Os jogos preferidos de 2016 — Farley Santos

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 19/12/2016
Em um primeiro momento, pensei que joguei muita coisa em 2016, afinal não faltaram lançamentos. Mas depois que parei para observar e montar uma lista, e, na verdade, experimentei poucos jogos. Percebi que essa sensação veio do fato de eu ter jogado títulos diferentes e repletos de ótimas experiências.




Como é do meu estilo, a maioria das minhas escolhas foi de títulos indies, com alguns poucos jogos japoneses — não joguei a maioria dos grandes lançamentos AAA por pura falta de interesse. O mais curioso é que desta vez não escolhi nenhum jogo exclusivo de consoles Nintendo, pois acabei não conferindo direito alguns lançamentos que me interessavam (como Tokyo Mirage Sessions #FE no Wii U) — dei preferência por jogar coisas de anos anteriores, como The Legend of Zelda: Tri Force Heroes (3DS) e Persona Q: Shadow of the Labyrinth (3DS).

Eis as minhas experiências preferidas de 2016, sem ordem distinta:

Darkest Dungeon (PC/PS4/PS Vita)

Jogo Darkest Dungeon desde que ele foi lançado no programa Acesso Antecipado no Steam e sempre gostei de me aventurar por seus calabouços tensos. Esse misto de dungeon crawler, roguelike e RPG me conquistou por vários motivos: a direção de arte impecável, as mecânicas de jogo únicas e bem pensadas, a atmosfera inspirada em Lovecraft e a dificuldade intensa. Confesso que passei muita raiva no jogo, principalmente nos momentos em que personagens importantes morriam, contudo não consigo parar de tentar terminá-lo.


Enter the Gungeon (PC/PS4)

Sou fã de roguelikes, sendo assim, naturalmente, gostei muitíssimo de Enter the Gungeon. O jogo, que tem uma temática bem maluca, tem vários heróis explorando uma grande ruína chamada Balabirinto em busca de uma arma capaz de matar o passado. O objetivo é basicamente atirar em tudo o que aparece (normalmente umas balas gigantes que atiram balas), com algumas pegadas de bullet hell. Os estágios são gerados proceduralmente e cada partida é bem única.


É difícil não gostar das inúmeras referências divertidas e das armas malucas, como uma caixa de correio que atira cartas e uma varinha mágica em forma de rifle que transforma inimigos em galinhas. Ah, gosto especialmente da dificuldade acentuada (mas nunca injusta) que exige muito treino e reflexos rápidos. No começo morri bastante, contudo agora já tenho habilidade suficiente para ao menos alcançar o último estágio na maior parte das vezes — tenho mais de 45h de jogo e só consegui terminar a aventura de fato quatro vezes.

Hyper Light Drifter (PC/PS4/XBO)

Hyper Light Drifter me conquistou já lá nos trailers com sua direção de arte: o mundo do jogo apresenta visual pixel art elaborado e belo, sendo fácil perceber o cuidado dos desenvolvedores ao construir tudo. O título apresenta uma aventura de exploração bem interessante que incentiva vasculhar todos os cantos — algo necessário, pois assim como o protagonista, somos jogados nesse universo sem maiores explicações. Somado ao desbravamento do mundo, temos um ótimo sistema de combate, que é uma das minhas características preferidas do jogo por ser intenso, estiloso e bem difícil. Mesmo com a dificuldade alta, é muito recompensador sair vitorioso dos embates. É um jogo cuja ambientação misteriosa me prendeu até o fim.

Momodora: Reverie Under the Moonlight (PC)

Raramente termino um jogo mais de uma vez, contudo finalizei Momodora: Reverie Under the Moonlight umas três vezes. O jogo me cativou com sua aventura metroidvania sem exageros, suas mecânicas simples e precisas, e seu mundo sombrio. Além disso, gostei demais da protagonista Kaho e seus movimentos graciosos e estilosos. O mais incrível é que a série Momodora é obra do brasileiro rdein, o que reforça o fortalecimento do cenário de jogos produzidos no nosso país.

