Prévia: Call of Duty: Infinite Warfare (Multi), guerra avançada ou guerra nas estrelas?

Jogo faz jus ao termo guerra infinita e leva o jogador para o infinito e além.

em 18/10/2016

A franquia de jogos de tiro em primeira pessoa Call of Duty chega todos os anos no cenário dos games fazendo barulho. Anualmente, títulos produzidos pela Infinity Ward, Treyarch ou Sledgehammer tomam lugar na lista dos mais vendidos, contudo, isto não quer dizer excelência na hora da experiência de gameplay.


Este ano, a responsabilidade fica por conta de Call of Duty: Infinite Warfare (Multi) da Infinity Ward, novo título da franquia que inicia mais um arco de história na cronologia de Call of Duty. Desta vez, o conceito de guerra avançada se extrapola e leva o jogador a tiroteios no meio de uma guerra espacial.

Faltou apenas o sabre de luz

Call of Duty: Infinite Warfare se passa num futuro distante, onde a colonização espacial se tornou a nova forma de sobreviver, uma vez que os recursos naturais da Terra estão cada vez mais escassos. Assim sendo, as nações do mundo formaram a Aliança Espacial das Nações Unidas (UNSA) para governar as viagens espaciais, o comércio e a indústria. Porém, um grupo de insurgentes se separou da UNSA, o Settlement Defense Front (Front ou SDF), uma força fascista formada por radicais militantes, fortalecidos por ambientes e condições extremos fora da Terra.

Em meio a este contexto, você joga com o tenente Nick Reyes, que após um ataque surpresa ao quartel-general da UNSA, precisa assumir o comando da Retribution, uma das últimas naves de guerra da Terra e chefiar o restante das forças de coalizão contra o implacável Settlement Defense Front e seu líder, Salen Koch.


Sim, parece sinopse de uma nova sequência de Star Wars ou Star Trek, mas é Call of Duty: Infinite Warfare. Com uma temática dessas é difícil imaginar algo muito realístico, então, as novas armas do título misturam armas balísticas clássicas e novas armas à base de energia, cujas múltiplas funcionalidades permitirão que você as transforme no meio da batalha.

Seu uniforme será praticante uma roupa de astronauta mesclada às mecânicas robóticas, falando em robôs, você terá a companhia de Ethan, sigla para Espécime Tático Humanoide Avançado, ou seja, um soldado robô humanoide que o ajudará em diversas missões em que você poderá pilotar naves e jatos espaciais.

Perda de identidade e o medo de mudar

Há anos que a franquia Call of Duty não é mais a mesma. Tentando seguir a tendência do mercado cinematográfico, televisivo e literário atual — repletos de ficção científica e distopias —, a série de jogos de guerra perdeu-se no meio do caminho. Em 2015, Call of Duty: Black Ops III (Multi) da Treyarch destruiu a trilogia Black Ops inserindo elementos de ficção científica e mundos paralelos numa narrativa que começou na Guerra Fria durante os anos de 1960! Lógica, cadê você?

Isso explica muito da história de Call of Duty: Infinite Warfare. A série de jogos de ação vem tentando mudar seu foco, todavia, fazer isto dentro de um título já consagrado e de identidade formada entre os gamers apenas destrói o legado deixados pelos jogos antecessores. A escolha por rumos tão diferentes revela o olhar dos criadores de Call of Duty. O trio de desenvolvedores querem trazer elementos de uma guerra futurística a uma franquia que se consagrou com histórias que vão da Segunda Guerra Mundial a, no máximo, guerra avançada.


Essa tendência apenas mostra como as produtoras, ao invés de criar uma nova série de jogos com base na premissa espacial, preferem reciclar Call of Duty por medo de tentar algo novo. Afinal, convenhamos, Call of Duty é uma franquia que arrecada milhões anualmente e a criação de um novo game não teria o mesmo impacto financeiro causado pelo nome respeitado de Call of Duty, não é?

Você não sabe nada, Jon Snow

Call of Duty: Infinite Warfare realmente não sabe o que fazer. Pouco a oferecer no quesito jogabilidade e gráficos, o jogo mostra ser mais um reciclado dos anteriores onde o modo de jogo e opções de ação são os mesmos, aliados a gráficos que pouco evoluem de ano a ano. Entretanto, vale menção a qualidade gráfica atribuída a captura de movimentos, desenvolvida em Call of Duty: Advanced Warfare da Sledgehammer e que se repete aqui, mas sem novidades no resultado.

A "única esperança", como diria a princesa Leia, é a trama da história ser envolvente e repleta de reviravoltas. Contando com um elenco encabeçado pelo ator inglês, Kit Harington, de Game of Thrones, Call of Duty: Infinite Warfare ainda pode tentar se salvar do fracasso com uma narrativa inteligente e intrigante protagonizada pelo vilão Salen Koch.

Apesar de todos os seus defeitos, Call of Duty é um título muito forte no multiplayer e, outra vez, o modo de jogo online pode salvar Call of Duty: Infinite Warfare de ficar empoeirado na biblioteca de jogos dos gamers. Com sistemas de combate Warfighter, Merc, FTL, Stryker, Phantom e Synaptic, o jogo promete prender a atenção daqueles que focam na jogatina online.


A novidade é o velho

Sem dúvida o ponto mais importante de Call of Duty: Infinite Warfare não é ele próprio, mas Call of Duty 4: Modern Warfare - Remastered. Presente apenas na versão Legacy Edition, o primeiro jogo da trilogia Modern Warfare, com o lendário capitão Price, será a razão dos fãs dos velhos tempos da franquia adquirirem o novo título da Infinity Ward.

Trazendo Price e Soap novamente à ativa com lindos gráficos em alta definição da geração atual de consoles, Call of Duty 4: Modern Warfare - Remastered será a melhor opção de jogo no pacote Legacy Edition de Call of Duty: Infinite Warfare.

Call of Duty: Infinite Warfare — PC, PS4, XBO
Desenvolvedor: Infinity Ward
Gênero: FPS / Guerra Espacial
Lançamento: 04 de novembro de 2016
Expectativa: 1/5

Revisão: Ana Krishna Peixoto

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