Há 30 anos, televisores do mundo inteiro brilharam com o primeiro Kamehameha disparado pelo pequeno Goku. A estreia do clássico anime Dragon Ball completa três décadas em 2016 e parece que alguém reuniu as Esferas do Dragão para pedir à Shenlong que fossem épicas as comemorações da data tão especial. Além da nova série Dragon Ball Super, que passou a ser transmitida em julho de 2015 e é uma continuação direta de DBZ, os fãs da obra de Akira Toriyama ganharão mais um presente: Xenoverse 2 está chegando para PlayStation 4, Xbox One e PC no próximo dia 28 de outubro.
O título vem para dar sequência a história dos Patrulheiros do Tempo, guerreiros que lutam juntos dos Kaioshins para garantir que não aconteçam distorções nas linhas cronológicas de todo o universo. Nós do GameBlast experimentamos o beta do game e ficamos animados com o que vimos nas cerca de três horas de jogatina. O material apresentado mostra que Xenoverse 2 mantém a essência de seu antecessor, mas acrescenta novos elementos que têm tudo para melhorar a experiência.
Shenlong, atenda meu desejo! |
Sem repetições
Existem mais de 50 jogos inspirados em Dragon Ball lançados para as mais diversas plataformas. Na grande maioria, todos seguem o mesmo roteiro: a primeira luta é contra Raditz, depois enfrente os Saibaimans e meça forças com Nappa e Vegeta. Na sequência, acontece a viagem para Namekusei antes de surgirem as ameaças dos androides e de Majin Boo. Personagens das OVA’s e alguns fragmentos da saga GT podem aparecer como conteúdo extra.O primeiro Xenoverse veio para quebrar essa fórmula engessada, apresentando um enredo totalmente novo que foi supervisionado pelo próprio Akira Toriyama. Na trama, a dupla de vilões Towa e Mira está causando alterações nas linhas do tempo e cabe ao jogador criar seu próprio guerreiro e lutar ao lado de Goku e seus amigos, consertando a bagunça cronológica. Ao conseguir eliminar as ameaças e restaurar a paz, nosso personagem acaba se transformando em uma lenda na Patrulha do Tempo e é nesse ponto que Xenoverse 2 começa.
Logo no início, somos convidados a criar um novo lutador, que pode ser terráqueo, saiyajin, namekuseijin, majin ou raça freeza. O processo de personalização é bastante semelhante ao do game anterior, sendo que a única diferença é a presença de novas opções de customização. O jogo permite que sejam importados os dados salvos do primeiro Xenoverse, como alguns itens e roupas. Já o guerreiro que foi utilizado na aventura passada não poderá ser reaproveitado, pois agora ele é um dos lideres da Patrulha do Tempo e aparecerá como ajudante de Trunks nas missões mais complicadas.
Processo de personalização é bastante semelhante ao do game anterior |
Com meu personagem criado, fui começar o jogo e descobri que o combatente recém-personalizado é um recruta que foi convocado pela Kaioshin do Tempo para uma tarefa especial. Me deu frio na espinha quando descobri que o tal trabalho era resolver uma alteração temporal que estava acontecendo na luta contra Raditz. Pensei comigo mesmo: “Não acredito que vai começar por aí mais uma vez”. Porém, com o irmão de Goku derrotado, começaram as surpresas. Towa e Mira estão de volta, mas, desta vez, trouxeram junto Turles e Slug, inimigos que aparecem nos OVA’s “A Árvore do Poder” e “Goku, o Super Saiyajin” respectivamente. O grupo de antagonistas conta ainda com um misterioso ser mascarado.
Em Xenoverse 2, as mudanças cronológicas prometem ser muito mais intensas. Por exemplo, Goku é atacado por Turles e não consegue chegar a tempo na batalha contra Nappa e Vegeta. Já em Namekusei é Slug que aparece para dificultar a busca pelas Esferas do Dragão. No beta, somente um pedaço das sagas saiyajin e Freeza estavam liberados, mas ficou bem claro que a Patrulha do Tempo deverá ter muito mais trabalho desta vez.
Personagem que usamos no primeiro Xenoverse virou uma lenda e tem até estátua dele no centro da cidade |
Sai Toki Toki e entra Conton City
O hub que conecta toda as opções de jogo de Xenoverse 2 continuará sendo um centro urbano, porém diversas melhorias e ampliações aconteceram. Logo no começo, a Kaioshin do Tempo nos explica que estamos na antiga Toki Toki City, que passou por mudanças e agora se chama Conton City. Isso explica o motivo de alguns cenários da cidade serem idênticos ao do game anterior. O mapa está sete vezes maior e alguns problemas foram resolvidos, como a movimentação travada. Uma das reclamações do primeiro Xenoverse era que em Toki Toki City a locomoção do personagem só podia ser feita caminhando, o que deixava qualquer deslocamento demorado e monótono.Essa situação está completamente diferente agora. De cara, já ganhamos um veículo que acelera bastante a locomoção. Além disso, existem pequenos robôs que podem nos teletransportar para outras partes do mapa e, conforme a evolução de nosso personagem, receberemos uma licença de voo que tornará toda movimentação ainda mais dinâmica. Outra melhoria é que o mapa não está mais dividido por portais, agora todo o hub é uma área única.