Grand Kingdom (PS4/PS Vita)

RPGs estratégicos são marcas consagradas das desenvolvedoras japonesas e Grand Kingdom é um ótimo representante desse gênero. O JRPG mistura vários conceitos de ótima maneira, principalmente em seu sistema de combate que apresenta simultaneamente ação em tempo real, posicionamento de personagens e turnos. Somado a isso, a quantidade de conteúdo é extensa e o jogo conta com um ótimo modo online: uma guerra entre várias nações fictícias, sendo que os próprios jogadores participam dos combates. Gostei muito de montar grupos diferentes (17 classes estão disponíveis) a fim de tentar superar os desafios do jogo.

Odin Sphere: Leifthrasir (PS4/ PS Vita)

Os jogos da Vanillaware sempre me fascinaram, principalmente por conta do esmero com o visual. Odin Sphere: Leifthrasir, uma reimaginação do título de PS2, é mais um representante da filosofia da desenvolvedora. Gostei muito das novas mecânicas, que deixaram o jogo bem mais ágil e divertido — principalmente o fato de que cada personagem recebeu movimentos bem distintos, tornando-os bem únicos. E, naturalmente, é uma aventura visualmente incrível.


Wand Wars (PC/PS4/XBO)

Descobri esse jogo por acaso ao procurar títulos para multiplayer local e rapidamente ele se tornou um dos meus “jogos de galera” favoritos. Em Wand Wars controlamos bruxos voando em vassouras e o objetivo é derrotar os oponentes rebatendo uma bola de energia mágica. O legal é que a esfera vai ficando maior e mais rápida conforme é atingida, ou seja, bastam poucos minutos para ela estar ricocheteando loucamente pela tela. Os comandos e regras simples, somados aos feitiços mágicos e armadilhas nos estágios, têm como resultado um multiplayer caótico e muito divertido.

Severed (Multi)

Severed me prendeu principalmente por conta de suas mecânicas de combate: a guerreira Sasha ataca com uma espada, que é controlada por riscos na tela de toque. Esses comandos são bem simples, contudo a desenvolvedora conseguiu trazer muita profundidade com algumas características como a possibilidade de aparar ataques e técnicas especiais. Achei legal também como cada confronto é uma espécie de pequeno puzzle por conta das maneiras diferentes de derrotar os inimigos. Ah, também fiquei perplexo com a trama e ambientação: uma história tensa sobre como lidar com a perda em um mundo bizarro.


Owlboy (PC)

Depois de quase dez anos em desenvolvimento, Owlboy finalmente foi lançado e correspondeu à espera. Este título indie é uma aventura 2D bem agradável e cativante, gostei demais de explorar os céus de seu belo mundo em busca de segredos. O mais legal é que ele não é muito bem um metroidvania, mas sim um monte de pequenas fases e calabouços levemente interconectados — isso faz com que cada área seja distinta e contida. Além disso, Owlboy apresenta visual belíssimo e ótima trilha sonora, o que faz com que a experiência seja ótima.


Final Fantasy XV (PS4/XBO)

Nunca joguei direito nenhum Final Fantasy da série principal, contudo isso já mudou com Final Fantasy XV. Apreciei muito essa ambientação “road trip com amigos”, e a mecânica de mundo aberto me faz querer explorar todas as áreas. O combate, em um primeiro momento, parece simples, contudo vai ficando interessante conforme se avança na aventura. Tudo fica ainda mais agradável com a presença das composições incríveis de Yoko Shimomura. FF XV está longe de ser perfeito, entretanto é uma experiência ótima.


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Menções honrosas

Boxboxboy! (3DS), Overcooked (Multi), GoNNER (PC), Exist Archive: The Other Side of the Sky (PS4/PS Vita), Pan-Pan (PC), ABZÛ (Multi), I am Setsuna (PC/PS4), The Flame in the Flood (PC/XBO), Kingdom: New Lands (PC), SteamWorld Heist (Multi) e Hatsune Miku: Project Diva X (PS4/PS Vita).
E vocês, o que jogaram em 2016? O que me recomendam?
Revisão: Arthur Maia


é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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