Análise: Jetpack Joyride (iOS/Android)

em 09/12/2012

A desenvolvedora Halfbrick Studios, mesma de Fruit Ninja , provou que sabe como os jogos para smartphones e tablets devem ser feitos. Em... (por Alberto Canen em 09/12/2012, via GameBlast)

A desenvolvedora Halfbrick Studios, mesma de Fruit Ninja, provou que sabe como os jogos para smartphones e tablets devem ser feitos. Em Jetpack Joyride, o jogador controlará Barry Steakfries - o mesmo personagem de Age of Zombies -, em uma nova aventura. Dessa vez, Barry rouba um aparelho ultrassecreto que está sendo construído por um bando de cientistas (que usam traje protetor e tudo): um jetpack especial que por algum motivo atira balas para baixo. O objetivo do personagem é fugir da estressante rotina do dia-a-dia para se tornar um herói, salvando gatinhos e derrotando bandidos (quem não pensaria o mesmo?). Mas vai acabar mesmo é tendo que fugir, afinal, o ladrão até agora é ele.

A história realmente não é o ponto forte do game e funciona apenas para dar um rumo ao jogador, de forma que ele não fique correndo sem entender coisa alguma. Isso se ele tiver visto o trailer, pois o jogo já começa com Barry arrebentando a parede e fugindo com o aparelho nas costas. Como o objetivo desse tipo de jogo é oferecer uma jogatina rápida, para aqueles curtos momentos que precisamos de uma distração, não haveria motivo para criar um enredo mais elaborado.


Jogatina na ponta dos dedos

A mecânica do jogo não poderia ser mais simples, como realmente deve ser nos dispositivos com tela sensível ao toque. Bem melhor do que buscar passar a mesma experiência de um console portátil, que possui botões físicos, o que as desenvolvedoras devem fazer é criar uma fórmula que se encaixe com o aparelho que tem a sua disposição. É exatamente isso que o pessoal da Halfbrick sabe fazer muito bem. Já mostraram competência em Fruit Ninja, onde só era necessário passar o dedo na tela para cortar as frutas, e fizeram um serviço ainda melhor em Jetpack Joyride. Para controlar o personagem, basta apertar e segurar em qualquer parte da tela. Com pouco tempo já é possível dominar a altura do voo com tranquilidade, enquanto Steakfries movimenta-se lateralmente de forma automática.

Toda vez que tocamos a tela, o jetpack dá um impulso, mas também solta rajadas de bala para baixo, onde os cientistas estão perambulando. Claro que eles são um alvo fácil e acabam sendo mortos como se fossem formigas na mira de uma criança levada. Para quem estava querendo ser um herói e salvar gatinhos, rapidamente teve a moral alterada, mas como dito anteriormente, o jogo não se preocupa com o enredo, e sim com a jogatina em si.

Para quem queria salvar gatinhos, atirar em cientistas não parece muito heróico
Barry deve desviar dos obstáculos que aparecem pelo caminho: correntes de energia elétrica (estáticas ou dinâmicas), raios laser que diminuem a área de voo e mísseis teleguiados. Eles não apresentam muita dificuldade isoladamente, mas quando aparecem conjuntamente conseguem exigir bastante atenção do jogador. Como não existe final e o objetivo principal do jogo é alcançar a maior distância possível, o melhor é procurar dominar bem a força dos propulsores do jetpack e o padrão utilizado pelos desafios. Esse tipo de jogatina não é novidade, mas não é difícil que ela se torne enjoativa, o que não acontece em Jetpack Joyride. Quando você menos percebe, já está querendo bater o seu recorde e o dos seus amigos.

Mísseis e correntes elétricas: alguns dos obstáculos encontrados no jogo
Além de ir o mais longe possível, o jogo traz missões para serem realizadas durante a jogatina. São bastante variadas e sempre diferentes, garantindo que o jogador sempre tenha algo diferente para fazer, o que aumenta a longevidade do título. Podem ser missões comuns, como alcançar determinada distância, coletar um certo número de veículos, mas também podem ser diferentes, como dar um high five em um certo número de cientistas.

Para variar um pouco a forma de jogar, Barry pode dirigir veículos. Basta pegar uma caixa colorida que ocasionalmente aparece pelo caminho para que algum tipo de transporte apareça automaticamente. Pode ser uma moto estilo Harley Davidson, com direito à espingarda que Barry usava em Ages of Zombies, lembrando a cena da moto do filme "O Exterminador do Futuro 2"; mas também pode ser algo mais inusitado, como um dragão robô alado (bastava ter dito isso para o jogo valer a pena, certo?). Além de alterar a mecânica do jogo, os veículos ainda servem como uma proteção extra, pois ao ser acertado, apenas perde-se o transporte, mas a jogatina continua normalmente.

Voando em um dragão robô? Pegue todo o meu dinheiro!!

As bolinhas de gude de ouro

Tudo bem, não tem bolinha de gude alguma, mas dizer que o personagem deve coletar as famigeradas moedas de ouro já ficou sem graça. E nunca há um bom motivo para essas moedas aparecerem pelo caminho. Mas como fazer sentido não faz diferença, o que importa é que podemos usar essa grana para fazer compras diversas (o que também não faz sentido, mas se temos moedas, vamos gastá-las! ) que colaboram e muito para aumentar a longevidade do jogo, uma vez que as melhorias são muitas e os valores são caros. É possível comprar novos jetpacks, roupas diferentes para Barry e até melhorias para os veículos.

Moedas de ouro: "sempre" as encontramos em laboratórios secretos
Vale lembrar que é possível comprar moedas com dinheiro real. Isso é um grande atalho no jogo. Mas sem querer tirar o ganha-pão do pessoal da Halfbrick, conseguir as suas moedas com o seu próprio esforço dentro do jogo vale muito mais do que simplesmente buscar um caminho fácil. Além do mais, perde-se muito da diversão da jornada e, convenhamos, é uma espécie de trapaça.
O maior mérito da Halfbrick Studios é o de criar jogos sob medida para a plataforma que ela tem à sua disposição, ao invés de tentar criar um jogo para consoles portáteis (ou até de mesa) e tentar adaptar aos smartphones e tablets. Jetpack Joyride é muito divertido e caprichado. Não apenas a forma de jogar e desafios são atraentes, como o visual e o som contribuem para criar um ambiente animado. As músicas, apesar de combinarem com o jogo, são um pouco repetitivas e dependendo do quanto você jogue podem acabar irritando. Os gráficos 2D lembram os tempos dos 16-bits, e a expressão de susto dos cientistas são ótimas - não deixe de dar alguns voos razantes para deixá-los em pânico.

Requisitos

  • Compatível com iPhone, iPod Touch, iPad e aparelhos com Android.
  • Requer o iOS 4.3 ou posterior e Android 2.2 ou superior.

Prós

  • Jogabilidade simples: apenas um toque é necessário para comandar o personagem;
  • Visual animado e bem feito;
  • Veículos bem diferentes que variam a forma de jogar;
  • Missões aleatórias diversas;
  • Diversos upgrades podem ser comprados com moedas de ouro.

Contras

  • O enredo, apesar de não ser o principal, é muito fraco e contraditório;
  • Música um pouco repetitiva pode enjoar com o tempo.
Jetpack Joyride - iOS/Android - Nota Final: 8.5
Visual: 8.0 | Som: 7.5 | Jogabilidade: 9.0 | Diversão: 9.0

Revisão: José Carlos Alves

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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