marcou nossa infância. Somos todos apaixonados por games e por música! Espero ter contribuído para uma boa recordação dos Shoryukens de cada um!
Revisão: Vitor Tibério