Essa duplinha ai arruma altas confusões |
Enfim, antes disso, voltando para março, os Desafios foram um complemento interessante. Diferente do modo equivalente em SF IV, aqui são apenas 10 passos e todos trazem sequências de golpes que vão aumentando em dificuldade. É um bom método de aprendizado para quem não é tão habilidoso. Não me lembro de ter pego nenhuma sequência trivial, todas demandavam atenção para serem realizadas.
Claro, não posso deixar de falar do tão aclamado Modo História, prometido para junho e lançado em julho. A ideia aqui, creio eu, era fazer algo grandioso, que seguisse a linha do que foi feito nos jogos mais recentes da série Mortal Kombat. Mas, ao meu ver, acabou sendo algo “mais ou menos”, principalmente na sua execução.
No plot, mais uma vez, Bison armou um plano para dominar o mundo e blá, blá, blá. Mas esse nem o ponto negativo, mas sim como a trama é contada. Você não escolhe o personagem, apenas vai jogando as lutas conforme a progressão na história. Nessa progressão, existem dois pontos problemáticos que se interligam: temos muita narrativa para poucas lutas e as lutas são fáceis demais. É como se elas estivessem lá só para você se lembrar que é um jogo de luta. Além disso, a direção de algumas cenas é bem questionável: frequentemente a cena é focada em um personagem A, mas no momento do combate o jogador controla o personagem B, que chegou instantes antes, não fazendo muito sentido.
A trama até tem seus bons momentos, mas não entendo como a Capcom não conseguiu realizar um serviço melhor, ou ao menos igual, do que nos é apresentado em séries como Mortal Kombat e Guilty Gear, que fazem um trabalho muito melhor em contar suas narrativas em seus jogos mais recentes.
Mas nenhum outro jogo tem um homem de família |
Já o Zenny, depois de ser adiado várias vezes, foi abandonado. A justificativa da Capcom foi a de que eles não conseguiram fazer com o que o sistema funcionasse de forma segura. Dessa forma, transações com dinheiro real usam os sistemas da Steam e da PSN, cobrando já direto o valor. Apesar dos pesares, no final, acho que tudo acabou bem. Essa forma de monetização eliminou o problema das versões Super, Hyper, Ultra, Arcade Edition, etc. e dá a possibilidade de conseguir conteúdos sem gastos extras.
Outra novidade prometida no lançamento e só disponibilizada em setembro foram as missões diárias. Elas variam entre “assista um replay” até “realize dez counters em partidas online”. Embora tenha demorado bastante para aparecerem, são um ótimo recurso para ajudar a ganhar mais Fight Money, além de manter as pessoas jogando por mais tempo.
Urien, último personagem adicionado ao elenco de Street Fighter V |
Por fim, vale falar do cenário competitivo de Street Fighter V que, inegavelmente, cresceu muito. Os torneios tem ainda mais destaque e o Capcom Pro Tour, principal liga competitiva, aumentou consideravelmente em quantidade de jogadores e qualidade de disputas. Mesmo aqui no Brasil, tivemos mais eventos que contaram pontos classificatórios, além de sediarmos as finais da seletiva latino-americana.
Street Fighter V de fato mudou muito em relação ao que foi na época do seu lançamento, mas ainda não é bastante. Seu foco se mantém nas partidas online e a falta de um modo arcade ou algo equivalente ainda é sentida, bem como outros recursos que sejam mais atrativos aos jogadores casuais. O modo história é uma boa inovação na franquia, mas faltou um polimento melhor para deixá-lo mais atrativo tanto pelo ponto de vista de narrativa como de “modo de jogo de luta”. Não posso dizer que não houve uma melhora comparado ao produto inicial, valendo muito mais a pena do que aquele SF V de fevereiro. Mas o caminho do guerreiro ainda está longe de seu final.
Revisão: Arthur Maia