Com carrinho tudo fica mais fácil |
Quando chegamos pela primeira vez em Conton City, a Kaioshin do Tempo nos pede para procurarmos o Dai Kaioshin, que aparentemente ocupará o papel que foi de Trunks no primeiro Xenoverse, nos passando as missões que fazem parte da história. A busca pela divindade acaba funcionando como um tour pela cidade e ficamos sabendo onde está localizada cada opção de jogo. Os modos que aparecem no título anterior estão de volta, como as missões paralelas, partidas online e treinamento com mestres.
Já entre as novidades, estão a Academia do Patrulheiro, que deve ser frequentada para desenvolvimento de novas técnicas, e alguns cenários especiais que são visitados dependendo da raça de nosso personagem. Por exemplo, se escolhermos um saiyajin, teremos que ir até a Corporação Cápsula para treinar com Vegeta, porém se formos um namekuseijin o destino será a casa do Grande Patriarca. Nesses ambientes, as tarefas renderão itens importantes e também podem aparecer fendas temporais que precisarão ser resolvidas.
Mapa de Conton City |
Tanto as missões paralelas quanto os modos online, Academia do Patrulheiro e cenários especiais funcionarão como as famosas side quests, que prometem aumentar o fator replay e as horas de jogo de Xenoverse 2. Outra novidade positiva é o crescimento da lista de personagens, o beta já mostrou que teremos a presença de Zarbon e Dodoria, capangas de Freeza. Quem também deve dar as caras é o maligno Goku Black, antagonista da atual saga de Dragon Ball Super.
Zarbon estará em Xenoverse 2 |
Poucas melhorias na jogabilidade
As mecânicas de luta estão extremamente semelhantes ao primeiro Xenoverse, apresentando apenas algumas poucas melhorias. A alteração mais sentida por mim e que achei bastante positiva foi que quando erramos um combo, nosso personagem não fica dando golpes no ar como se estivesse brigando contra o vento. Podemos alterar ou interromper uma sequência realizada de maneira equivocada. As batalhas também estão mais rápidas e dinâmicas, o que deixa o jogo com uma aparência mais próxima do que vemos nos animes.A execução das técnicas especiais e uso de itens não foi alterada, já os disparos de bolas de ki sofreu uma pequena melhoria. Ao segurar o botão que solta esse poder, o personagem concentra energia e atira uma rajada, golpe muito útil para enfrentar os gigantescos Oozarus, ainda mais agora que a interferência na linha do tempo fez com que Vegeta e Nappa passassem pela transformação. Já a barra de vigor não é mais usada somente para esquivas rápidas, o contador também se reduz quando voamos em alta velocidade para atacar algum inimigo ou se esquivar deles.
O sistema de subida de nível continua o mesmo. Depois de cada luta, ganhamos experiência que vai sendo somada e melhora as habilidades do personagem. Também recebemos pontos que podem ser distribuídos conforme nosso gosto, possibilitando aumentar a barra de vida ou a de ki, por exemplo, A pegada RPG do game não termina por aí, pois é necessário comprar ou encontrar roupas e equipamentos para incrementar o poder do nosso guerreiro. Os rastreadores também não passaram por mudanças e durante os duelos ainda podemos usá-los para verificar o poder de luta dos inimigos ou procurar itens escondidos.
Bolas de ki são as melhores armas contra os Oozarus |
Ainda não atingiu a forma perfeita
Mesmo com todas as melhorias em relação ao primeiro Xenoverse, o beta da continuação mostrou alguns problemas. O que mais me incomodou foram as telas de loading que estavam bastante demoradas. Também me chamou atenção os campos de batalha, que estão 100% iguais aos do título anterior, porém isso não é um fator negativo, afinal as linhas do tempo e histórias são as mesmas. Entretanto, não gostei que as lutas, por mais violentas que sejam, não causam alteração nenhuma nos cenários. No máximo, aparece um buraco no chão, mas que acaba desaparecendo em alguns minutos.Para deixar o título acessível aos mais jovens, a censura também marca presença. No duelo contra Raditz, após Piccolo acertar seu Makankosappo em Goku e no inimigo, ambos caem no chão sem nenhum ferimento no peito. O nível de dificuldade parece estar meio desbalanceado, já que não senti diferenças entre lutar contra Nappa em sua forma normal e depois enfrentar Dodoria, que teoricamente deveria ser mais complicado. O único combate que realmente me fez suar frio foi encarar os Oozarus.
O jogo estará disponível nos idiomas japonês e inglês, mas bem que poderia vir em português também. Seria incrível ouvir a famosa frase "Oi, eu sou o Goku" dublada por Wendel Bezerra.
Turles será um dos vilões |
Mais de oito mil
Dragon Ball Xenoverse foi bem recebido pelo público e crítica por agregar uma boa jogabilidade, comparada com a da série Budokai Tenkaichi, com um enredo totalmente original e que não fugia das raízes do anime e mangá. Pelo pouco que o beta da continuação mostrou, Dragon Ball Xenoverse 2 tem tudo para entrar na galeria dos melhores jogos inspirados na lenda das sete Esferas do Dragão.Estamos ansiosos Goku! |